No Janeiro Roxo, campanhas buscam desconstruir estigmas sobre Hanseníase

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A hanseníase tem cura e seu tratamento (e diagnóstico) podem ser realizados gratuitamente em unidades de Atenção Primária à Saúde

Em 2024, 19.469 novos casos de hanseníase foram diagnosticados em território nacional. Os números são do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com mais registros da doença. O primeiro é a Índia. Desde 2016, no último domingo de janeiro, são promovidas ações do Janeiro Roxo, mês eleito para a conscientização da importância da prevenção, do diagnóstico precoce e da continuidade do tratamento.

Descoberta em 1873 pelo médico norueguês Gerhard H. A. Hansen (que também deu o nome a bactéria), a doença não é mais chamada de ‘lepra’ ou ‘mal de Lázaro’ por conta do do tabu construído a respeito da doença. Até os dias atuais, seus portadores sofrem com a desinformação criados, principalmente, quanto ao contágio. Ao contrário do que acredita o senso comum, a hanseníase não é transmitida através do uso compartilhado de objetos (como pratos, copos e talheres. Somente através das vias respiratórias (fala, espirro, tosse). Além disso, a maioria das pessoas expostas à bactéria da Hanseníase (Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen) não a desenvolvem. O Ministério da Saúde informa que cerca de 5% das pessoas que já tiveram contato adoecem.

A hanseníase tem cura e seu tratamento (e diagnóstico) podem ser realizados gratuitamente em unidades de Atenção Primária à Saúde. O período entre a contaminação e o surgimento dos sintomas pode ser longo (três a cinco anos), então, atente-se para a lista abaixo e procure ajuda médica na Clínica da Família mais próxima da sua casa.

Aparecimento de manchas (brancas, vermelhas ou marrons);

Perda de sensibilidade e/ou força muscular da pele;

Engrossamento da pele;

Sensação de formigamento, dormência e/ou fisgadas (principalmente nas extremidades do corpo, rosto, mãos e pés);

Surgimento de caroços (que podem ser dolorosos ou não).

Quanto antes iniciado o tratamento (que pode durar até um ano), mais rápido o portador de hanseníase não transmitirá a bactéria para outras pessoas. Apesar de existir cura, a doença (caso atinja um grau elevado) pode causar lesões irreversíveis ao sistema nervoso (cérebro, medula espinhal e nervos periféricos).

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