Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro visita à Maré no pós-operação
A ação, realizada na última segunda-feira (20), deixou saldos negativos; Defensoria e outras organizações seguem se articulando para apurar violações de direitos
Em 22/08/2018
A Redes da Maré e outras organizações da região circularam nos pontos críticos da operação policial realizada na última segunda (20), acompanhando a Defensoria Pública do Estado. A Defensoria integra o Circuito Favelas por Direito, um conjunto de organizações da sociedade civil e instituições públicas que se mobilizam para ir aos territórios impactados pelas operações e promoverem uma escuta qualificada dos moradores.
O objetivo é coletar informações de violações de direitos para produzir relatórios unificados das operações. No fim do ano, os dados são consolidados em um documento geral, englobando todas as visitas. Acredita-se que essa é uma forma de monitorar as violações no contexto da intervenção militar.
A visita, realizada no dia seguinte à operação, pôde avaliar um momento importante desse processo: a tensão dos habitantes na retomada do cotidiano. Estiveram presentes, Daniel Lozoya, defensor público do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria (NUDEDH); Rodrigo Pacheco, subdefensor-geral; e Pedro Strozenberg, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Estado. Junto à equipe do Eixo de Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré e outras organizações, os defensores visitaram o local onde um jovem foi torturado e morto na operação e ouviram moradores e representantes de associações. “A ação policial é discriminada na favela por causa disso. Eles chegam e falam que é pra bater, é pra matar. O policial falou: ‘hoje eu quero ver sangue aqui na comunidade’”, relatou um morador que prefere não se identificar.
O Maré de Direitos segue trabalhando em busca da garantia e ampliação de direitos e acesso à justiça dos moradores da Maré. São realizados atendimentos ao público às sextas-feiras, de 9h às 13h, na sede da Redes da Maré (Rua Sargento Silva Nunes, 1012, Nova Holanda), e acolhimento a denúncias de violações de direitos em dias de operações policiais pelos telefones 3105-5531 e 99924-6462. Além disso, são realizados plantões, que se revezam quinzenalmente, na Lona Cultural da Maré e na Associação de Moradores da Vila do João às quartas-feiras, de 9h às 12h.