Com atividades gratuitas para todas as idades, o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ inaugura amanhã (21/3) exposição imersiva sobre os efeitos da crise climática.
Por Redação
Hoje, cerca de 12 milhões de pessoas que vivem na Baía de Guanabara sofrem com as alterações do clima. Deslizamentos, chuvas intensas, enchentes, períodos extensos de seca ameaçando o abastecimento de água e ondas de calor fazem parte do cotidiano de muita gente, sobretudo a população periférica, distribuída nas favelas cariocas e em municípios da região metropolitana do Rio, Baixada Fluminense, Região dos Lagos e Serrana.
De olho em saídas para o futuro, a exposição reúne projetos de pesquisa e extensão da UFRJ voltados para a redução da crise climática. Entre eles estão a Usina de Ondas, que produz energia limpa, o concreto ecológico, que substitui o cimento e reduz a emissão de gás carbônico, e o robô Ariel, capaz de detectar vazamento de óleo no mar.
“Um dos objetivos da exposição é mostrar como as ciências têm criado soluções para reduzir e desacelerar o aquecimento global, além de gerar impacto social, conscientizando a sociedade sobre a defesa da democracia climática a nível local e global”, explica Christine Ruta, bióloga e coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
É preciso lembrar que populações pobres são as mais afetadas e que é urgente integrar os saberes científicos e populares para enfrentar a crise.
Christine Ruta, bióloga e coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
Orientam a exposição perguntas como: de que forma a mudança do clima tem afetado a Baía de Guanabara, seu entorno, suas cidades e sua biodiversidade? O que esperar para os próximos anos e como o conhecimento produzido pelas universidades e pela população podem colaborar para enfrentar o problema?
Para ajudar o espectador a responder às perguntas, a mostra recorre a atrações imersivas, interativas e tecnológicas. Uma delas é o filme “Desafios da Baía de Guanabara”, exibido em duas telas, lado a lado, que colocam o espectador frente a frente com a biodiversidade e os efeitos da ação humana em uma das baías mais conhecidas do Brasil.
“Queremos aproximar o público da riqueza e relevância da Baía de Guanabara – um local que faz parte da vida dos cariocas, fluminenses e do imaginário brasileiro, mas ainda pouco conhecido em termos de diversidade, não só ambiental, mas também social, econômica e cultural”, explica Leonardo Menezes, curador da exposição e ex-diretor de Conhecimento e Criação do Museu do Amanhã.
Experiência imersiva e interativa
Outras experiências interativas são as Salas das Escolhas e o Mural das Iniciativas, com informações, perguntas e um painel para o público participar, propondo ações locais de combate aos problemas envolvendo a crise do clima na Baía de Guanabara nas próximas décadas.
“Entre os problemas enfrentados pela Baía de Guanabara estão o aquecimento das águas, chuvas intensas, o aumento do lixo e queda da qualidade da água”, explica o biólogo marinho Paulo Paiva, professor do Instituto de Biologia da UFRJ e membro do comitê científico da exposição.
“Também há o risco de extinção de espécies marinhas, como botos-cinzas e raias gigantes, e a redução das atividades turísticas e econômicas na região, que tem hoje 20 mil pescadores com o futuro incerto”, completa Fábio Scarano, professor do Instituto de Biologia da UFRJ e membro do comitê.
Visitas guiadas e oficinas
A programação também inclui oficinas e visitas guiadas para crianças e jovens alunos das redes pública e privada, estudantes universitários e grupos comunitários, especialmente do entorno da Baía. As visitas podem ser agendadas previamente pelo site da exposição.
Também estão previstas palestras com cientistas, gestores públicos e lideranças comunitárias, lançamento de livros, apresentações culturais e gravações de podcasts ao vivo.
A exposição “Futuros da Baía de Guanabara: Inovação e Democracia Climática” está na Casa da Ciência da UFRJ, que fica na Rua R. Lauro Müller, 3, Botafogo até o dia 14 de maio. Funciona de terça a sábado, das 9h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 16h, com entrada gratuita. Agendamento de visitas guiadas e mais informações, é so acessar baiadeguanabara.forum.ufrj.br.