Mostra de Danças reúne produção de diferentes partes da cidade no Centro de Artes da Maré

Data:

A proposta do evento, que pretende se firmar como uma mostra anual, é de provocar encontros e discussões sobre a produção em dança de diferentes partes do RJ

Sede da Escola Livre de Dança da Maré e da Lia Rodrigues Companhia de Danças, o Centro de Artes da Maré, na Nova Holanda, reafirma sua vocação de palco referência para a dança no Rio de Janeiro e abriga uma mostra gratuita com trabalhos coreográficos de artistas de diferentes partes da cidade, seguida de conversas sobre as obras. A Mostra de Danças vai reunir durante três dias, de 25 a 27 de outubro, trechos de oito criações contemporâneas, algumas delas com grande sucesso de crítica e de público. “Noite das Estrelas”, trabalho do coletivo Entidade Maré de 2023, que foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro deste ano, abre o evento justamente celebrando os artistas da região.

Entre os convidados, há as experientes bailarinas e coreógrafas Laura Samy e Maria Alice Poppe, com a obra “Cravo”, que lotou há dois meses o Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá; a diretora de teatro e atriz Denise Stutz com seu comovente solo “DeCor”, sobre identidade e memória em dança; ou ainda o trabalho “Iyamesan”, de Luna Leal, que fez temporadas cheias no Sesc Copacabana e no Centro Coreográfico do Rio ao reunir nove multiartistas mulheres, para tratar de questões cotidianas que mexem com os corpos negros femininos.

Outros nomes da Mostra de Danças são Carolina Repetto, ex-bailarina da companhia de Lia Rodrigues, com o solo “Sei que o mistério subsiste para além das águas”; o coletivo DeBonde, formado por artistas periféricos, com “Debandada”; Bellas da Silveira com a performance “Mulambo”, inspirada na pomba gira Maria Mulambo; Aline Valentim, do grupo Rio Maracatu e da Cia. Babalakina de Dança Negra, com “Vozes de nós”. Logo depois das performances, haverá um bate-papo com os convidados e o público, mediado pelos artistas da dança Ricardo Xavier, Teagá Vieira e Mayara Assis.

A proposta do evento, que pretende se firmar como uma mostra anual, é de provocar encontros e discussões sobre a produção em dança de diferentes partes do Rio de Janeiro, incentivando a circulação de artistas e público pela cidade.

“A mostra é um evento para o Rio de Janeiro, com objetivo de apresentar trabalhos variados de artistas em ação na cidade, para que sejam vistos em cena mas também aconteçam trocas nas conversas depois das apresentações”, explica a bailarina Karoll Silva, coordenadora da Escola Livre de Dança da Maré e uma das idealizadora da Mostra de Danças. “É muito importante ter a chance de pensarmos juntos sobre dança, mercado de dança, trajetórias, territórios, direito à arte na cidade, inclusive na favela. Queremos pensar sobre os corpos em dança, com diferentes histórias e trajetórias.”

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Yoga na Maré de casa nova

O Instituto Yoga na Maré, após uma campanha de financiamento coletivo em 2023, começou este ano a construção e adequação da nova sede, visando ampliar o trabalho.

Aldeia Maracanã sofre com a ameaça de remoção há mais de uma década

Sendo a única Aldeia Indígena do Rio de Janeiro que abriga mais de 15 etnias, o espaço está sob ordem de despejo. Nesta terça-feira (22), a FUNAI e a Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), uma estrutura criada para tratar de questões relacionadas a disputas por terras, entraram no processo em apoio ao território. 

‘A neutralidade só serve a um grupo que é o grupo que se diz neutro’, afirma jornalista durante esquenta WOW

A segunda parte da programação do Esquenta WOW que acontece neste sábado (19), na Casa Voz, no Complexo do Aleão teve como destaque a mesa 'Por uma comunicação feminista e antirracista'