Por Edu Carvalho, em 11/06/2021 às 17h
Queridos leitores, temos novidade!
A pandemia impactou de forma diferente as favelas e periferias no Brasil, e como jornal comunitário e periférico que somos, tivemos grande responsabilidade na divulgação de notícias que pudessem mitigar as enormes consequências sentidas em territórios periféricos.
Diariamente, durante seis meses, publicamos a Ronda Coronavírus, um espaço dedicado aos dados da covid-19 na Maré, na cidade e os seus impactos. Em novembro de 2020, ela se tornou semanal e virou a Ronda Maré de Notícias, ampliada com assuntos culturais, econômicos, políticos e sociais.
Toda sexta-feira a nossa Ronda mostra o que de fato virou notícia na Maré e o que importa no Brasil. Mas a partir de agora, você pode ouvir nosso conteúdo.
Em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, lançamos o podcast Ronda Maré de Notícias. Já no ar!
– Os editores
O cenário não é o melhor. No momento atual, a pandemia do coronavírus no Brasil se configura como de alto risco.
Em 20 estados e no Distrito Federal, bem como 17 capitais encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 80%. Quem aponta é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no mais recente Boletim Observatório Covid-19. A combinação de um número alto de casos, ligeira queda de óbitos e a maior parte dos estados com altas taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 para adultos no SUS demanda muita atenção e prudência, sendo prematuro considerar que há uma “queda sustentável de casos e óbitos” ou que estamos entrando em uma “terceira onda”.
Quanto às medidas de enfrentamento a serem adotadas, enquanto a maior parte da população não está vacinada, os pesquisadores afirmam que, com exceção do bloqueio/lockdown (que é uma medida mais forte e que deve ser adotada para os estados e municípios com taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 de 85% ou mais), devem incorporadas algumas ações fundamentais.
Situação da pandemia no Rio
A Prefeitura do Rio prorrogou, até o dia 28 de junho, as medidas de restrição contra a Covid na cidade. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (11) e reiterado na 23ª divulgação do Boletim Epidemiológico da capital.
Segundo a determinação, permanecem suspensos o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança; realização de festas que necessitem de autorização transitória, em áreas públicas e particulares.
Desde março de 2020, o município do Rio totalizou 340.672 casos de Covid-19, com 27.173 óbitos. Somente em 2021 foram 134.512 casos e 8.543 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 6,4%, e a de mortalidade, em 128,2 a cada 100 mil habitantes. A incidência da doença é de 2.019,3/100 mil. O boletim indicou ainda a permanência de todas as 33 regiões administrativas do município na classificação de alto risco para a transmissão da Covid-19, considerando as internações e óbitos, pela quinta semana seguida.
Covid-19 na Maré
A 35ª edição do Boletim Conexão Saúde – De Olho no Corona, com dados coletados na primeira semana do mês de junho constata: a cada 100 pessoas testadas na Maré nas últimas duas semanas, 15 delas estavam infectadas pelo coronavírus.
A análise é feita a partir de um panorama geral dos casos, óbitos e vacinação na Maré e Manguinhos, levando em consideração os dados oficiais do governo municipal e também os produzidos pelo projeto Conexão Saúde – De olho na Covid por meio dos Centros de Testagem, dos atendimentos em telemedicina e do Programa de Isolamento Domiciliar Seguro.
O boletim é uma publicação do projeto Conexão Saúde, uma iniciativa da Redes da Maré, Fiocruz, Dados do Bem, SAS Brasil, Conselho Comunitário de Manguinhos e União Rio
De acordo com o Painel Unificador COVID-19 Nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré ainda figura como 1º lugar nos registros de óbitos e casos. Ao todo, são 4940 casos e 277 mortes no território. Na lista, a ordem com principais pontos de infecção e óbitos estão Rocinha, Alemão, Fazenda Coqueiro e Complexo do Lins. Até o fechamento desta edição da Ronda, o país contabilizava 482.135 óbitos e 17.215.159 casos, segundo o consórcio de veículos de imprensa (Globo, Jornal O Globo, Extra, Folha, Estado de São Paulo, G1 e UOL).
Sem pular fogueira – de novo
Não tem jeito: basta junho despontar no calendário e aquela vontade louca de se aprumar com um par e sair pulando fogueira ‘’iáiá, iôiô’’ começa. Não é por menos. Mês onde os festejos são dedicados à Santo Antônio
Pela Maré, bandeirinhas estariam tremulando no Parque União e na Baixa do Sapateiro. No Alemão, canjica e milho poderiam ser devorados na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, que fica na nova Brasília. Na Rocinha, a sede do anarriê seria a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem.
E pelo Rio saltariam as opções de diversão e bom : a da Rua Lauro Muller, em Botafogo; o Arraiá do Parque Guinle, em Laranjeiras; ir até a Baixada para ver a Quadrilha Chico Amaro, em São João de Meriti, sem deixar de passar pela tradicional Festa Junina da Feira de São Cristóvão.
Por enquanto, é hora de guardar o vestido de chita, a camisa xadrez e o chapéu de palha pra quando puder. Vai passar.
#UseMáscaraMorador
Com o aumento do número de casos desde o início da pandemia, o Maré de Notícias faz um apelo: usem máscara. Ontem, o presidente da república Jair Bolsonaro afirmou ter discutido com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o fim da obrigatoriedade do uso da proteção individual para quem já foi vacinado contra a Covid-19 e também para quem já a contraiu.
Façamos o contrário. Mesmo vacinados, não deixem de usar máscara e o fazer isolamento social, únicas saídas para o combate ao coronavírus.
Clique aqui para ver o manifesto que conta com a participação de líderes comunitários, moradores de diversas favelas do Rio, o jornalista Manoel Soares e as atrizes Taís Araujo, Debora Bloch.
Maré de cultura
Estreou nesta semana a quarta temporada do podcast Olhando pra Dentro.
A nova leva conta com 10 episódios que busca ressignificar o luto através de conversas honestas sobre o tema. Vale maratonar e conferir todos os papos, comandados por Fernanda Sigilião, que recebe desta vez a jornalista Camila Appel, a cantora Clarice Falcão, Mariana Clark, Gabriela Casellato e mais convidados. Ouça no Spotify e demais plataformas de aúdio.
Se você mora no Rio, um aviso: um dos equipamentos de cultura mais relevantes para a arte carioca, o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, será reaberto no sábado, 12 de junho. Das 9h às 15h, artesãos e brecholeiras de toda a cidade estarão a postos para a estreia da Feirinha do Sérgio Porto, além da Gastromotiva (gastronomia social) e o Acarajé da Catia, entre outros. Haverá apresentação do poeta Chacal com o icônico CEP 20.000 (10h); o ator Bruce Gomlevsky – eternizado como Renato Russo no teatro – cantando músicas de amor (11h) e o ator, produtor e DJ Rodrigo Penna (Bailinho; 12h).
A entrada será gratuita, mas restrita a até 40% da capacidade (40 pessoas ao mesmo tempo). Haverá álcool em gel, controle de entrada e saída de visitantes, medição de temperatura na porta e demais medidas protocolares, como distanciamento e a obrigação do uso de máscaras.
Vai até dia 16 de agosto, no CCBB do Rio, a exposição Nise Da Silveira – A Revolução Pelo Afeto, com 90 obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de peças de Lygia Clark e Zé Carlos Garcia, fotografias de Alice Brill, Rogério Reis e Rafael Bqueer, vídeos de Leon Hirzsman e Tiago Sant’Ana e aquarelas e fotos de Carlos Vergara. A exposição é gratuita, mas é necessário agendar no site Eventin e cumprir protocolos sanitários. #DicaDoMeio
Anelis Assumpção, Lenna Bahule e Emicida estão entre os convidados da Festa dos Batuques Paulistas, que realiza shows e rodas de conversa até domingo. #DicaDoMeio
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é a entrevistada do próximo Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar nessa segunda. Estudiosas do feminismo como Djamila Ribeiro e Carla Akotirene compõem a bancada. #DicaDoMeio
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