ELA tem programação neste sábado, 21 de maio. Projeto incentiva a criatividade com apresentações, atividades e oficinas
Por Hélio Euclides, em 20/05/2022 às 16h. Editado por Jéssica Pires
Um grupo de pessoas vem seguindo literalmente a letra da música Nos Bailes da Vida, de Fernando Brant e Milton Nascimento, no qual diz que: Todo artista tem de ir aonde o povo está. A Escola Libertária de Artes (ELA) vai à rua e incentiva por meio de eventos várias formas de interações com moradores. Nas ações da iniciativa, os telespectadores se tornam artistas e ajudam na construção de peças, na elaboração de músicas, dando opiniões e até no choro de emoção.
Tudo começou por meio de uma professora que atuou de 2013 a 2019 na Escola Municipal Paulo Freire, na Vila dos Pinheiros. Tinham alunos que já estavam no quinto ano e deixariam a unidade e cada um iria seguir seu caminho. Mas os laços plantados por Alessandra Biá, artista e educadora, tinham criado frutos. Após uma série de trabalhos artísticos, por meio da dança e teatro dentro da sala de aula, o grupo queria mais, era o momento de apresentações fora da escola.
Os alunos continuaram a estudar arte, ensaiar e fazer clipes. Os ensaios eram na frente de uma pensão da mãe de uma das alunas, na Vila dos Pinheiros. “Eu levava uma mochila com objetos artísticos para construções das coisas, como a bandeira do grupo e o som. Era algo bem confortável”, diz. O mais inusitado aconteceu. A professora tinha um carro, mas seguiu o sonho do grupo e o trocou por uma Kombi home (adaptada) para ir a outros lugares e festivais.
“Os alunos me levaram para a mata (Parque Ecológico) e não trabalhamos só com eles, mas com uma série de crianças. Isso se transformou no projeto e ganhou nome. Virou uma escola itinerante de arte. Nos eventos disponibilizamos materiais artísticos para as crianças, como tintas, pincéis, figurinos, instrumentos e livros para eles criarem livremente”, comenta. Nos eventos ainda ocorrem as oficinas.
A ELA é formada por duas pessoas que realizam a captação do recurso. Já nas ações, reúne o motorista, o fotógrafo e uma monitora, além de Julya, Delma, Rakelly, Gustavo e Victoria, que são alguns dos fundadores, o palhaço Gilvan, o cartunista Emerson, e a dançarina de passinho Rebeca. Todos acompanhados por Alessandra, que se divide entre o trabalho de diretora artística e de coordenação pedagógica.
ELA é Maré
Uma das maiores alegrias do grupo é se apresentar onde são “crias”. A Maré é o primeiro palco dos jovens artistas e para comemorar haverá dois eventos. Quem perdeu o primeiro, que foi dia 14/05, vai ter a segunda chance amanhã (21/05), com direito à apresentação circense, oficina de desenho e de passinho. Os eventos da ELA têm como realização a Espiral Soluções Socioculturais, com patrocínio da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Concessionária Lamsa, com iniciativa financiada através da Lei de incentivo Cultural do ISS (Imposto Sobre Serviços).
“Se apresentar na Maré tem uma mistura de sentimentos, como alegria, satisfação, acolhimento e acima tudo de crença na arte. Quando instalamos a nossa Kombi e começamos a fazer a nossa arte e as pessoas interagem e se engajam artisticamente, temos a certeza de que a arte pulsa dentro deles. A Maré é lotada de artistas e se falta alguma coisa é incentivo, e estamos aqui para isso”, expõe Biá. A ELA reconhece que todo mundo é artista e o papel do grupo é incentivar a arte que tem dentro de cada um.
A apresentação de amanhã será no Espaço Pontilhão Cultural, que fica embaixo da Linha Amarela, entre o Morro do Timbau e a Vila dos Pinheiros, a partir das 9h. Já no sábado (28/05) a Cidade de Deus recebe os artistas. Depois o grupo retorna a Maré, para um evento na Vila Olímpica Municipal Seu Amaro, ainda sem data. As apresentações da ELA são gratuitas e livres para todas as idades. Como é na rua, todos podem participar.