15 anos de Parada LGBTQIA+ na Maré

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Uma festa de debutante com função de mobilização pelos direitos

Por: Hélio Euclides Editado por: Jéssica Pires

A Parada LGBTQIA+ da Maré chega a bodas de cristal com as cores do arco-íris. No último dia 13 de setembro, a debutante completou 15 anos. Apesar da primeira edição da parada na Maré ter acontecido em 2006, em 2020 o encontro não aconteceu em função da pandemia. A 15° edição, como sempre, começou com uma feira de saúde, a partir das 12h, com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Grupo Pela Vidda e de todas unidades de saúde da Maré. A primeira Parada LGBTQIA+ do Brasil dentro de uma favela, este ano, teve concentração às 14h, na antiga Rua Catorze, na Vila do João. 

Apesar da alegria dos participantes pelo reencontro com militantes, o objetivo de uma parada não é se transformar em uma simples festa, e sim mobilizar mais pessoas para a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+. Para coordenar essa 15ª edição, 12 militantes da Maré se reuniram para que tudo ocorresse de forma planejada. Segundo a organização, o evento reuniu cerca de cinco mil pessoas. “A parada foi tudo, com um encontro de militantes de diversos lugares, como Barra do Piraí e Sepetiba. Além disso, foi possível ver na festa muitas crianças e mães, que foram agraciadas com a distribuição de bolos. Esse ano teve destaque a estrutura da Coordenadoria Geral de Atenção Primária CAP 3.1”, comenta Alberto Araújo, conhecido como Beto, um dos coordenadores do evento.

Fotos: arquivo da organização do evento

Uma caminhada de lutas

Quando se fala da comunidade LGBTQIA+, vem logo à mente as paradas que concentram milhares de pessoas. Contudo, o movimento é grandioso e nunca ficou parado. O site Brasil de Direitos lembra que a formação de organização para lutas LGBTQIA+ surgiu no Brasil, em 1978. Eram anos de ditadura militar, a mobilização cobrava da sociedade brasileira uma revolução nos costumes, em prol de maior liberdade sexual. Após 44 anos é possível olhar para traz e ver que a união foi primordial, com força de homens e mulheres cis e trans, pessoas não-binárias, bissexuais, homossexuais, assexuais – dentre tantas outras orientações sexuais e identidades de gênero. Todos pressionaram o poder público para promover mudanças, trazendo conquistas como reconhecer a validade das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo; levando a Justiça à equipar a LGBTfobia ao crime de racismo; e propondo governos a pensar políticas capazes de promover a saúde a essas populações.

Fotos: arquivo da organização do evento

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