Estudantes da Maré participam pela primeira vez de competição internacional de exploração científica entre crianças e jovens de 9 a 16 anos

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Grupo de estudantes tem que criar uma invenção robótica que possa ajudar a resolver a questão da sustentabilidades nas cidades nesta temporada  do Torneio SESI de Robótica First Lego League

Thaynara Santos

Um grupo de estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes, situado no Parque Maré, está se preparando para a primeira fase do Torneio SESI de Robótica First Lego League – Desafio City Shaper. A preparação é feita por meio de oficinas que ensinam os diversos usos da tecnologia e das linguagens de programação. O desafio desta edição é a City Shaper: pensar na cidade e descobrir um problema referente à sustentabilidade e cidadania que possa ser resolvido ou amenizado por uma invenção robótica criada pelo grupo. O objetivo do torneio é  aproximar os jovens da robótica ensinando valores humanos de cooperação.

A oportunidade para o grupo de estudantes mareenses surgiu por meio da coordenadora  de Robótica do SESI, um dos apoiadores da Redes da Maré – organização que atua há 22 anos na Maré e mantém parcerias com o Colégio João Borges.  O técnico da equipe, Lucas Dominique e a coordenadora pedagógica Inês Di Mare explicam que as oficinas acontecem há dois meses, às terças e sextas, após o horário escolar.  Como a primeira etapa da competição será em fevereiro, a turma seguirá na preparação em janeiro. “Fomos convidados para participar dessa luta de robô, a FLL, que na verdade é muito além de uma luta de robôs, são desafios, para pensar a vida, desenvolver a convivência entre os diversos saberes e talentos dos participantes utilizando o equipamento robótico da LEGO. Nós somos a única equipe de favela. Todo o nosso equipamento foi doado por uma apoiadora de Brasília. Nós temos as dificuldades comuns no estudo da matemática e da tecnologia, como trabalhar programação com os jovens, mas isso faz parte da preparação. Esse projeto é muito importante porque proporciona o contato da robótica com estes estudantes e, de certo modo, estará presente no cotidiano profissional desta geração. É bem legal, os adolescentes estão bem empolgados”, explicam os educadores. Os dois destacam também a equipe de coordenação, direção e professores da escola têm sido essenciais para o desenvolvimento do projeto no Colégio João Borges.

  Na Maré, as oficinas são uma iniciativa da Redes da Maré, em parceria com o Colégio Estadual João Borges de Moraes, e fortalecem a rede de parceiros das instituições do território valorizando a favela e seus moradores.

Torneio de Robótica FIRST LEGO League

Os jovens, liderados por dois adultos, precisam  buscar soluções para problemas do dia a dia da sociedade moderna. Seguindo regras feitas especificamente para cada temporada, eles constroem robôs baseados na tecnologia LEGO Mindstorm, que devem ser programados para cumprir uma série de missões.

O torneio é formado por quatro etapas: Projeto de Inovação, onde apresentam uma proposta de solução de problemas pensando a cidade; o Design de Robôs, onde são avaliados a estética e praticidade;  o Desafio do Robô que são competições entre os robôs que deverão ser capazes de navegar, capturar, transportar, ativar ou entregar objetos em um tapete específico; e por fim, o Core Values, que é uma avaliação do processo de trabalho, levando em conta a autonomia, cooperação e o relacionamento entre os participantes, um dos pontos mais valorizados da competição.

Se a equipe da Maré  for selecionada para as etapas internacionais poderá participar de competições em outros países. A  etapa final acontece nos Estados Unidos em julho de 2020. Como dizem os atletas: se o importante é competir, o fundamental é cooperar! Vamos mostrar que a favela tem valor e vibrar nesta torcida!!

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