Por que uns e não outros têm direito à segurança pública?

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Este 13 de Maio fica marcado por mais um dia de truculência em ação policial em favelas da Maré

Jéssica Pires

Desde o início da última semana, as favelas da Maré têm vivido uma série de violações de direitos em ações policiais. Segunda, (6/5) foram oito mortes no Conjunto Esperança.  Na mesma semana, dias 7, 8 e 10/5 recebemos relatos da presença armada das polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro em Marcílio Dias, sem qualquer nota ou posicionamento oficial destas instituições, mesmo após diversos questionamentos, por dias por parte da nossa equipe.

Hoje,  (13/05), o dia iniciou novamente com notícias sobre ação policial em Marcílio Dias. A ação começou às 6h, com a presença do “caveirão voador” fazendo voos rasantes. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a ação foi em conjunto com  da 65ª DP, de Magé, e da Delegacia de Roubos e Furtos, que tinham mandados de prisão e apreensão.

Quando ainda buscávamos informações sobre a motivação da operação em Marcílio Dias, por volta de 15:40h da tarde, as favelas Nova Holanda, Parque Maré, Parque União, e Rubens Vaz teve início de uma operação policial do CORE com  “caveirão voador” dando voos rasantes e lançando tiros a esmo e de pelo menos 3 carros blindados circulando pela região.

Isso aconteceu no momento da saída de alunos das escolas públicas e privadas dessas 4 favelas onde moram mais de 53 mil pessoas. Mais uma vez atentamos que esse tipo de  ação descumpre normas e protocolos para atuação da polícia na Maré, incluídas na Ação Civil Pública da Maré, que determinam que as operações não ocorram perto de espaços escolares e em horário de fluxo de entrada e saída de alunos. No momento da operação, diversas crianças estavam em aulas dos preparatórios para ensino médio, e fundamental,  que aconteciam no prédio central da Redes. Além destas, outros 300 alunos do Curso Pré-Vestibular, Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e Alfabetização para Mulheres tiveram as aulas canceladas. Postos de sáude foram fechados e moradores cerceados do direito de ir e vir.

É possível imaginar esse mesmo cenário em qualquer outro ponto da cidade do Rio de Janeiro? Que política de segurança permite que o direito a vida seja negado a cidadãos da Maré?

Até às 19h20 da noite, não tivemos retorno da assessoria de comunicação das polícias sobre a motivação desta ação policial.

*Número de total de moradores do Parque União, Rubens Vaz, Nova Holanda e Parque Maré, segundo dados do Censo Maré, de 2013.  

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