Ronda Coronavírus: Recordes de mortes por COVID-19 no país e no estado do Rio

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Em 24 horas, foram confirmadas mais 615 mortes e 10.503 casos. É o maior aumento diário no total de mortes e de casos novos desde o começo da pandemia

Nesta quarta (06), o Brasil tem 8.536 mortes e 125.218 casos confirmados de novo coronavírus, diz Ministério da Saúde. Foram 10.503 novos casos confirmados, o maior aumento diário desde o início da pandemia. O estado do Rio também bateu recordes: em 24 horas, o estado chegou a 1.205 óbitos e 13.295 casos de COVID-19. 

Na capital fluminense foram 8.577 casos e 764 mortes. São 1548 pessoas internadas no SUS pelo novo coronavírus e 431 em UTI. O Hospital Federal de Bonsucesso, apesar de ser citado como referência para o atendimento a COVID-19, ainda tem leitos ociosos por falta de pessoal e equipamentos. Na Maré são 39 casos e 9 óbitos, enquanto bairros vizinhos somam 139 casos e 21 mortes (Bonsucesso e Ramos). Segundo dados oficiais, a Maré tem 23% de letalidade da doença, mas como são muito poucos os casos testados para haver confirmação, essa relação pode não corresponder à realidade. Segundo especialistas, apenas com a testagem em massa que o número de letalidade poderá ser confiável. 

Na UPA da Maré, pessoas eram atendidas em uma tenda do lado de fora da unidade para evitar contaminação. Por falta de máscaras, profissionais de saúde estão evitando a troca a cada 2 horas,  sendo possível apenas duas vezes ao dia. Pelo mesmo problema, apenas pacientes sintomáticos (os que apresentam sintomas da doença) estavam recebendo máscaras, o que é um grande risco, pois sem máscaras, os assintomáticos (aqueles que não têm sintomas da doença) transmitem o vírus para mais pessoas.

O governador Wilson Witzel comunicou que a Polícia Militar vai fechar estabelecimentos comerciais que não estiverem cumprindo as determinações de isolamento. Aqueles que não estão autorizados a funcionar por não serem prestadores de serviços essenciais, serão fechados e também multados por descumprimento de regras sanitárias. Além disso, as pessoas que forem flagradas em aglomerações serão levadas para delegacias, autuadas pelo crime de desobediência e responsabilizadas por seus atos. Dados mostram que 60% da população está nas ruas, o que pode elevar mais rapidamente a disseminação do vírus. A recomendação é para que as pessoas só saiam de suas casas para serviços essenciais, como compras de alimentos ou irem ao médico.

A Prefeitura do Rio também poderá adotar um bloqueio parcial de determinadas áreas da cidade onde a população não esteja respeitando o isolamento social e comerciantes insistem em abrir lojas que não são essenciais para o município. O lockdown parcial — que consiste em proibir a abertura do estabelecimento — pode começar amanhã em três bairros da Zona Oeste: Campo Grande — que atualmente tem o maior número de mortes por causa da doença —, Bangu e Santa Cruz.  A taxa de letalidade é alta em Bangu, Realengo e Santa Cruz, onde, para cada cinco pessoas doentes, há uma morte.

Foi lançado hoje o selo “Fiocruz tá junto”, que valida materiais de comunicação comunitária sobre COVID-19. Qualquer pessoa, associação ou coletivo poderá submeter até três materiais sendo eles produtos gráficos (digitais), sonoros (spots para carros de som e podcasts) ou vídeos que veiculem informações sobre o novo Coronavírus. O selo faz parte da campanha “Se liga no Corona”, uma parceria de coletivos de Manguinhos, a Redes da Maré e a Fiocruz. Para submeter o material é só preencher o formulário

A Redes da Maré inaugura amanhã (07) a publicação de um boletim semanal com os números referentes aos casos suspeitos e confirmados de coronavírus nas 16 favelas da Maré. Os dados são levantados periodicamente pela equipe de profissionais da área social da instituição junto à população e será lançado às quintas-feiras. O boletim “De olho no Corona” é um desdobramento da campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus” e vai abordar a situação das unidades de saúde presentes no território. 

O boletim irá abordar semanalmente um tema relevante relacionado à pandemia em favelas e periferias. O primeiro é sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nas unidades de saúde da Maré e como os profissionais da área estão expostos à contaminação. O objetivo do levantamento é chamar atenção para possíveis casos subnotificados, apresentar as demandas das unidades de saúde da região e contribuir para o planejamento de medidas de prevenção e controle da pandemia em territórios de favelas e periferias, com foco no conjunto de 16 favelas da Maré. Saiba mais em www.redesdamare.org.br

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