Realizado em parceria com a Redes da Maré e outras organizações, projeto promoveu mutirão para plantio de mudas e outras atividades relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade
Thaynara dos Santos e Hélio Euclides
Entre os dias 26 e 27 de setembro, o Projeto Verdejando realizou atividades ligadas ao meio ambiente e sustentabilidade em vários locais do conjunto de favelas da Maré. Mulheres, crianças, jovens, representantes de organizações que atuam no território e voluntários participaram de oficinas de educação ambiental e realizaram um mutirão para o plantio de mil mudas de plantas e árvores.
O projeto, que promove ações de sustentabilidade pelo Brasil, é uma iniciativa da Rede Globo que tem como proposta mobilizar a população e incentivar a educação ambiental e outras iniciativas sustentáveis. A edição de 2019, na Maré, teve como parceira o projeto Maré Verde (da Organização Não Governamental Redes da Maré), Coosturart, Instituto Naturalis, Projeto Reflorestar Zona Oeste e Organicidade.
“O Maré Verde já vem realizando atividades na Maré. Para fortalecer essas mobilizações, o Verdejando entrou em contato para uma parceria. Isso no final de julho. Em agosto, fizemos um mapeamento das ações, e, em setembro, colocamos a mão na massa. Para apoiar nesse mutirão, veio o Instituto Naturalis e a Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana). Foi bom mobilizar moradores para ver como eram os espaços e a transformação visual que causa. Agrega mais pessoas para transformar locais, que antes só tinham lixo, em áreas com mudas e grafites. Além do impacto visual, o objetivo é a mudança no modo de agir e uma maior conscientização. A curto prazo, teremos que ter uma articulação para o cuidado das mudas. A longo prazo, vamos ver uma arborização da Maré”, explica Julia Rossi, bióloga e coordenadora do Projeto Maré Verde.
De acordo com Júlia Rossi, a Maré tem um déficit arbóreo de mais de 1.000 árvores segundo o plano municipal. “Desejamos que a Maré seja igual a outros bairros da cidade. Os espaços da Maré precisam ser ocupados não só por casas, mas por áreas verdes. Dessa forma, vamos cultivar uma melhor qualidade do ar e transformar espaços em locais de lazer, de piqueniques, de aulas ao ar livre, de eventos e prática de esportes. Acredito que, com essas mil mudas resgatamos o interesse do morador no processo de plantar cada vez mais árvores, isso é um processo. Essa atividade foi uma sementinha”, disse a coordenadora.
A participação de crianças e jovens foi um ponto marcante durante as atividades do Verdejando na Maré. Os jovens voluntários demonstraram preocupação e medo com o futuro do meio ambiente. “É muito triste ver a nossa floresta sendo devastada. Nós estamos mostrando a todos que é necessário fazer algo pelo meio ambiente”, disse Mariana da Silva, de 13 anos, moradora da Nova Holanda. Breno Silva, outro morador da Nova Holanda, também deixa seu recado. “Muito legal a participação das crianças, que no futuro vão ver essas árvores crescerem e vão ter mais oxigênio”, explica o jovem de 15 anos.
Futuro do planeta
O projeto Maré Verde, iniciado em 2018, desenvolve atividades de educação ambiental e mobilização social que envolvem a comunidade escolar, moradores, catadores, Comlurb e outros atores locais. Essas atividades têm como objetivo estimular a reflexão sobre as questões socioambientais do território e, a partir desse processo, intervir para a melhoria desses espaços com mutirões de arborização e pautar o meio ambiente dentro de uma agenda mais estruturante para o território. No final de 2018, foram realizadas três oficinas e um mutirão no Colégio Estadual João Borges, envolvendo cerca de 70 alunos e cinco professores, onde foram plantadas 50 mudas.