Liberação de mosquito que combate dengue, zika e chikungunya será realizada em janeiro na Maré

Data:

Ao se reproduzirem com o aedes aegypti, mosquitos inoculados com Wolbachia (bactéria que reduz a capacidade de transmissão de doenças), geram mosquitos com baixo potencial de transmitir doença

 

Em 26/12/2018 – Da redação (com informações de Glória Galembeck / WMP Brasil)

Durante 16 semanas, a partir da segunda semana de janeiro, Agentes de Vigilância em Saúde (AVS) realizarão a soltura de mosquitos inoculados com Wolbachia nos territórios atendidos pelas seguintes unidades de saúde: Centro Municipal de Saúde Américo Veloso, Clínica da Família Diniz Batista dos Santos, Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, Clínica da Família Augusto Boal, Clínica da Família Adib Jatene e Centro Municipal de Saúde Vila do João. Os agentes percorrerão as áreas a pé, carregando tubos plásticos transparentes, contendo mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, que serão liberados nas vias públicas.

Inicialmente, a liberação estava programada para começar nos últimos dias de novembro. Devido a aspectos operacionais, e em acordo com a Coordenação de Atenção Primária (CAP) 3.1 da Secretaria Municipal de Saúde, a data foi alterada para janeiro. Não haverá qualquer prejuízo para as atividades.

Mosquito do bem

Wolbachia é uma bactéria que reduz a capacidade de transmissão de doenças. Os mosquitos inoculados com ela, ao serem liberados no ambiente, se reproduzem com os Aedes aegypti que já se encontram nesses locais, dando origem a uma geração de mosquitos com baixa capacidade de transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. As solturas serão realizadas uma vez por semana na Vila do Pinheiro, Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro, Nova Holanda, Parque União, Rubens Vaz, Conjunto Esperança, Vila do João, Salsa e Merengue, Parque Maré, Nova Maré, Ramos, Paraibuna, Roquete Pinto, Joana Nascimento e Pata Choca.

De acordo com a World Mosquito Program (WMP) – iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global de doenças transmitidas por mosquitos – durante a etapa de liberações, a quantidade de mosquitos será aumentada. Esses insetos, no entanto, não transmitem doenças. Ainda de acordo com a WMP, que atua em parceria com a Fiocruz, a quantidade de mosquitos tende a voltar ao patamar anterior à liberação e, em alguns casos, pode até diminuir.

Após algumas semanas da liberação, armadilhas usadas para capturar mosquitos serão instaladas em residências e estabelecimentos disponibilizados por voluntários. O objetivo é monitorar o estabelecimento da população de Aedes aegypti com Wolbachia.

A orientação da WMP é que as pessoas continuem a usar as mesmas medidas para se prevenir: usar repelente, pôr tela nas portas e janelas, aplicar inseticida, entre outras. O inseticida matará ambos os mosquitos, os aedes com e sem Wolbachia, mas os hábitos de proteção e prevenção devem ser mantidos. Para acompanhar as atividades do World Mosquito Program e/ou obter mais informações, basta seguir @wmpbrasil no Facebook, Instagram e YouTube. Dúvidas podem ser enviadas por Whatsapp para (21) 99643-4805.

 

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