Dermatologista dá dicas de como se proteger dos raios solares durante o Carnaval
Por Lucas Feitoza
“Filtro solar, nunca deixem de usar filtro solar” esse é o conselho dado por Mary Schimch em ‘Wear sunscreen’ publicado em 1997 no Chicago Tribune, jornal de Chicago (EUA). O texto foi adaptado para o português e ficou popular na voz de Pedro Bial em 2003, em um encerramento do programa Fantástico. Filtro Solar, como ficou conhecida a versão em português da música falada, trás vários conselhos, mas o principal é sobre o uso do protetor solar; “os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência” afirma a música.
Mas pensando na realidade carioca, curtindo um bloco de rua, fazendo churrasco na laje, aquele bronze para ficar com a marquinha, curtindo a praia, ou até mesmo, indo trabalhar, você tem usado o filtro solar?
“Eu sempre procuro usar por causa das minhas manchas no rosto, aí é um para o corpo e outro com base para o rosto” conta Daniele Rodrigues, de 40 anos, auxiliar de serviços gerais, moradora da Vila do Pinheiro.
Já Ana Carolina Silva dos Santos, que mora na Nova Holanda, admite que não tem o hábito de usar protetor solar e não gosta de ficar se bronzeando, usa protetor apenas nos lábios para não ressecarem. Já suas duas filhas mais novas, uma de 4 anos e a outra de 8 têm dermatite, uma inflamação na pele que provoca vermelhidão, coceira, descamação e pequenas bolhas, Carolina conta que por isso toma muito cuidado e passa protetor solar nelas e hidratante para a pele, com acompanhamento da dermatologista a cada dois meses e cuidados extras quando ficam muito tempo expostas ao sol, por exemplo quando a família viaja.
“Essa época de carnaval é complicada, se for para a praia, quando voltar tem que tomar banho, se secar e depois passar o hidratante” desabafa. Ana conta que o hidratante custa R$20. E para poder aproveitar o sol as meninas precisam usar filtro solar fator de proteção R$70, que custa em torno de R$ 90.
Mas os cuidados são necessários. Os principais riscos da exposição solar em excesso são: a curto prazo, queimaduras na pele e a longo a probabilidade de desenvolver câncer de pele. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 185 mil novos casos anualmente. O número corresponde a 33% de todos os casos de câncer no Brasil.
Para cada pele um cuidado
Pessoas com tons de pele mais claros são as mais propensas a desenvolver a doença e as que devem se proteger mais contra os raios UVA e UVB, explica a dermatologista Maria Cecília Bortoletto, que trabalha na SAS Brasil, uma empresa do terceiro setor que leva atendimento médico gratuito para regiões carentes. porém a dermatologista desabafa; “é muito difícil mudar o hábito das pessoas, elas trabalham a semana inteira e só têm o fim de semana para se reunir com os amigos”.
Segundo Maria Cecília, pessoas de pele negra podem aproveitar mais o verão sem tanta preocupação com a exposição ao sol já que produzem mais melanina o que as torna mais resistentes aos raios solares. “Um protetor solar fator 30 já protege contra o envelhecimento precoce”. Explica.
Já pessoas que têm pele e olhos claros devem evitar exposição solar entre às 10h e 16h, horários em que o sol está mais quente, e mesmo assim precisam usar produtos de proteção para evitar queimaduras na pele. A dermatologista enfatiza que a maneira correta de usar o filtro solar é diariamente mesmo nos dias nublados e reaplicado a cada 2 horas. A médica recomenda que pessoas de pele clara usem protetor solar fator 50 e também destaca a importância de usar roupas que cubram o corpo evitando exposição prolongada, principalmente nos casos de pessoas que trabalham por muito tempo no sol.
Criar barreiras físicas também é uma forma de se proteger; “Uma alternativa também é usar roupas com proteção solar” explica a dermatologista, algumas marcas variam o valor que custa a partir de R$70. É importante usar também, óculos de sol, boné, roupas que cubram o corpo pelo menos para minimizar o efeito do sol sobre a pele. Um outro alerta feito pela médica é em relação ao uso de produtos caseiros para bronzeamento; “Não usar produtos caseiros de forma nenhuma corre riscos de dar alergia e não tem efeitos para proteger do raio violeta nem para bronzeamentos porque tudo depende do tipo de pele”, conclui.
No caso das crianças, a dermatologista alerta que eles devem usar o protetor solar próprio para elas, apenas para exposições prolongadas ao sol, como no caso de piscinas e praias; “não é para passar protetor solar nas crianças quando vão para a escola, porque elas precisam ter contato com o sol para absorver vitamina D”. conclui.