Coletivo tem até o início de agosto para atingir a meta do financiamento on-line
Thaynara Santos
A Casa Movimentos será um espaço de trabalho, formação, mobilização e construção de redes voltado para juventude que debate política de drogas na periferia. Entre as atividades que serão realizadas no espaço, estão: aulas e oficinas de formação, imersões e residências com jovens periféricos de diferentes partes da cidade, eventos culturais e artísticos, produção audiovisual e de comunicação.
O grupo Movimentos, formado por 15 jovens de várias favelas e periferias do Rio de Janeiro, surgiu em 2016, como um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). O coletivo promove a discussão sobre política de drogas, a partir da vivência da juventude negra, favelada e periférica, em pré-vestibulares, universidades, escolas, Organizações Não Governamentais e unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), entre outros.
Um lugar de formação
A meta 1 – Tudo ou nada, de 15 mil, cobre o aluguel e as despesas mensais da casa durante um ano. A meta 2 – Fazendo acontecer, de 30 mil, mantém o espaço funcionamento por dois anos (aluguel e custos mensais) e paga o mobiliário básico da casa. O financiamento coletivo, lançado no início de junho, tem até o dia 6 de agosto para atingir as duas metas.
Jéssica Souto, produtora audiovisual, cria do Complexo do Alemão e integrante do Movimentos, explica que a Casa será um grande passo para o futuro do coletivo, que em 2020 pretende ser independente. “Hoje o sonho da Casa Movimentos é mais uma das ferramentas que queremos usar nesse processo de devolutiva para os nossos. Um lugar pensado para a formação da juventude periférica sobre direitos humanos, racismo e guerra às drogas. Queremos nossa juventude viva, ocupando o debate, a cidade, as universidades. E isso não se faz com fuzil. Somos especialistas e vivencialistas de tudo o que se discute na academia e em tantos espaços de poder que falam sobre nós”, conta a integrante.
Drogas, Juventude e Favela
Há três anos, o coletivo participa de uma série de oficinas e formações com especialistas sobre política de drogas, sistema socioeducativo, encarceramento em massa, legislação e saúde. Em 2017, o grupo de jovens produziu a Cartilha Movimentos, um guia com linguagem simples e direta que aborda temas como guerra às drogas, redução de danos e história da droga, usada nas oficinas e formações do grupo.
A Casa Movimentos ficará no Parque União, uma das 16 comunidades no conjunto de favelas da Maré. Para colaborar, clique aqui.