Ronda Coronavírus: Prefeitura anuncia retorno de aulas de rede privada de ensino

Data:

Rede estadual, universidades e Institutos de educação pública não tem previsão de retorno

Enquanto reitores de 10 universidades e institutos de educação pública do estado do Rio de Janeiro pensam em retorno remoto das aulas e afirmam que o retorno presencial das aulas em 2020 é algo improvável, a prefeitura do Rio informou nesta semana o retorno das aulas presenciais da rede privada de ensino a partir de 3 de agosto. Entretanto, a presença será facultativa para professores, alunos e funcionários. O retorno seria para alunos do 4º, 5º, 8º e 9º ano. A rede municipal de ensino não tem previsão de retorno.

Em reunião no dia 16 de julho, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) informou que não há previsão para retorno das aulas presenciais das escolas da rede estadual de ensino. Segundo secretária de educação, as atividades só irão retornar quando a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19 der o aval e permitir o retorno.

A Secretaria de Estado de Saúde registrou nesta sexta-feira (24) mais de 154 mil casos confirmados e mais de 12,6 mil vítimas de Covid-19. Desses, 69,4 mil casos confirmados e mais de 7,9 mil mortes são na capital. A Maré tem, nesta sexta-feira, 420 casos confirmados e 84 mortes pelo novo coronavírus, de acordo com o Painel Rio Covid-19, da Prefeitura. O boletim De Olho no Corona! desta semana aponta para 1.397 casos e 114 mortes na Maré, entre suspeitos e confirmados.

Pandemia e educação

É visível que a pandemia impactou a rotina e vivência da Maré de diversas formas: a interrupção das atividades físicas, o fechamento do comércio não essencial, o esvaziamento das ruas e pessoas andando de máscara. Mas um dos impactos mais percebidos foi na educação. A mudança e adaptação da nova rotina escolar, a dificuldade para acessar o material das aulas – que agora é online –, com a rede de internet da favela tem sido reclamação constante de estudantes. Diante as dificuldades e a desmotivação para estudar em casa, três em cada 10 jovens contaram que pensaram, durante esses quatro meses de afastamento das salas de aula, em abandonar os estudos após a pandemia, de acordo com a pesquisa “Juventudes e a pandemia do Coronavírus”.

         O boletim De Olho no Corona! e o podcast Maré em tempos de coronavírus desta semana abordaram justamente os efeitos da pandemia na educação, principalmente da população da Maré. É possível acessar o boletim no site da Redes da Maré e o podcast no perfil da Redes da Maré no Spotify

Coronavírus e meio ambiente 

  Juliana Oliveira, uma das fundadoras do coletivo Eco Maré, precisou reinventar as ações do coletivo durante a pandemia. Com a impossibilidade de realizar as rodas de conversa e atividades sobre educação ambiental, o coletivo fez uma ação de doação de máscaras para moradores da Nova Maré. “Com isso, a gente viu que saúde e natureza estão intrinsecamente interligadas. Foi muito bom porque a gente começou a trabalhar sobre saúde pública, saúde coletiva e conseguiu ajudar mais pessoas”, observou.

O coletivo que Júlia faz parte precisou se adaptar à pandemia e fez doações de máscaras em favela da Maré

Em um artigo, Júlia Rossi, que é biofísica, coordenadora do projeto Maré Verde do eixo de Desenvolvimento Territorial da Redes da Maré, observou que há uma relação muito próxima entre o meio ambiente e a pandemia. Mesmo que o isolamento social tenha proporcionado mudanças significativas no ambiente, a pandemia ajudou a destacar ainda mais as desigualdades já existentes nos espaços populares. “Nas favelas, ficou ainda mais evidente como o acesso ao saneamento e às condições de saúde pública estão relacionadas, como ter acesso à água potável e ao tratamento de esgoto domiciliar e industrial. Como exigir que as pessoas higienizem as mãos se o acesso à fonte de água é precário e os recursos para adquirir sabão e álcool em gel são escassos?”, contou no artigo disponível no site do Maré de Notícias Online.

Auxílio emergencial

A Caixa Econômica começou a pagar a quarta parcela do Auxílio emergencial a partir de hoje para 5,4 milhões de pessoas que solicitaram o auxílio. Receberam nesta sexta-feira (24) pessoas que recebem Bolsa Família e as que estão no Cadastro Único, que se inscreveram no programa pelo aplicativo ou site. Aqueles que forem sacar o dinheiro deve ficar atentos às aglomerações nos bancos.

Dicas culturais

O último final de semana de julho está repleto de convidados na primeira edição do Festival Plural, evento online e gratuito sobre a comunidade LGBTQIA+. Serão 26 atrações de sete estados se apresentando em palestras, shows e performances. O evento começa a partir das 16h de sábado e domingo. Os interessados podem assistir as atrações através do site do festival.

Em comemoração ao dia da Mulher Negra Latino-americana e caribenha neste sábado (25), artistas irão fazer lives para celebrar a data, que também é dia nacional de Teresa de Benguela, liderança quilombola no século XIX. 

A partir das 16h, acontece a live “Zezé Motta – Mulher Negra”, que será transmitida em todos os canais da atriz e cantora (Youtube, Instagram e Facebook)

Indo até o dia 27 de julho, o Festival Latinidades tem mais de 60 atrações, entre debates, recitais de poesias, apresentações de dança e música. A mostra é gratuita e será transmitida pelo instagram e pelo Instagram e YouTube

Elza Soares vai fazer uma dobradinha de lives nesse final de seman. No sábado (25), ela se apresenta no “Elza em Jazz”, transmitida a partir das 21h no seu canal do YouTube. Já no domingo, (26), às 19h, a Elza vai estar ao vivo no canal de YouTube do Instituto Marielle Franco para cantar as suas músicas mais famosas e aquecer os nossos corações em homenagem à Marielle, que comemoraria aniversário no dia 27 de julho.

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas

Baía de Guanabara sobrevive pela defesa de ativistas e ambientalistas

Quarenta anos após sua fundação, o Movimento Baía Viva ainda luta contra a privatização da água, na promoção da educação ambiental, no apoio às populações tradicionais, como pescadores e quilombolas.