Dia do Nordestino e de onde vem a terra que trazes nos pés?

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No dia do nordestino conheça a paraibana Aline Alcântara

O dia do Nordestino é comemorado anualmente no dia 8 de outubro. A Maré é um território de forte presença nordestina e pode ser considerada o nordeste na Avenida Brasil, como mostra o Censo Demográfico da Maré de 2013. Depois dos nascidos no Rio de Janeiro a presença de paraibanos no território é a segunda maior registrada pela pesquisa. Uma das paraibanas que mora na Maré é a professora Aline Alcântara, de 39 anos.

A professora é natural de Cajá, distrito de Caldas Brandão, localizado as margens da BR-230, na Paraíba, local reconhecido como a terra das tapiocas e caminho de acesso a João Pessoa, capital do Estado. Aline conta que veio para o Rio de Janeiro seguindo seu marido e o seu filho que tem síndrome do pânico e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). “Eu vim por amor ao meu filho, se não fosse por ele eu já teria ido embora” desabafa.

Formada em Geografia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além da experiência como professora Aline também é comerciante e dona de uma tapiocaria: A Bonitona das Tapiocas, existente há mais de 25 anos em sua cidade. Porém aqui ela não encontrou oportunidade de exercer sua profissão. Hoje Aline tenta vender seus produtos na porta da sua casa na Nova Maré com o apoio da mãe Dona Maria do Amparo Almeida, de 73 anos.

Aline se diz apaixonada por cuscuz de milho típico da culinária nordestina. (Foto: Gabi Lino/ Maré de Notícias)
Aline se diz apaixonada por cuscuz de milho típico da culinária nordestina. (Foto: Gabi Lino/ Maré de Notícias)

Mesmo com dificuldades ela ainda tenta se manter esperançosa, e diz que gostaria que as pessoas conhecessem melhor o Nordeste. Aline acrescenta que no imaginário popular, a Paraíba ainda é considerada uma terra “pobre e de pessoas sem educação”. Mas ressalta orgulhosa que “quem tem o privilégio de conhecer, sabe que a realidade é diferente”.

Aline diz que identifica aqui muitas semelhanças com o interior. Desde as tradicionais feiras, as lojas de culinária nordestina, forrós nos finais de semana e até mesmo na tradição de se sentar à porta e observar a rua é possível ver um pouco do nordeste. Ela se emociona principalmente com as músicas, por lembrar da terra natal e diz “eu amo a minha cidade”.

Aline é mais uma acolhida pela Maré. Ela ressalta que apesar de ainda não se sentir pertencente ao território, acredita que vai contribuir pois “eu sou uma nordestina arretada!” diz.

Nordeste carioca

O Censo Maré, de 2013, detalha que o conjunto de favelas tem uma concentração de 35.884 nordestinos, 25,8% dos 139.073 moradores. 10,5% (14.597 pessoas) desses moradores, assim como a professora Aline, são natais do estado da Paraíba; 6,4% (8.849 pessoas) do estado do Ceará; 2,2% do estado do Maranhão (3.053 pessoas), além dos demais estados.

Podemos dizer que simbolicamente o Nordeste é de onde vem a terra que os mareenses trazem em seus pés. Essa terra feita por muita riqueza. A Maré é um pedacinho do Nordeste, como o Maré de Notícias vem dizendo e demonstrando.

O Dia do Nordestino foi instituído nesta data em homenagem ao aniversário do compositor brasileiro Catulo da Paixão Cearense, maranhense nascido no dia 8 de outubro de 1863 que morreu em 10 de maio de 1946 conhecido como Poeta do Sertão. É de Catulo a música ‘Asa Branca‘ eternizada na voz do Rei do Baião, o cantor Luiz Gonzaga.

Lucas Feitoza
Lucas Feitoza
Jornalista

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