16 favelas e 16 desejos para 2023

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O que os moradores da Maré querem do ano que já chegou?

Trabalho, educação, saúde e paz são os maiores desejos dos moradores da Maré para o novo ano

Andrezza Paulo

O início de um novo ano traz para todos esperança, expectativa de dias melhores, metas a serem alcançadas e desejo de renovação. O Maré de Notícias perguntou a 16 moradores — um de cada favela do conjunto — quais são os seus desejos para 2023. Embora seja um território diverso, os pedidos por trabalho, educação e saúde estão no topo da lista dos moradores. O maior destaque sem dúvida é o desejo por paz, principal desejo de quem mora aqui.

A seguir, saiba quais foram os outros pedidos.

Nova Holanda

Ana Maria Oliveira, 55 anos: “Quero melhorar minha saúde. Alcançar o peso que necessito para cirurgia na perna e ficar boa. Espero que minhas filhas fiquem bem e não falte emprego para elas.”

Baixa do Sapateiro

Rafael Lima, 34 anos: “Desejo um 2023 de solidariedade, empatia e amor ao próximo. A população da Maré precisa cada vez mais de um futuro melhor e ser potência nas áreas de cultura e esporte.”

Morro do Timbau

Juliana Machado, 30 anos: “Em 2023 quero estudar mais sobre a favela, continuar contribuindo para o desenvolvimento da juventude e que eles consigam alçar novos voos, pois a favela é potência e tem muito a contribuir para a sociedade.”

Parque Maré

Raniery Soares, 25 anos: “Quero continuar estudando para me graduar em 2024, pensar nas proezas da vida acadêmica e na formulação de políticas públicas junto aos movimentos sociais.” 

Nova Maré

Richelly Ferreira, 24 anos: “Minha meta para 2023 é conseguir uma oportunidade de emprego, para ajudar minhas filhas e dar um futuro melhor para elas.”

Rubens Vaz

Thainá Guedes, 27 anos: “Quero abrir meu próprio negócio na área de alimentação, alcançar estabilidade financeira e viajar mais. Espero que a violência diminua na Maré e que haja mais atividades para as crianças.”

Roquete Pinto

Francisca Medeiros, 66 anos: “Meu objetivo é concluir a obra que comecei e reformar a minha casa. Quero paz, saúde e união na família.”

Bento Ribeiro Dantas

Rafael Barbosa, 35 anos: “Desejo retomar minhas atividades como músico. Minha maior meta, porém, é na minha vida profissional: ser promovido para dar à minha família mais qualidade de vida.”

Praia de Ramos

Juliana Marques, 24 anos: “Desejo ter em 2023 um bom emprego, me realizar profissionalmente, quero concluir meu curso de inglês, e espero que os moradores tenham um ano melhor, com mais expectativa de vida na comunidade.”

Vila do João

Elaine Lopes, 43 anos: “Pretendo me posicionar como comunicadora popular, encontrar meu espaço e me destacar no jornalismo. Recentemente me tornei parceira na Defensoria Pública e quero trazer mais defensores para a Maré, além de atuar na área de direitos humanos e desenvolver bons projetos para a comunidade.”

Salsa e Merengue

Ana Maria Camilo, 26 anos: “A minha meta para 2023 é cuidar mais da minha saúde física e mental. Tentar ficar mais próxima da natureza, apesar de ser um grande desafio para nós favelados que sofremos com o racismo ambiental e nos encontramos cada vez mais distantes dos locais verdes e arborizados.”

Marcílio Dias

Anderson Vieira, 34 anos: “Em 2023 quero falar inglês, aprender libras e ser embaixador do CAVA, uma marca que tem propósito social, cultural e ambiental. Vender bastante o curso online do Rei das Unhas, implantar o aplicativo Papoom em toda Maré e abrir nova franquia do Carteiro Amigo.”

Conjunto Esperança 

Estephany Lopes, 26 anos: “Sou manicure e consegui meu espaço, agora espero me tornar instrutora, dar aulas na área de nail design e fazer mais e mais cursos.”

Vila do Pinheiro

Ana Paula Medrado, 27 anos: “Desejo um ano de mais lazer, cuidar mais da saúde física e mental. Quero concluir o MBA na área de Dados na Universidade de São Paulo e sonhar com o retorno que esse conhecimento pode gerar.”

Conjunto Pinheiros

Jessica Cristina, 33 anos: “Espero conseguir trabalho, esporte para as crianças, ter minha casa e meu próprio negócio.”

Parque União

Josefa Fernandes, 79 anos: “Quero ver as pessoas vivendo em harmonia e paz, se amando mais, se respeitando. Que os governantes tenham sensibilidade e governem pensando no povo que sofre sem perspectiva de vida.”

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