Com mais de 4 mil mortes pela Covid-19 em 24h, Bolsonaro brinca: “Agora eu sou genocida”

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Ao todo, país contabiliza mais de 13 milhões de casos

Por Edu Carvalho, em 07/04/2021 às 10h05

Ontem, terça-feira (6/4), o Brasil bateu o recorde de mortes desde o começo da pandemia: foram registrados 4.195 óbitos em 24 horas. Com isso, o país chega a triste marca de 336.947 mortes e 13.100.580 pessoas diagnosticadas com a doença. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúd, o Conass.

A média móvel de casos nos últimos sete dias é de 63.210 e a de mortes chega a 2.757. O Estado de São Paulo também bateu recorde: o número de óbitos chegou a 1.389 nas últimas 24 horas, pior índice entre os estados brasileiros

Horas antes dos dados serem divulgados, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao interagir com seus apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada na noite desta terça-feira (6), ignorou as vítimas, ironizando o título de genocida usado contra ele por seus opositores. 

Em vídeo de pouco mais de 13 minutos, ele diz: “O pessoal entrou naquela pilha de homofóbico, racista, fascista, torturador… agora… Agora é o quê? Agora eu sou… que mata muita gente, como é que é o nome? Genocida. Agora eu sou genocida”, disse. “Do que que eu não sou culpado aqui no Brasil?”, perguntou o presidente durante a conversa.

O mandatário também não limitou-se e fez, mais uma vez, críticas à imprensa. “Eu resolvo o problema do vírus em poucos minutos. É só pagar o que os governos pagavam no passado para Globo, para Folha, Estado de S. Paulo. Agora, este dinheiro não é para a imprensa, é para outras coisas”, afirmou.

Ações do país para não combate à pandemia ganham repercussão mundo afora

Em entrevista à BBC News Brasil, o médico americano Anthony Fauci alertou que o mundo está em alerta para o momento atual do país. “Todos reconhecem que há uma situação muito grave no Brasil”. Sendo um dos profissionais de saúde mais relevantes da atualidade sobre o coronavírus, o médico avatarizou todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial da Saúde frente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

Sobre as medidas que o Brasil poderia adotar para vencer a fase que se encontra, só ‘lockdown’ e vacinação em massa. “Não há dúvida de que medidas severas de saúde pública, incluindo lockdowns, têm se mostrado muito bem-sucedidas em diminuir a expansão dos casos. Então, essa é uma das coisas que o Brasil deveria pensar e considerar seriamente dado o período tão difícil que está passando”, argumentou Fauci.

Nesta semana, o país foi tema de um editorial produzido pelo jornal The Guardian

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