Rio de Janeiro é campeão de intolerância religiosa

Data:

Denúncias saltaram em quase 270% de 2011 a 2017; preocupado com o avanço dos ataques , especialmente direcionados às religiões de matriz africana, OAB/ RJ cria o Disque Intolerância, embora o Governo Federal já disponibilize canal (Disque 100) para registro de violação a Direitos Humanos

Thaynara Santos

Em 2017, o Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar no ranking de denúncias contra intolerância religiosa. Entre as religiões que sofreram mais ataques estão: Candomblé (11), religiões de matrizes africanas (14), Umbanda (8), Espírita (8) e não informada (21). Diante desse cenário, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro (OAB/RJ) criou o Disque-Intolerância, um canal para denúncias de casos de violência e agressão por discriminação religiosa.
Segundo dados do Disque 100, entre 2011 a 2017, os casos relatados de intolerância religiosa no Rio de Janeiro aumentaram de 3 a 80. O canal, direcionado para denúncias de violação de direitos humanos, foi criado, em 2011, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no Governo Dilma Roussef.
Em junho de 2019, o Data Labe e o portal Gênero e Número lançou a matéria “Terreiros na Mira” sobre o preconceito direcionado às religiões de matriz africana no Brasil, principalmente em territórios periféricos e uma compilação dos dados do Disque 100. Na reportagem, o racismo e o preconceito de gênero também são destacados como motivadores da discriminação religiosa, “A intolerância religiosa no Brasil tem gênero e raça. De 2011 ao primeiro semestre de 2018, 59% das vítimas eram negras e 53%, mulheres, segundo denúncias recebidas pelo Disque 100. Entre agressores/suspeitos, 56% são brancos e 43% negros. Em relação ao gênero, a proporção é mais equilibrada, com mulheres na maioria (52%)”. O dado é do Portal Gênero e Número.

Se você sofreu discriminação religiosa, entre em contatos com estes órgãos:
Disque 100 – Disque Denúncia Nacional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: O telefone funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas por um telefone fixo ou celular.

As denúncias podem ser relacionadas a: crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, população LGBT, população em situação de rua, Discriminação ética ou racial, tráfico de pessoas, trabalho escravo, terra e conflitos agrários, moradia e conflitos urbanos, violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais, violência policial, violência contra comunicadores e jornalistas, violência contra migrantes e refugiados.

Disque-intolerância (Ouvidoria OAB/RJ):
Telefone: (21) 2272-6150 / (21) 2272-2246
E-mail: [email protected]

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Série “Amar É Para Os Fortes” será exibida gratuitamente na Maré

Série sobre violência das operações policiais em favelas será exibida na Maré nesta quarta (05)

Das pistas de atletismo da Maré para solo estadunidense

A trajetória do atleta mareense de 22 anos que, por meio da corrida, pôde voar.

Rene Silva e Flavia Oliveira são homenageados pela deputada Renata Souza

Renata Souza entrega Medalha Tiradentes a Rene Silva e...

Saiba quem são os ganhadores do Comida de Favela

Além dos ganhadores do Comida de Favela três comerciantes ganharam uma menção honrosa pelo trabalho que realizam em seus estabelecimentos