Em defesa da democracia

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Em defesa da democracia

Em 23/10/2018 – Diretoria da Redes da Maré

A Redes da Maré nasceu das lutas democráticas dos moradores da favela da Maré. Lutas por educação de qualidade, saúde, moradia e respeito a direitos básicos, como a garantia da vida. Por conta dessa origem e de sua atuação cotidiana, a Redes da Maré vem a público se posicionar diante do atual quadro político/eleitoral brasileiro.

Vivemos um momento dos mais preocupantes. Isso porque o regime democrático brasileiro se vê seriamente ameaçado por uma “onda de autoritarismo” – próxima ao que vivemos com o golpe civil-militar de 1964 – que toma conta das ruas, praças, casas e instituições. O avanço dos discursos e práticas de ódio, efetuados por determinados grupos políticos e materializadas nas ameaças e agressões físicas a oponentes, é prova cabal dos perigos que rondam a democracia brasileira hoje.

Ora, sem democracia e os direitos que ela assegura o que sobra é a “lei do mais forte”. Ou seja, passamos a viver debaixo da força bruta e da barbárie. Diante dessa perspectiva, valores como a liberdade de ideias, a defesa da igualdade, os direitos humanos e a justiça para todos ficam seriamente comprometidas.

O fato é que, em todos os lugares onde não há democracia, quem mais sofre é a população pobre, justamente a que vive nas favelas, no campo e nas periferias das grandes cidades. Os mais pobres são os mais atingidos porque seus direitos, em regimes autoritários, são desrespeitados e suas vidas ficam expostas a violências de toda ordem.

Uma sociedade que abre mão da democracia e aceita o autoritarismo caminha para um abismo profundo. Nesse cenário, candidaturas de políticos que incitam a violência colocam em risco todas as pessoas e instituições – mesmo aqueles que defendem as próprias concepções autoritárias – e joga o país numa espiral de caos social cujas consequências podem ser terríveis.

Não podemos aceitar, sob nenhuma hipótese, que grupos ou candidatos flertem com práticas fascistas – eliminação de adversários, desinformação, incitação à violência e ao ódio – e as naturalizem como armas políticas. Precisamos defender a democracia!

Por conta desse momento histórico tão difícil, a Redes da Maré reafirma seus compromissos com o regime democrático. Defendemos a vida, os direitos humanos, a igualdade, a liberdade de crítica e, acima de tudo, defendemos um país onde as pessoas possam viver em paz, com segurança e compartilhando valores os democráticos.

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