Redes da Maré promove ações de mobilização e busca por direitos no Dia Internacional dos Direitos Humanos

Data:

Haverá lançamento da campanha, vídeo e exposição ‘Somos da Maré. Temos Direitos’ e do caderno de
artigos ‘Falando Sobre Segurança Pública na Maré’

Por Redação, em 10/12/2021 às 10h58.

Alguma vez você deixou de ir à escola? Ir a uma consulta médica marcada? Chegou tarde no trabalho por conta de alguma operação policial e/ou tiroteio onde você mora? Muitos moradores de favelas e periferias têm suas vidas cotidianamente atravessadas por essas questões. A ONG Redes da Maré, como
parte da sua campanha de mobilização e busca por direito à segurança pública e à vida, lança nesta sexta, 10.12, às 18h, no galpão da Redes da Maré, na rua 17 de fevereiro, no Parque Maré, a campanha Somos da Maré. Temos Direitos, que será inaugurada com uma exposição, mesa-redonda e a exibição de um vídeo, com moradores respondendo à pergunta: qual é o seu sonho?

O resultado desta enquete é alarmante! Para esta população, o que deveria ser um direito básico garantido, como ir à escola, ao posto de saúde ou ao trabalho, circular pela cidade, cursar uma faculdade, conseguir se aposentar ou ter sua casa própria, aparece, na maior parte das falas, como sonho! Ou seja, a violência, seja ela causada por uma operação policial ou um confronto armado, interrompe sonhos. A luta vira cotidiano e as violações colocam tudo a perder em segundos, mas os danos são permanentes.

E um dos maiores empecilhos hoje para a conquista de sonhos que se confundem com direitos, para quem mora nesses territórios, é a insegurança e o medo de sair e voltar para casa, provocado pela política de segurança pública pautada na violência e violações. Os mais de 140 mil moradores das 16 favelas da Maré querem ser respeitados como qualquer pessoa da cidade, de qualquer bairro, para poder sonhar com horizontes largos, e ter seus direitos básicos garantidos.

Mobilização territorial, exposição, cartilhas e painéis

Como parte da campanha, haverá uma ação de mobilização pelas diferentes favelas da Maré, começando às 10h desta sexta-feira, com a entrega de cartilhas, adesivos, bottons e cartazes, que trazem informação sobre o que pode ou não ser feito em uma abordagem policial, as condições em que essa ação pode e deve acontecer, como horários, revista, necessidade de mandado judicial etc. Além disso, a cartilha explica o que pode ser feito caso aconteça uma violência ou violação com moradores e qual a rede de proteção e
instituições públicas que são responsáveis por garantir esse direito.

A campanha prevê ainda a exposição “É preciso estar vivo para viver”, na Maré, com os sonhos estampados ao lado dos rostos desses moradores, assim como grandes cartazes espalhados pela cidade e pela Maré.
A Redes da Maré acredita ser preciso ESTAR VIVO PARA VIVER e, para isso, vidas precisam ser preservadas, direitos garantidos e uma nova política de segurança pública assegurada para esses territórios.

Caderno de artigos Falando Sobre Segurança Pública na Maré

Acreditando na força do protagonismo dos moradores na discussão estratégica sobre segurança pública, a Redes da Maré também lança, também nesta sexta, 1012, a 2ª edição do caderno de artigos “Falando sobre Segurança Pública – a vida na favela: relatos sobre o cotidiano em meio à violência armada”, que reúne sete artigos de moradores da Maré sobre Racismo, Juventudes, Guerra às Drogas e Violência Armada nas Favelas.
Ana Paula Godoi Medrado, Fagner França, Gabriel Lima, Isabel Barbosa, Joelma Sousa dos Santos, Levi Germano Batista e Vânia Silva contribuem com suas vivências em relação aos impactos da violência armada na Maré.

Programação: sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

10h às 16h – Colagem de lambes “É preciso Estar Vivo para Viver”
10h às 16h – Campanha porta-a-porta de distribuição das cartilhas
10h às 14h – Exposição Fotográfica “É Preciso Estar Vivo para Viver”
Local: Praça da Nova Holanda, em frente ao mototáxi da rua principal e próxima à sede da
Redes da Maré (R. Sargento Silva Nunes, 1012)
14h às 17h – Exposição Fotográfica “É Preciso Estar Vivo para Viver”
Local: Entrada da Rubens Vaz pela Avenida Brasil
16h – Lançamento do Painel “É Preciso Estar Vivo para Viver”
Local: Rua São Sebastião (Favela da Galinha)
18h – Evento: Lançamento da campanha “Somos da Maré. Temos Direitos”, com a exibição do vídeo “É preciso Estar Vivo para Viver”, que traz depoimentos de moradores da Maré sobre qual é o seu sonho?, e do livro de artigos “Falando Sobre Segurança Pública na Maré – a vida na favela: relatos sobre o cotidiano em meio à violência armada”. Local: Galpão do Espaço Normal, Rua 17 de Fevereiro, 237. Parque Maré.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas

Baía de Guanabara sobrevive pela defesa de ativistas e ambientalistas

Quarenta anos após sua fundação, o Movimento Baía Viva ainda luta contra a privatização da água, na promoção da educação ambiental, no apoio às populações tradicionais, como pescadores e quilombolas.

Idosos procuram se exercitar em busca de saúde e qualidade de vida

A cidade do Rio de Janeiro tem à disposição alguns projetos com intuito de promover exercícios, como o Vida Ativa, Rio Em Forma, Esporte ao Ar Livre, Academia da Terceira Idade (ATI) e Programa Academia Carioca