Setembro Amarelo: cuidar da saúde mental é para todos e salva vidas

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Especial de campanha ao cuidado da saúde mental no Maré de Notícias reforça a importância do debate psicológico

Thaís Cavalcante

Maré de Notícias #152 – setembro de 2023

Neste especial, falaremos sobre saúde mental para que todas as pessoas saibam que não estão sozinhas — seja cuidando de si, acompanhando algum familiar ou amigo no cuidado psicológico, ou ainda atuando no território, contribuindo para a melhoria da saúde da população, tratando suas questões psicológicas. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais”.

O Setembro Amarelo é uma campanha que nasceu em 2014 no Brasil, lançada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês foi escolhido por ser o 10 de setembro o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Por isso, essa é a hora e o espaço para mostrar a importância do cuidado psicológico e da prevenção ao adoecimento mental.

Precisamos falar sobre isso

Conheça a importância de conversar abertamente sobre a saúde mental

Não só fisicamente, todos nós estamos suscetíveis ao adoecimento mental em algum momento da vida. Por isso, precisamos falar sobre isso com amigos, familiares, com pessoas de confiança e profissionais de saúde. Para garantir esse suporte, os serviços públicos de apoio psicológico têm que estar acessíveis e disponíveis.

Durante a pandemia de covid-19, a OMS se preocupou com as questões de saúde mental que surgiram em todo o mundo. A saúde mental no Brasil é um direito previsto em lei.

Mas durante a pandemia a postura negacionista do então governo Bolsonaro e a falta de investimentos em saúde impediram a continuidade de serviços públicos voltados para a saúde tanto física como mental. 

No território, a pronta ação de projetos e coletivos fez a diferença nesse período. Um estudo divulgado na revista online BMJ Global Health mostrou como o projeto Conexão Saúde: De Olho na Covid desempenhou um papel importante na diminuição das taxas de mortalidade e de letalidade da doença na Maré. 

Houve uma redução de 46% na taxa de mortalidade e, com a testagem em massa, aumento em 23% dos casos notificados de covid-19 no território (possibilitando tratamento rápido para os moradores) em comparação a outras favelas. 

A iniciativa, que durou de junho de 2020 a março de 2022, envolveu testes rápidos, atendimento médico e psicológico online, orientação para isolamento domiciliar seguro e ações de comunicação no território, com ênfase no combate à desinformação.

Já são três anos desde o início da pandemia, e precisamos buscar o tempo de cuidado perdido. O Setembro Amarelo é o mês da prevenção ao suicídio e é a maior campanha antiestigma do mundo, reforçando que o cuidado com a saúde mental pode salvar vidas — ela não é fraqueza ou “coisa de rico”. 

Doenças como depressão, ansiedade, estresse e as síndromes de Burnout (esgotamento emocional motivado por trabalho excessivo) e do pânico são muito comuns em moradores de favelas. Então, vamos falar sobre isso? Acompanhe as próximas publicações sobre: lutas cotidianas para lidar com a saúde mental; juventude mareense e saúde mental; e onde encontrar apoio psicológico.

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