Primeira aula-campo do “Maré a Céu Aberto” foi realizada sexta, 29

Data:

Projeto visa criar um museu interativo na Maré com instalações nas ruas, muros e praças do bairro

Por: Hélio Euclides

Céu aberto, segundo o dicionário Oxford, é a atmosfera não confinada, fora de um edifício. No sentido mais amplo, um museu a céu aberto são as reconstituições históricas ao ar livre. Com esse pensamento, nasce o trabalho de construção coletiva do projeto “Maré a Céu Aberto”.

Trocando em miúdos: trata-se de um museu interativo e integrador com instalações nas ruas, muros e praças da Maré. O projeto é de um museu não convencional, sem obras de arte expostas em galerias ou penduradas em paredes. “É inovador, um desafio, representa um lugar de encontro de memória. É inspirado nos griots, indivíduos, entre algumas etnias africanas, que tinham o compromisso de preservar e transmitir os conhecimentos, designar as ‘bibliotecas vivas’. Ao levantar o processo de história, estamos mobilizando os moradores, buscando o diálogo, valorizando a vivência e resgatando a memória”, explica Karla Rodrigues, assistente de coordenação do Núcleo de Memória e Identidade dos Moradores da Maré (Numim) e pesquisadora.

Aula-campo

O primeiro evento do projeto este ano foi um rodão de conversa em fevereiro, com convidados, no Centro de Artes da Maré. Nesta nova fase, foi realizada uma aula-campo, no dia 29 de março, com o professor Ernani Alcides pelos cinco pontos de memória. Em cada estação de memória haverá, no futuro, uma intervenção artística permanente. “O objetivo também é andar pela Maré, e apresentar a favela na qual, muitas vezes, não se caminha por todas as partes”, diz o professor.

Os cinco locais de referências onde serão as estações do Museu a Céu Aberto são: Praça do Parque União, Casa das Mulheres, Praça da Nova Holanda, Praça do 18 (Baixa do Sapateiro) e Parque Ecológico (Vila do Pinheiro). Esse locais são espaços de concentração coletiva, marcos urbanos e de simbologia. O Maré a Céu Aberto tem a parceria do Numim e da Azulejaria, projetos do Eixo de Identidade e Memória da Redes da Maré e do Eixo Arte e Cultura, com apoio do Itaú Cultural.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Invasão de domicílio foi a violação mais registrada durante operações policiais em 2023, mostra levantamento

'Tudo o que conquistei com muito suor foi destruído', testemunho retrata parte dos dados sobre operações policiais de 2023, disponíveis  no 8° Boletim Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça na Maré

A luta pelo saneamento e os esforços para restaurar o ecossistema mareense

Nos anos 1980, foram aterrados cerca de 256 hectares no entorno da baía, deslocando assim toda a orla original e reduzindo o canal entre a Maré e a Ilha do Fundão | Foto: Felipe Bacelar