Iniciativa Negra realiza primeira formação sobre racismo e drogas na Redes da Maré 

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“Não existe recorte racial porque a raça está no centro”

A frase é de Dudu Ribeiro, co-fundador da Iniciativa Negra, organização que promoveu uma formação sobre Justiça Racial e Políticas sobre Drogas, na quinta-feira (14). Os próximos encontros acontecerão até 2025 (presenciais e on-line) e fazem parte do projeto Caminhos Normais/Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O objetivo dos encontros é fomentar o diálogo sobre como o racismo impacta diretamente na criação de políticas públicas e na perpetuação da guerra às drogas. A realização é do Eixo de Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, e do Eixo de Direito à Saúde em parceria com a Iniciativa Negra.

Sobre o primeiro encontro

Dudu Ribeiro e Nathália Oliveira, co-fundadores e diretores executivos da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas que, desde 2015, atua no campo dos Direitos Humanos e na Políticas sobre Drogas.

Durante a manhã, os tecedores da Redes da Maré, outras organizações convidadas e parceiros do Espaço Normal foram recebidos com um café da manhã na Areninha Cultural Herbert Vianna. A Casa Preta da Maré, também um dos equipamentos da Redes, foi o local escolhido para a segunda parte do bate-papo.

Os temas discutidos foram: os impactos da guerra às drogas na vida dos moradores de favela e periferia; a história da criminalização das drogas no Brasil e no mundo; racismo estrutural e desigualdade social no Brasil.

“A formação com a Iniciativa Negra nos traz muitas reflexões sobre a relação entre política de drogas e racismo, principalmente por trazer essa discussão para dentro de um território favelado. Nós, enquanto moradores da Maré, precisamos pensar e nos colocarmos enquanto atores principais que sofrem diversas violações de direitos por conta da guerra às drogas. Acredito que, quanto mais a gente falar e dialogar sobre esse assunto, mais a gente vai se empoderar e defender os nossos direitos”, explica Vanda Canuto, coordenadora do Espaço Normal, equipamento do Eixo de Direito à Saúde.

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