Artigo com os resultados foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz será publicado em revista científica em maio
Por Andressa Cabral Botelho, em 08/04/2021 às 9h30
Pesquisadores apontam que pessoas que se infectam pela segunda vez com coronavírus podem ter sintomas mais fortes que na primeira vez. Além disso, aquelas que tiveram casos brandos ou foram assintomáticas podem se reinfectar com a mesma variante da doença. O artigo que explica melhor sobre essas questões será publicado em maio na Revista Emerging Infectious Desease (EID), dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC/EUA).
Os pesquisadores acompanharam semanalmente, de março a dezembro, um grupo de 30 pessoas, onde quatro contraíram covid-19, algumas delas a mesma variante. Dessa forma, foi possível sequenciar o genoma do vírus na primeira e na segunda infecção para poder compará-los.
O artigo Evidência genética e resposta imunológica do hospedeiro em pessoas reinfectadas com Sars-CoV-2 mostra que ter tido uma infecção não significa estar imune à doença. Pelo contrário: os dados apontam que uma reinfecção pode ser mais frequente do que se imagina e que uma primeira infecção mais branda (sem necessidade de internação) ou um caso assintomático não significa uma segunda infecção com sintomas fracos.
Além disso, os pesquisadores não descartam a possibilidade de ter uma terceira infecção. “A gente não sabe quanto tempo dura a imunidade pós-Covid. Uma pessoa poderia ficar vulnerável a uma nova reinfecção ou mesmo a contrair uma variante diferente”, explica Thiago Moreno, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) e coordenador da pesquisa.