Apagão, não!

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Blecautes danifi cam eletrodomésticos, estragam produtos armazenados em freezers e geladeiras e ainda tornam o calor mais insuportável sem ventiladores e ares-condicionados

Maré de Notícias #107 – Dezembro de 2019

Thaynara Santos

Frequentes, principalmente, no verão, entre 22 de dezembro e 20 de março, as quedas de luz, conhecidas como “apagões”, são um pesadelo para os cidadãos. O fenômeno é um corte ou colapso temporário de energia elétrica em diferentes locais. A maior parte dos apagões regionais ou locais é causada por danos nos sistemas de alimentação ou na transmissão das redes de energia elétrica.

Após um apagão, que aconteceu há cerca de um ano, Angel Soares, de 26 anos, perdeu sua televisão. Como muitos brasileiros, a moradora da Kelson, em Marcílio Dias, não sabia de seus direitos e ficou no prejuízo. Segundo o Procon-RJ (autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor), em casos semelhantes, o consumidor tem o direito de solicitar reparação do dano causado. Ele deve procurar a empresa, que abrirá um processo para verificação do caso, aguardar orientação da concessória de energia, que na Maré é a Light, no prazo de 15 dias (previsto na Resolução 414 de verificação, da ANEEL), e 20 dias para o ressarcimento, que pode ser o conserto, a substituição ou o pagamento do valor do produto danificado. A própria empresa deve orientar o consumidor sobre a documentação necessária.

Chuvas de verão: tempestades são uma das causas dos apagões | Foto: Douglas Lopes

Alexandre Salem, engenheiro químico e professor-associado do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) explica que os motivos para um apagão são muitos e podem ser somados simultaneamente. O professor também afirma que esse “não é um problema da favela, é um problema sistêmico e abrangente.”

Segundo a Light, existem três principais causas para que ocorra um apagão: ligações irregulares de luz (os famosos “gatos”), que causam sobrecarga nos transformadores; violência urbana, pela qual balas perdidas podem atingir cabos de redes e transformadores; e causas naturais, como tempestades, ventos fortes e quedas de árvores.

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