Moradores das favelas da Maré, Penha e Alemão vivem mais um dia de medo e desrespeito aos seus direitos fundamentais

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Em 20/08/2018

Moradores das favelas da Maré, Penha e Alemão vivem mais um dia de medo e desrespeito aos seus direitos fundamentais

Na região, moram mais de 550 mil pessoas, entre elas, milhares de crianças que não puderam ir à escola e moradores que perderam o direito de ir e vir, tiveram suas casas invadidas e seus bens danificados, além de serem submetidos a revistas constrangedoras

Seis mortos, entre eles, um militar do Exército, 10 suspeitos apreendidos e 550 mil pessoas de 26 favelas em pânico. Esses são os números, até momento, de mais uma operação deflagrada pelas Forças de Segurança do Rio de Janeiro. A ação teve início na madrugada desta segunda-feira, 20, nos Conjuntos de favelas da Maré, do Alemão e da Penha. A equipe da Redes da Maré recebeu várias denúncias de violação de direitos dos moradores, entre elas, duas invasões de domicílio e uma depredação de veículo feita pelos policiais. Além disso, milhares de crianças (só na Maré são 16 mil) deixaram de, mais uma vez, irem à escola, e moradores reviveram o constrangimento de serem revistados indiscriminadamente, sob o argumento de poderem estar levando para fora das favelas armas e drogas, e tiveram sequestrado seu direito de ir e vir.

A ação, integrada por mais 4,2 mil homens, entre militares do Exército e da Marinha, policiais militares e civis, utiliza armamento pesado, veículos blindados e helicópteros. Na Maré, militares das Forças Armadas fazem cerco às comunidades de Nova Holanda, Parque União, Rubens Vaz e Parque Maré, enquanto PMs do 220 Batalhão, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomam às ruas das favelas. Na Nova Holanda, nas últimas horas, houve um recrudescimento da violência policial. Além do intenso tiroteio, bombas são lançadas contra a população. A Redes da Maré recebeu a denúncia que quatro jovens foram torturados: um foi morto (e levado pelo Caveirão). Os outros três foram liberados.

No Alemão e na Penha, famílias são impedidas de se aproximarem de seus mortos

Nos Conjuntos de Favelas do Alemão e da Penha as coisas também estão bastante ruins. De acordo com a página do Facebook do Coletivo Papo Reto, “várias moradoras do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha procuraram integrantes de nossa equipe para informar que há corpos na mata que liga as duas favelas, mas que a Polícia Civil e o Exército não estão deixando familiares se aproximarem”. Em sua nota, o Coletivo exige posicionamento de entidades como a Anistia Internacional, a Comissão dos Direitos Humanos e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, entre outras.

A equipe do Maré de Direitos continua acompanhando o desenrolar da operação e de plantão para atender às denúncias de violações de direitos. Se necessário, não deixe de entrar em contato pelos telefones 3105-5531 ou pelo Whatsapp 99924-6462.

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Os suspeitos são os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e deputado federal do Rio de Janeiro, respectivamente, e Rivaldo Barbosa, que é delegado e ex-chefe de Polícia Civil do Rio