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Aprenda como poupar  e terminar o mês fora do vermelho

João Ker

Aumento na conta de luz, salário atrasado, período de desemprego, gasolina cara e o preço das compras de supermercado só cresce de mês em mês. Às vezes, pode parecer quase impossível sair do vermelho no fim do mês e fazer com que seu salário renda 30 dias. Bem, esse até pode ser o caso em algumas situações, mas saiba que é sempre possível enxugar alguns gastos extras aqui e ali, para melhorar seu orçamento. Abaixo, o assessor de investimentos Miguel Milanez[1] dá algumas dicas de situações que você pode e deve evitar para não se ver preso em dívidas que se tornem uma bola de neve:

Para começar o mês bem:

– Nunca planeje gastar tudo o que você recebe no mês. Se você tem uma renda fixa ou mesmo se seu pagamento varia de um período para o outro (de acordo com vendas ou comissões, por exemplo), lembre-se sempre de guardar uma quantia “por precaução”. Pense que a qualquer momento você pode perder o emprego e que alguns meses podem ser piores que outros. Uma reserva também pode ser útil para se precaver para situações como um conserto de última hora, até uma enfermidade.

No supermercado:

– Faça uma lista de compras antes de ir ao mercado e seja fiel a ela. Pequenas compras impulsivas podem fugir do seu controle. Às vezes, um item acaba se tornando dez e, no final do mês, o dinheiro pode lhe fazer falta.

– Compare preços antes ir às compras e, se necessário, divida os produtos entre dois ou mais estabelecimentos. No fim das contas, o que você poupou com promoções, descontos e pequenas vantagens entre um produto e outro significa um dinheiro extra no orçamento do mês.

Com cartão de crédito e parcelamentos:

– Mantenha seu próprio controle de tudo o que gastou no cartão de crédito. Lembre-se de comparar o limite restante com o que você ainda tem sobrando. Nunca deixe ultrapassar o que você tem pra gastar esse mês.

– Tente pagar tudo à vista e sempre negociar descontos para essas compras. Ao parcelar, mesmo que sem juros, você pode se esquecer do valor total da compra e focar apenas no preço da parcela, o que tende a se tornar uma bola de neve para quem tem dificuldade de se controlar com cartões de crédito e cheques.

– Planeje compras grandes com o máximo de antecedência possível, seja uma nova TV, um celular ou, até mesmo, aquela máquina de lavar que precisa ser trocada. Também evite ao máximo fazer financiamentos e parcelamentos com juros, mesmo que eles pareçam pequenos a princípio.

– Não deixe a fatura do cartão para depois. Muito menos parcele ou pague apenas o valor mínimo, que representa uma parte bem pequena do problema real. Lembre-se de que, no mês seguinte, você precisará pagar o restante da parcela, uma multa por atraso e as próximas compras.  Essa bola de neve criada pelo cartão também gera outro gasto: os juros rotativos, que podem chegar a taxas de até 15%.

– Se tudo der errado e você não conseguir pagar a fatura do mês, retire a quantia da reserva de emergência. Se ainda assim não for suficiente, tente negociar com o Banco um empréstimo – as taxas continuarão menores que aquelas cobradas pelo cartão. Caso chegue a esse ponto, pegue apenas o valor necessário e negocie o menor número possível de parcelas para o seu orçamento.

Conseguiu juntar dinheiro no fim do mês?

– Guarde essas reservas e force os juros a trabalhar para você, e não contra. Investir dinheiro não é necessariamente “coisa de gente rica” – existem modelos pequenos que chegam a 100 reais por mês. A poupança já é uma ótima maneira de começar: simples e não requer um valor mínimo.

– Preocupe-se com o seu futuro e pense que investimentos são como uma bola de neve do bem. É possível investir um pouco todos os meses e, daqui a 15 ou 20 anos, comprar um carro ou até mesmo uma casa. Isso sem falar na sua aposentadoria, assim você não depender da previdência do governo.

[1] João Miguel Milanez é assessor de investimentos pela XP Investimentos, sócio da RJ Investimentos, formado em administração pela UFRJ e atualmente mestrando no Coppead/UFRJ.

 

 

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