Diretora Renata Tavares ganha Prêmio Shell com peça “Nem Todo Filho Vinga”

Data:

O prêmio de Melhor Direção contemplou a primeira mulher negra indicada na categoria

Por Andrezza Paulo

A encenadora Renata Tavares conquistou um dos maiores prêmios cênicos do país, o Prêmio Shell de Teatro como Melhor Direção pela peça “Nem Todo Filho Vinga”. Renata foi a primeira mulher negra indicada na 33a edição da honraria e destacou a importância de batalhar para levar a história da periferia para os festivais: “Essa peça surgiu da vontade de jovens da Maré e de outras favelas que buscavam representatividade no teatro. E o “Nem Todo Filho Vinga” vem pra se vingar em alguns aspectos, mas, principalmente, para afirmar que todo filho vingará mesmo enfrentando todas as dificuldades. Estaremos sempre na luta para vingar”, conta. 

Jeff Melo (27), protagonista da peça e morador da Maré, conta que o reconhecimento pela direção de Renata representa muito para eles e, principalmente para que a favela continue sonhando: “a gente pode e consegue alcançar Shell e muitos outros sonhos e hoje o que eu mais anseio é que as portas se abram ainda mais para os nossos artistas favelados. Sonhem grande!”, disse.

Nem Todo Filho Vinga: 

A peça conta a história de Maicon, jovem negro da Maré que consegue ser aprovado para cursar Direito na UFRJ e passa a confrontar os ideais de justiça do Estado Brasileiro diante dos inúmeros eventos de injustiça que ele e seu grupo de amigos vivem diariamente. Ao longo do seu ano letivo, o jovem sentirá, na pele, como essas políticas de precarização abalam todas as esferas da vida. Chegando ao ponto de colocá-lo contra seu melhor amigo.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Além do autismo: a vida vibrante de Daniel

Daniel que é camelô e percorre o território vendendo vários itens é a prova viva de que o autismo vai muito além do diagnóstico.

Núcleo Piratininga de Comunicação forma há 20 anos comunicadores com o olhar para a favela

O NPC tem como defesa os direitos humanos e a busca por uma sociedade mais justa. O seu desafio é a produção e a disseminação de conteúdo que desafia as narrativas convencionais.