Um perigo na ciclovia

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Pedestre perde a vida a caminho da Cidade Universitária

Por Hélio Euclides em 07/10/2020 às 19h40

Não foram pouca as academias  fechadas por causa da pandemia e gente se adaptando para manter as suas atividades físicas. Na Maré a alternativa foi Cidade Universitária como local de caminhada, corrida e até andar de bicicleta. Mas como a via é muito perto da passagem de veículos, acidentes acontecem. No dia 08 de agosto, Rodrigo Leite, morador de uma das favelas da Maré, a Baixa do Sapateiro, estava na ciclovia próximo à Linha Amarela para sua corrida matinal, quando foi atingido por um carro desgovernado. O atleta morreu e os dois ocupantes do carro ficaram feridos. Desde então, colegas de corrida lutam para que  haja maior  proteção para os pedestres. 

Testemunhas, que circulavam no local no dia do atropelamento, contam que o carro desgovernado subiu a calçada e atingiu Rodrigo, que caminhava na ciclovia, na lateral da Linha Amarela, sentido Barra da Tijuca. A tragédia ainda podia ser maior, porque não são poucas as pessoas que utilizam a Cidade Universitária para se exercitarem, jogarem futebol ou, simplesmente, levarem as crianças para brincar. Próxima à ciclovia, a pista da Linha Amarela tem a  “tartaruga” –  espécie de sinalização amarela fixada no pavimento, para reduzir a velocidade -, mas apesar do obstáculo, os motoristas aproveitam o acostamento improvisado para cortar caminho. 

No viaduto em cima da Linha Vermelha, onde pedestres usam entre a passarela de acesso e a ciclovia, uma grade protege os transeuntes. Mas na ciclovia e na calçada, as pessoas só podem contar, com a sorte. “Acredito que mais de 50 pessoas passam pelo local na parte da manhã e o mesmo número no final da tarde, para a prática de esporte. No domingo ainda é mais intensa a circulação”, conta Celso Roberto, professor de Educação Física.

Celso enviou um e-mail para a ouvidoria da Lamsa (Linhas Amarelas S/A) pedindo providências. A concessionária respondeu que apesar da ciclovia em questão não fazer parte do contrato de concessão, está em contato com o órgão responsável para uma atuação na área, como forma de diminuir os acidentes e proteger a vida das pessoas que utilizam a região da Cidade Universitária como local de passagem ou para a prática esportiva. Num segundo e-mail, a ouvidoria sugeriu que Celso entrasse em contato com a Prefeitura, através do telefone 1746.

“Enquanto não vêm uma solução, sugiro aos meus alunos, corredores e frequentadores do Fundão que tenham muita atenção, que usem apenas um lado do fone de ouvido, que evitem correr na via e que fiquem atentos”, expõe Celso. A assessoria da Lamsa enviou a mesma resposta para o Maré de Notícias. Num segundo contato disse que a ciclovia pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e por isso, a discussão está sendo feita em conjunto. A assessoria de imprensa da UFRJ informou agora, em outubro, que a área do acidente não é administrada pela universidade. Completou que a Prefeitura da UFRJ se reunirá com a Lamsa.

Um empurra empurra que parece não ter fim, enquanto isso a vida das pessoas que utilizam a área de lazer está em perigo.

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