Mulheres Protagonistas: Projeto vai mapear mães trabalhadoras das artes

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Iniciativa do Observatório de Favelas busca visibilizar a atuação de artistas, produtoras, curadoras e educadoras do Estado do RJ

Por Observatório de Favelas, 21/10/2021 às 07h

Que as mulheres representam a maioria da sociedade brasileira não há dúvidas. Segundo a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mais recente, de 2019, a população brasileira é composta por 51,8% de mulheres. Apesar de estar a frente em quantidade populacional, historicamente são afetadas pela cultura e política machista e patriarcal, e seguem na luta por igualdade de direitos.

Neste sentido, com o objetivo de fortalecer as discussões sobre a importância da mulher na sociedade, proporcionando condições para a conscientização dos desafios a serem enfrentados, o Observatório de Favelas lança a segunda edição do programa ‘Mulheres Protagonistas’. Agora com foco nas ‘Mães Trabalhadoras das Artes’ o projeto vai desenvolver uma série de encontros e um mapeamento voltado para este público.

Segundo Rebeca Brandão, coordenadora de Desenvolvimento Institucional, o Programa Mulheres Protagonistas nasce a partir de 2018, após um projeto musical desenvolvido na Arena Carioca Dicró, o Lab Dicró, em que percebeu-se que de 50 inscrições, apenas 3 grupos tinham presença feminina e 1 grupo era composto majoritariamente por mulheres. Surgiu então a preocupação da equipe que coordenava o projeto sobre a pouca participação feminina e perguntas sobre quais eram as questões que faziam as mulheres assumirem menos posições de protagonismos dentro da cadeia produtiva das artes. Foi então que nasceu o programa Mulheres Protagonistas, que promoveu durante todo o ano de 2019, encontros de formação, eventos e visibilização do trabalho artístico de mulheres.

“Durante o desenvolvimento do programa em 2019, identificamos que parte deste protagonismo dividido era por conta das funções domésticas e começamos a pensar como oportunizar que mais mulheres pudessem ocupar mais lugares de protagonismo dentro da indústria cultural e criativa. E estamos resgatando este programa agora com temática específica que é a maternidade, para dar visibilidade às mulheres que são mães e trabalhadoras das artes e então vamos oferecer o mapeamento, além dos eventos que vamos realizar”, destacou Rebeca.

Nesta edição o ‘Mulheres Protagonistas’ prevê a realização de quatro lives – de outubro a dezembro – reunindo duplas de mães trabalhadoras das artes, sendo 2 educadoras, 2 produtoras culturais, 2 curadoras e 2 artistas, e moradoras de favelas e periferias do Rio de Janeiro e que expressem diversidade, seja étnico-racial, etária, territorial e de sexualidade.

Mediação: Mara Pereira
Encontro 1 – Educadoras com Cíntia Ricardo e Bianca Bernardo
Encontro 2 – Produtoras com Sarah Souza e Luana Pinheiro
Encontro 3 – Curadoras com Keyna Eleison e Carolina Rodrigues
Encontro 4 – Artistas com Agrade e Luana Rodrigues

Um mapeamento sobre mães trabalhadoras das artes moradoras do estado do Rio de Janeiro será consolidado a partir de respostas do formulário que ficará disponível no site do Observatório de Favelas até dia 30 de outubro e, resultará em uma publicação com informações profissionais e contato dessas mulheres, contribuindo assim para dar visibilizar o trabalho delas no mercado artístico.

Sobre o projeto Mulheres Protagonistas

Em 2019, as mulheres colaboradoras do Observatório de Favelas se reuniram no palco da Arena Carioca Dicró, espaço cultural que a organização é cogestora com a Secretaria Municipal de Cultura, com outras dezenas de mulheres para se questionarem juntas sobre a baixa adesão de projetos artísticos protagonizados por mulheres nos editais públicos de residência de curta duração do equipamento.

O debate público ali iniciado foi a primeira edição do programa Mulheres Protagonistas que no seu primeiro ano realizou cerca de 15 atividades e mobilizou mais de 500 pessoas, contando com espetáculos e oficinas em parceria com a unidade Ramos do Sesc Rio e com
espaços de diálogos com Taísa Machado, criadora do AfroFunk; a repper Nega Giza; e Eliana Silva, curadora do Festival das Mulheres do Mundo no Brasil, entre outrad.

Serviço:

1/10 a 30/10 – Início do mapeamento – Divulgação do formulário disponível para preenchimento https://bityli.com/mulheresprotagonistas
20/10 – Encontro 1 – Educadoras SIM com Cíntia Ricardo e Bianca Bernardo
03/11 – Encontro 2 – Produtoras SIM Sarah Souza e Luana Pinheiro
17/11 – Encontro 3 – Curadoras SIM com Keyna Eleison e Carolina Rodrigues
01/12 – Encontro 4 – Artistas SIM com Agrade e Luana Rodrigues
13/12 – Lançamento da publicação

A segunda edição de Mulheres Protagonistas – mães trabalhadoras das artes é uma realização do Observatório de Favelas, através do eixo de Arte e Território, com apoio da Fundação Heinrich Boll.

Sobre o eixo de Arte e Território

Acredita-se na centralidade política da cultura e da arte para a construção de um projeto transformador da cidade. Esse é o eixo mais recente da atuação pública do Observatório de Favelas, cujos projetos se construíram a partir do entendimento de que práticas culturais e artísticas podem nos levar ao fortalecimento da democracia e à redução de desigualdades. Neste sentido, as iniciativas buscam impactar políticas públicas de arte e cultura, evidenciando favelas e periferias como territórios de formação, difusão, produção e mobilização criativas; ao mesmo tempo que afirmam linguagens artísticas diversas como ferramentas de visibilização de sujeitos, territórios e questões periféricas.

Sobre o Observatório de Favelas

Observatório de Favelas, criado em 2001, é uma organização da sociedade civil sediada no Conjunto de Favelas da Maré, mas com atuação nacional. Dedica-se à produção de conhecimento e metodologias visando incidir em políticas públicas sobre as favelas e promover o direito à cidade. Fundado por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares, tem como missão construir experiências que contribuam para a superação das desigualdades e o fortalecimento da democracia a partir da afirmação das favelas e periferias como territórios de potências e direitos. Atualmente, tem em andamento projetos, divididos em cinco áreas: Arte e Território, Comunicação, Direito à Vida e Segurança Pública, Educação e Políticas Urbanas. Muitos em parcerias com universidades, organizações locais, nacionais e internacionais.

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