Moradora da Maré, Kamila Camillo é vencedora do Prêmio Inspirar 2022

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Prêmio contemplou lideranças femininas de iniciativas de arte e cultura

A fotógrafa popular Kamila Camillo, 34 anos, venceu nesta quinta-feira (8) o Prêmio Inspirar, por voto popular na categoria “pessoa física”. O Prêmio Inspirar 2022 é uma realização do Instituto Neoenergia, com foco no desenvolvimento sustentável e no fortalecimento do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5 – Igualdade de Gênero) da ONU.

A ação contemplou lideranças femininas de iniciativas de arte e cultura, lideradas por mulheres e realizadas nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal, em cidades do Rio de Janeiro (capital e Baixada Fluminense) e municípios das áreas de concessão da Neoenergia Elektro, em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

As iniciativas inscritas foram avaliadas por um comitê externo composto por mulheres com comprovada atuação no segmento de arte e cultura, de acordo com os critérios de avaliação apresentados na chamada do prêmio. Kamila foi uma das três indicações deste comitê.

Cria do Tijolinho, região da Nova Holanda, Kamila também é Psicóloga, ativista social, comunicadora e fundadora da organização Crias do Tijolinho. Aos 14 anos começou a fotografar o cotidiano favelado e construir novas narrativas em seu território. Formada em psicologia social, frequentou também a Escola Popular de Comunicação Crítica – ESPOCC/Observatório de Favelas, a escola de Cinema Olhares da Maré/ Redes da Maré e participou de projetos do coletivo de fotografia Imagens do Povo. 

Ao Maré de Notícias, a fotógrafa agradeceu pela votação e disse que só venceu porque alguém acreditou nela: “Nós vencemos. Eu venci porque alguém acreditou em mim e por isso vou seguir continuando acreditando em outras pessoas”, afirmou.

Arte como ferramenta de transformação social

Em 2018, Kamila fez uma série de fotografias de casais LGBTQIA+ e uma homenagem ao mês das crianças – a série “Crias do Tijolinho”. Idealizou o projeto Mulheres Gordas de Favelas, que nasce a partir de um olhar crítico perante estereótipos e estigmas sociais. Em 2019 participou da escola de formação Elã pelo Bela Maré. Em 2020 participou da coletiva Candongas. Em 2021 participou da Coletiva Corpo Morada e em 2022 realizou sua primeira exposição individual Mulheres do Tijolinho. Na pandemia fez um trabalho de luta pela sobrevivência de mulheres mototaxistas de favela e seu cotidiano.

“O desejo de constituição de narrativa sempre foi meu maior objetivo. Acreditando na potência da rua, acreditando na potência das crianças e acredito que a arte transforma vidas, assim transforma diariamente a minha”, destaca Kamila.

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