CAM realiza mais uma edição da Jornada Saberes e Fazeres

Data:

Evento promove encontro entre a Universidade e o Centro de Artes da Maré

Hélio Euclides

“Uma reunião de indivíduos para alcançar um objetivo comum”. Essa é a definição de parceria, algo que o Centro de Artes da Maré (CAM) vem realizando ao longo de seus dez anos de atividades. O equipamento cultural vem estabelecendo parcerias estratégicas com universidades nacionais e estrangeiras nos campos de ensino, extensão e pesquisa. Para refletir e discutir sobre a produção de conhecimento e os desafios da parceria, hoje (5), ao longo do dia no CAM, acontece a Jornada Saberes e Fazeres.

A jornada é a ocasião na qual se aprofundam as relações entre o CAM e a universidade, a produção de conhecimento resultante, os desafios, tensões e transformações que a articulação de saberes e práticas têm produzido ao longo da década. Nesse sentido, a jornada também vem atender a uma das diretrizes de trabalho da Redes da Maré na partilha de construção de diagnósticos e produção de conhecimento.

Uma dessas parcerias é o programa de extensão Teatro em Comunidades, que em oito anos de atividades, realiza uma ação consolidada, que produz conhecimento em Educação e Artes a partir de um encontro bastante feliz entre a Maré e a universidade. “Uma parceria firme, comprometida e afetiva que, a meu ver, traz benefícios para todas as partes envolvidas. Costumo dizer brincando que o melhor da Unirio é a Maré. Sinto que aqui a universidade cumpre um dos seus papeis, como diria Paulo Freire: o da invenção democrática de nossa sociedade”, destaca a professora Marina Henriques.

“Esta jornada é um evento muito importante para celebrar as realizações não apenas desta ação, mas de outras que respiram no CAM e que contribuem para que este espaço seja um importante centro de formação no Rio de Janeiro”, afirma Marina.

Parcerias que dão frutos

Propostas desenvolvidas no CAM têm despertado interesse, igualmente, de estudantes de graduação e de pós-graduação, se transformando em objeto de estudo de trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. Além disso, muitos jovens frequentadores das atividades ingressaram na universidade, estimulados por essas experiências.

Um desses jovens é Gustavo Glauber, dançarino, que concluiu sua graduação de três anos, em dança, na Bélgica. “Esse foi o primeiro passo de uma grande conquista, o sentimento que eu tenho de ter esse diploma em minhas mãos é muito valioso. Esse era um dos sonhos da minha mãe, de ver o filho único graduado em ensino superior. Dedico a todos os jovens da Maré, que assim como eu lutam todos os dias para garantir seus direitos, apesar das barreiras. Por isso, na minha concepção as coisas ganham mais valor quando se tem que lutar para obtê-las”, conclui.



Compartilhar notícia:

Inscreva-se

Mais notícias
Related

Betto Gomes, estilista da Vila do João, é referência em moda Slow Fashion

Cobiçado por diferentes perfis do mercado, o estilista já estampou capas de revistas, vestiu desfiles da São Paulo Fashion Week e as parcerias com empresas do setor não param de chegar! Recentemente, lançou sua mais nova coleção nomeada 'Maré de Encantos'

Casos de Tuberculose aumentaram em todo o Brasil e populações vulneráveis são as mais afetadas

No Brasil, a tuberculose esteve sob controle até 2017, mas nos últimos anos, os índices voltaram a aumentar. Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortes de infectados passou de 2.720 mil em 2022 para 80 mil em 2023.

Migrantes africanos preservam a origem e criam novas expressões culturais na Maré

Dentro do bairro Maré, existe um outro bairro: o Bairro dos Angolanos. O local abriga a comunidade migrante no território que, de acordo com o Censo Maré (2019), conta com 278 moradores estrangeiros.