Mordidas que causam transtornos

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Cães abandonados atacam pessoas no campus da UFRJ 

Hélio Euclides e Jéssica Pires

Os mais antigos devem lembrar dos caninos  Pluto, Pateta, Bibo Pai e Bobi Filho, Snoopy, Floquinho, Scooby Doo e Mutley. Muitas festas infantis também têm como tema a Patrulha Canina. Não é também segredo para ninguém a relação de amor entre pets e seus donos. Mas nem tudo é brincadeira quando se trata de cães. Alguns são abandonados, vivem sem alimentos e podem se tornam violentos. No campus Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) uma matilha de cachorros está atacando pedestres próximo ao alojamentos de estudantes, e há casos de moradores da Maré. 

A grande preocupação das vítimas de mordidas desses animais é com a raiva, doença infecciosa viral aguda, transmitida por cachorros e gatos que não são vacinados. A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordida, podendo ser transmitida também pela arranhada e também pela lambida desses animais. A prevenção é a vacinação antes ou logo após a mordida.. 

Edimar Ferreira Jales, de 59 anos, morador de Ramos uma das vítimas. “No dia 8 de setembro, Edimar me ligou informando que tinha sofrido um acidente por mordidas de cães ao passear de bicicleta próximo ao alojamento de estudantes da UFRJ. Como sou enfermeiro, fui pessoalmente avaliar sua ferida e imediatamente o levei ao posto de saúde para fazer o curativo, notificação e vacinas”, lembra Edson Souza Silva, enfermeiro do Ambulatório Central, no Centro.

Perna de Edimar Ferreira após a cicatrização da mordida

Edimar também disse que há outros casos. “Cachorros estão atacando muitos pedestres. O problema é que têm funcionários que dão comida e incentivam esses animais a continuarem lá. Acho que os cães mordem por verem pessoas estranhas. Eu fui atacado por cinco cachorros, e dois me morderam”, conta. Ele teve mordidas expostas, que depois inflamaram. “Gastei mais de dois mil reais com enfermeiro em casa, fazendo curativos. Tomei quatro vacinas no Centro Médico de Saúde Américo Veloso, que fica na Praia de Ramos. O preocupante é o soro antirrábico, que só encontrei no Hospital Lourenço Jorge”, comenta.

Edson advertiu o pai, que costuma fazer caminhadas e pesca pela Cidade Universitária, para tomar cuidado. Apesar do aviso, José Ednaldo Silva, de 74 anos, morador do Parque União não conseguiu escapar das mordidas. “No final de setembro recebi um telefonema da minha mãe informando que meu pai foi socorrido por bombeiros e estava muito ferido com diversas mordidas. Como sou enfermeiro, fiz a notificação e levei posteriormente ao posto médico para ele tomar as vacinas. Meu pai, que é idoso, deu sorte, se não tivesse ninguém para ajudar talvez tivesse morrido, pois foram várias mordidas, com dilaceração da pele”, conta Edson.

José Ednaldo precisou receber suturas por conta da mordida

O enfermeiro relata que o irmão fez uma denúncia na Prefeitura do campus universitário mas que não sabe se foi tomada alguma providência. Uma funcionária da Prefeitura da UFRJ, que não quis dar entrevista, falou que não sabia dos casos, mas que a Cidade Universitária tem placas em diversos locais e cartazes nos pontos de ônibus, informando a lei 9.605/98, que proíbe o abandono de animais no campus. O abandonador está sujeito a uma pena de detenção de 3 meses a 1 ano, além de multa. Apesar disso, na maioria das vezes quem pratica esse crime acaba impune, pelo abandono de animais ser um crime silencioso.

Quais os passos após mordidas de cães:

Procedimento inicial é lavar bastante a ferida com água corrente e sabão para evitar infecção pelas  bactérias contidas na saliva do cão. 

Quando o cão não tiver dono, ou se não souber se o animal tem a vacinação, é preciso atendimento médico. É necessário levar o doente ao hospital, fazer a limpeza do local e tomar o antibiótico prescrito. Posteriormente é preciso tomar as vacinas antirrábicas e, se necessário o soro antirrábico.

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