Moradores da Maré enfrentam repressão e demolições na 24ª operação do ano

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Moradores fazem protesto contra demolições de residências no Parque União

“Protesto pacífico, mas é assim que eles fazem com o morador, ó! Tá certo isso?”, indaga uma moradora que filma uma outra ferida nas costas com tiros de bala de borracha disparados por um policial durante a 24ª operação policial do ano na Maré. Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (19), já havia presença de veículos blindados e circulação de policiais em Nova Holanda e no Parque União.

Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) confirma que a operação é a “continuação das demolições de construções irregulares iniciadas na semana passada” e afirma que a “Assistência Social estava presente na operação”.

Há casos de dano ao patrimônio e ameaça. Um jovem chegou a gravar o momento em que foi impedido de entrar na própria casa e o policial o ameaçou: “Enquanto estiver falando longe de mim, pode continuar. Se você passar daqui [dessa linha] você vai ter o resultado que você quer”.

Na operação da última terça-feira (13), a SEOP também informou que havia uma equipe da Secretaria de Assistência Social na operação para atendimento das famílias. No entanto, a Secretaria Municipal de Assistência Social disse, em nota ao Maré de Notícias, que não foi acionada para a mobilização. Em relação a operação de hoje, a Secretaria de Assistência Social não respondeu até o fechamento desta matéria. 

A Secretaria Municipal de Habitação também foi questionada se existe algum plano de reassentamento ou reconstrução das moradias demolidas, além de algum planejamento para inclusão dessas famílias em programas de habitação social, mas não obtivemos retorno.

A Polícia Militar afirmou ser a responsável pela operação e, em nota, contrariou a SEOP, que havia confirmado tratar-se de uma ação de demolição de construções irregulares. Segundo o órgão de segurança, o objetivo da operação é “reprimir o crime organizado local, prender seus integrantes e apreender armas de guerra.” 

A Polícia Civil não respondeu se está ou não na ação, mas há relatos da presença da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis.

Impactos rotineiros durante operações

“Às 7h dei de cara com o caveirão no Cão Feroz no P.U, assim não dá. Tá demais, agora toda semana?”, comenta um morador nas redes sociais. 

24 escolas, sendo duas estaduais e 22 municipais, estão fechadas, afetando mais de 8 mil estudantes. A Clínica da Família (CF) Jeremias Moraes da Silva suspendeu o funcionamento na manhã desta segunda-feira (19).

Já a CF Diniz Batista dos Santos, apesar de manter o atendimento à população, suspendeu as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares.

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