Alerta é feito para residentes dos conjuntos habitacionais
Por Hélio Euclides, em 02/03/2021 às 10h10
Editado por Edu Carvalho
Dez anos após uma grande reforma, os prédios do Conjunto Pinheiros carecem de vistorias. É o que verbalizam os moradores, evidenciando os riscos da falta de manutenção de caixas d’água com possíveis futuros desabamentos. Algumas delas já apresentam rachaduras e tampas quebradas, com uma que está no Bloco 5. Para se ter noção, um lado da estrutura do prédio está com o abastecimento de água interrompido por quase 30 dias, com problemas na caixa d’água, que ameaça desabar. Moradores chamaram a Defesa Civil Municipal, que não compareceu ao local.
Erguido em 1989 pelo Governo Federal, o conjunto tem um total de 1.360 apartamentos, constituído por grandes blocos de prédios multifamiliares de formas retas e modernistas. Até hoje os prédios permanecem com a mesma estética do tempo da construção.
Em 1999, os 34 prédios passaram por uma primeira reforma, que consistiu na recuperação do revestimento externo, pintura externa das esquadrias, impermeabilização das caixas d’águas, reforma dos telhados e dos esgotos. O Maré de Notícias, na edição 24, de dezembro de 2011, destacou a segunda obra, no qual foi realizada a recuperação do revestimento, pintura externa, e reforma dos telhados. Ambos os trabalhos foram realizados pela Companhia Estadual de Habitação (CEHAB).
Adailza Gomes mora no Bloco 5 há 14 anos e teme uma tragédia. “Há perigo, a tampa desabou e as paredes estão fracas. Acredito que ela possa desabar. O nosso maior medo é desabar e atingir uma pessoa que esteja no corredor entre os dois lados do bloco. Temos ainda diversos problemas na parte elétrica do prédio que causam curto-circuito”, expõe. Ela reclama que mora no quarto andar e precisa carregar água, o que já traz prejuízo para a sua saúde, por carregar peso nas escadas.
Com a ausência de uma terceira grande obra, moradores tiveram que desembolsar altas quantias para reparos. Em duas ocasiões, pagaram à empresas particulares para retirar acúmulo de líquido embaixo dos prédios. “A grande maioria dos blocos está com problemas, caindo aos pedaços, é necessário uma grande obra para que não aconteçam tragédias”, diz Gomes. Ela afirmou que a associação de moradores está auxiliando, através de visitas e disponibilização de equipes com pedreiros para orçamentos.
Houve quem contratasse consultorias externas para realizar os reparos, mas esbarraram em um impasse: a intervenção só pode ser realizada com laudo da Defesa Civil. A Secretaria Municipal de Ordem Pública, responsável pela Subsecretaria de Proteção e Defesa Cívil, informou que identificou a ocorrência e solicitou prioridade na vistoria.