Preconceito e falta de patrocínio são alguns dos muitos problemas enfrentados pelas atletas
Em 17/11/2018 – Hélio Euclides
A mesa “Mulheres de ouro: o que as atletas e comunicadoras esportivas têm a nos dizer” foi composta por uma jornalista e quatro atletas. A mediação foi da nadadora Joanna Maranhão. As outras desportistas presentes eram: Aline Silva, da luta olímpica; Tuany Siqueira, arremessadora de peso paraolímpico; e Jackie Silva, ex-jogadora de vôlei. Karine Alves, do canal Fox Sport, representou comunicação esportiva.
Um dos temas abordados na mesa foi a impossibilidade, só superada nas Olímpiadas de 2012, das mulheres poderem participar de todas as modalidades da competição. Outra questão levantada foi a falta de patrocínio para as atletas. “No início, não conseguia dinheiro nem para o quimono. Hoje sou conhecida e ainda é difícil patrocinador. Tenho uma escolinha de luta, pois preciso devolver tudo o que o esporte me deu”, conta Aline Silva.
O preconceito de gênero e de raça também esteve em pauta. “Sou negra e tenho orgulho em dizer isso. O ruim é que no Brasil se julga pela cor. Nas redações em que atuei, nunca sofri racismo. Mas, por ser mulher, sempre tenho que provar que sou capaz”, relata Karine Alves.
Um momento em particular emocionou a plateia: o relato da para-atleta Tuany Siqueira, que deixou o judô após uma lesão e recomeçou a carreira no esporte paraolímpico. “Não é fácil recomeçar. Aprendi que no judô caímos e depois levantamos. Na vida também é assim: nossa missão é sempre levantar. Sou grata à vida”, revela.