Mayana: voz mareense que inspira

Data:

Cantora de voz mareense lança single, apresentação especial e inspira com trajetória independente

Foto: Victor Vieira

A Maré é um polo de cultura e já revelou diversos artistas que ganharam o Brasil. O mais nova talento e voz mareense é a cantora Mayana, cria da Nova Holanda. A jovem de 27 anos se define como “uma junção de muitas forças”, uma mulher cheia de sonhos e que busca ser referência para outros artistas favelados. 

Mayana lançou recentemente seu primeiro single como cantora independente “Blue de Novo” feat. Lado Escuro e já alcançou mais de 900 views no Youtube. Ela conta que a música é uma mistura de estilos desenvolvida para o público urbano: “foi pensada para ganhar as ruas mesmo, uma pegada bem charme, bem urbana. Tem sido bem legal cantá-la por onde vou e perceber que as pessoas se identificam com esse som, perceber o quanto que faz sentido”.

 A cantora se mostra animada com o cenário e admite pensar nos próximos passos: “Sou uma artista independente e é difícil conciliar tudo, mas já está no planejamento e ando pesquisando minhas referências para construir o próximo single”, revela.

Novos projetos 

A cantora mareense lançará o Baile da Mayana dia 16/09 às 17h, no ateliê Bonifácio no Centro do Rio de Janeiro. Com grande entusiasmo, ela conta que essa será uma apresentação muito especial: “Pretendo realizar o melhor show da minha vida até aqui. Me preocupo muito em passar algo bom para as pessoas, por isso estou sempre sorrindo, brincando, trocando energia boa. Quero que todos saiam com a sensação de querer mais, de ter sido algo realmente especial”, conta.

Uma junção de muitas forças

Como uma mulher preta retinta e cria da Maré, Mayana é atravessada por diversos marcadores sociais e isso influenciou diretamente sua caminhada: “Eu sou uma junção de muitas forças. Sempre muito consciente da realidade da qual eu vim e que me formou. Totalmente consciente das dificuldades de ser uma mulher preta retinta, pobre e favelada, e como isso dificulta o processo quase sempre. Acredito que a força para ser Mayana passa muito por ter vivido tantas dores e delícias de ser de onde sou e como eu sou”.

Embora a trajetória da voz mareense esteja apenas começando, ela já se assemelha a tantos outros artistas periféricos que almejam conquistar o mundo com seu talento: “O sonho de ser uma grande artista, permitir mudar a vida da minha família, ser referência para os meus pares que são da favela e que sonham como eu. A arte, no geral, é um caminho que pode salvar muitas vidas”, diz.

Mayana enfatiza ainda o papel das políticas de incentivo aos artistas periféricos: “É importante ter apoio tanto familiar, quanto estrutural/governamental para que mais e mais artistas pertencentes a grupos social e racialmente excluídos possam continuar produzindo e sonhando. Desejo que possamos ter um futuro brilhante e mais valorizado”.

 A cria da Nova Holanda deixa um recado para quem está nessa mesma caminhada: “Estude muito e persista. Pode ser que aconteça rápido, mas acredite que o trabalho não vai ser fácil e acontecer do dia para noite. Esse momento de “boom” das redes sociais faz as pessoas acreditarem que tudo é instantâneo e isso pode levar à frustração. Arte é construção diária e é feita aos poucos mesmo, com dedicação e afeto”, finaliza.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

O G20 na Maré: escolas colocam em prática a preservação do meio ambiente e demais temas do fórum

Ginásio Experimental Tecnológico (GET) Olimpíadas Rio 2016, a Creche Municipal Monteiro Lobato e o Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Medalhista Olímpico Éder Francis Carbonera levaram a importantes discussões do G20 para a sala de aula.

F20 lança recomendações que pautam a perspectiva favelada em discussão global

Na última segunda-feira (4), o teleférico do Adeus, no Complexo do Alemão, foi o cenário escolhido para o F20 (Favela 20), evento promovido para o lançamento do ‘communiqué’, relatório feito por e para favelados para o G20