Pelo segundo ano, comemoração de festa junina na Maré fica dentro de casa

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Por Hélio Euclides, em 18/06/2021 às 11h25. Editado por Edu Carvalho

Basta junho despontar e as tradicionais festas juninas começam, sempre com muita dança, fogueiras, músicas e comidas típicas. Não faltam bandeirinhas espalhadas pelos quatro cantos do país! Apesar de remeter a Santo Antônio, São João e São Pedro, a festividade superou a religiosidade, sendo também comemorada nos meses. de julho e agosto. 

Patrimônio cultural brasileiro, esses eventos reúnem barraquinhas de quitutes, conhecidas como quermesses e as disputas de grupos de danças, com roupas coloridas, tradicionais ou de luxo, em confrontos para conquistar troféus e premiações em dinheiro. A Maré costuma ser palco de muitas apresentações com coletivos de variadas regiões do estado, para o arraial feito nas igrejas ou nas ruas, como a Catorze, na Vila do João ou a Rua Oliveira, na Baixa do Sapateiro. Sem deixar de contar a do campo do Conjunto Esperança; a do calçadão da Praia de Ramos e a do Pontilhão, que fica na entrada da Vila dos Pinheiros. Existem arraiais batizados com nomes, como é o caso do Pequeno Mestre. Ela acontece na Praça do Dezoito, na Baixa do Sapateiro e na Via A/2, na Vila dos Pinheiros.

Com a pandemia, sete festas não puderam acontecer – todas sediadas nas igrejas do território. Segundo a Arquidiocese do Rio de Janeiro, a determinação é que não se realize nenhuma atividade que possa trazer insegurança para os frequentadores e que desrespeite qualquer protocolo sanitário ou civil. “Não podemos realizar, pois seria uma falta de respeito e amor com tantas famílias que tiveram vidas perdidas”, resume Maria Avelino, integrante da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, na Baixa do Sapateiro. 

Ano passado a Paróquia São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Paz, no Parque União, fez a Caixa Junina, onde moradores receberam comidas típicas por meio de delivery. Este ano ainda avaliam se haverá algo nos mesmos moldes. A Paróquia Sagrada Família, localizada na Nova Holanda, promete fazer a festa na casa dos moradores, com retirada no local, um drive thru de comidas típicas nos meses de julho.

O festejo junino além de ser um momento cultural e de lazer, é um espaço de socialização. “As festas juninas nos ajudam a criar um momento de encontro, de amizade, de valorização das tradições culturais e artísticas do nosso país, sendo também uma ótima instância para o entretenimento e descontração de todos”, destaca Pablo Walter Dawabe, padre da Paróquia Jesus de Nazaré, localizada na Baixa do Sapateiro. A ausência da festa também influencia na economia local. “Este é o segundo ano sem a festa junina, devido aos cuidados sanitários tão importantes. Um outro aspecto das festas juninas paroquiais é que elas também são uma fonte de ajuda material para a nossa comunidade paroquial”, conta. Ele admite que sem a festa só foi possível cumprir as responsabilidades financeiras com a solidariedade dos paroquianos. 

Bem antes já começam os ensaios das quadrilhas para um teatral casamento. Alexandre Pichetti durante o ano é professor em escolinha de futebol e árbitro nas peladas da Maré, mas no meio do ano se torna um organizador de quadrilha. Ano passado Pichetti ficou órfão dos grandes festejos. “Não teve aquelas festas, mas fizemos pequenos eventos com as famílias na porta de casa com roupas usadas de outros anos. Reunimos amigos sem aglomeração com fogueiras, comidas típicas, um som com músicas e muito amor. No momento misturamos a tristeza, uma vez que já se vão dois anos sem as nossas danças de competição, mas temos a esperança que tudo vai voltar ao normal”, diz.

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