Vai Na Fé: Artista mareense é parte do elenco da nova novela da Globo

Data:

Por Lucas Feitoza

“Vai na fé” é a nova novela das sete da TV Globo, que estreia no próximo dia 16 de janeiro. A trama escrita por Rosane Svartman terá participação de Anderson Oli, 28 anos e ator há oito. Ele viverá o personagem Vitinho, em sua versão jovem, aparecendo em flashbacks, nas lembranças da sua versão adulta, vivida pelo ator e comediante Luis Lobianco. 

A novela relembra os bailes funk que revelaram nomes de peso como Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda e tendências que marcaram épocas como o passinho. Vitinho (Anderson Oli / Luis Lobianco)  formava um trio com Sol (Jê Soares / Sheron Menezes) e Bruna (Dhara Lopes/ Carla Cristina Cardoso), e juntos frequentavam a Furacão 2000, famosa e tradicional equipe de bailes dos subúrbios cariocas. Anderson contou para o Maré de Notícias que o seu personagem é parecido com ele; ambos gostam de dançar, e porque são envolvidos com a arte. O ator mostra entusiasmo em ver mais uma novela com protagonismo negro e com diversidade mostrando a cara do Brasil.

 “Para mim está sendo uma grande alegria ver o meu corpo naquele lugar, um corpo negro, nordestino e gordo, esses corpos sempre existiram e precisam também estar em evidência” afirma. O ator é natural de João Pessoa, capital paraibana, mora no Morro do Timbau, no Conjunto de Favelas da Maré e faz parte do grupo de teatro Cia Cria do Beco. No ano passado interpretou o jovem Wallace na peça Nem Todo Filho Vinga e foi em uma das apresentações que recebeu o convite para fazer o teste para a novela. 

Anderson elogia a produção, que montou um baile para as gravações e diz estar feliz em fazer parte de um trabalho que revive uma época feliz para muitas pessoas que agora terão como relembrar pela televisão “Eu acho que quando eu assistir e ver a gente lá dançando nos bailes funks, na Furacão 2000, vai ser muito emocionante, foi um momento muito lindo para minha vida” afirma.

Do teatro para a telinha

Anderson é estudante de letras e literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, sempre muito interessado na arte e na forma como ela se conecta com a literatura. Iniciou sua carreira artística  em projetos sociais de teatro no Museu da Maré e seu primeiro contato com a arte foi através da técnica Teatro do Oprimido do teatrólogo brasilleiro Augusto Boal. Essa técnica envolve exercícios e jogos teatrais, que fazem tanto os artistas quanto o público se conectarem com as questões sociais e questões como machismo, racismo e sexismo. 

O artista diz estar realizando um sonho, que é viver da arte; e conta que esse é outro ponto em comum com a novela, a família de Sol é uma família negra e sonhadora. Para Anderson, o nome “Vai na Fé” tem tudo a ver com a sua história e com seu trabalho, ele explica que para atuar é preciso acreditar no que está fazendo para que possa dar certo, e é isso que ele faz; “ Em tudo que eu faço também na minha vida  tenho que acreditar, se eu acredito eu posso estar lá, quando eu não acredito é mais difícil porque eu não crio possibilidades e eu preciso criar e acreditar para se tornar real”, diz ele.

Com a participação na novela Anderson considera que pode aprender muito e deixa uma mensagem para os artistas da Maré; “vai na fé mesmo, é uma oportunidade que a gente precisa e temos que dar o nosso máximo, a gente aprende fazendo, foi uma experiência incrível” concluiu. 

Para ver Anderson Oli, basta assistir a nova novela da Globo que estreia dia 16, substituindo Cara e Coragem. O artista também está no Instagram como @oandersonoli

Foto: Matheus Affonso
Lucas Feitoza
Lucas Feitoza
Jornalista

Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Pesquisa vai mostrar como é a alimentação das crianças da Maré 

Perguntas socioeconômicas sobre compra de alimentos para casa, o acesso aos alimentos, e o consumo pelas crianças serão abordados, além de medir o peso e altura da família.

Por um Natal solidário na Maré

Instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD)

A comunicação comunitária como ferramenta de desenvolvimento e mobilização

Das impressões de mimeógrafo aos grupos de WhatsApp a comunicação comunitária funciona como um importante registro das memórias coletivas das favelas