Em um hora de operação, caveirão voador causou terror na Maré

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Desde segunda feira (16/9)  favelas próximas a Maré sofrem com operações policiais que deixaram mais de  9 pessoas mortas

Thaynara Santos

Na manhã de hoje (18), relatos vindos do Complexo do Alemão falavam do terror causado pelos tiros vindos de helicópteros blindados da Polícia Civil, conhecido como caveirão voador. Poucos minutos depois, por volta das 10h, moradores da Salsa & Merengue e Vila dos Pinheiros vivia o mesmo  terror. Os relatos de moradores enviados para  a equipe do eixo de segurança pública e acesso à justiça da Redes da Maré, falam de  intensa troca de tiros, voos rasantes do helicóptero e dois caveirões terrestres circulando pela região. Além disso, policiais civis se concentraram na Ponte do Saber (Linha Vermelha) dando disparos contra a Maré numa região conhecida como Obrinha ou Fim do mundo que concentra inúmeras residências, uma vila de pescadores e o Campus Maré II, que reúne sete escolas – onde o menino Marcos Vinícius foi alvejado e morto em junho do ano passado.
Dezenas de pacientes e profissionais de saúde tiveram que se refugiar dos confrontos nas proximidades da Clínica da Família Adib Jatene, que teve seu funcionamento interrompidos Professores do Campus Maré II, também relataram que tiveram que interromper suas atividades em meio ao tiroteio.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a Clínica da família Adib Janete e o Centro Municipal de Saúde da Vila do João suspenderam o funcionamento das  unidades. Moradores relataram que escolas por todo território da Maré tiveram seu funcionamento afetado por conta da ação policial. A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que a ação ocorreu com a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) em apoio à Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Polícia Civil, por conta de denuncias contra um suspeito que conseguiu fugir. Foram apreendidas armas, drogas e um homem foi detido.
Mais uma vez, as operações policiais na Maré não consideram os direitos básicos de crianças e adolescentes da região. Na última sexta-feira, 06 de setembro, durante uma operação policial crianças e adolescentes que voltavam da Bienal do Livro tiveram que se refugiar dos tiros para retornarem para suas casas. Segundo o Boletim Direito à Segurança Pública da Maré, só nó primeiro semestre de 2019, as escolas da Maré tiveram 10 dias de atividades suspensas por conta de ações policiais no território. 

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