Através da música, projeto Inmyhood mostra a cultura de cada bairro periférico do Rio

Data:

Dois bairros terão sua arte em documentário

Por Hélio Euclides e Thaís Cavalcante ,em 16/02/2021 às 10h
Editado por Andressa Cabral Botelho

Viver na Maré é entender que cada uma das 16 favelas que a constitui tem a sua particularidade, história e forma de se expressar, assim como acontecem com diversos bairros da cidade. Foi pensando dessa forma que nasceu o projeto Inmyhood, iniciativa que rodou por bairros do Rio de Janeiro apresentando um artista local como seu representante. Com registros compilados em clipes, dois deles foram escolhidos para se criar um documentário local.

A ideia Inmyhood nasceu em 2018, quando Max Soares Santos, criador e diretor do projeto, estava terminando a faculdade de Cinema. O Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) falava de cinema imediato, a aplicação de um modo técnico de criar os filmes na forma de clipes e documentários. O nome Inmyhood saiu de uma música do cantor de hip-hop 50 Cent. O clipe conta com uma música e depoimento dos MCs sobre o território onde nasceram. 

“Eles falam dos aspectos, mas com uma pegada musical diferente para cada um MCs. Tem clipes agressivos e outros mais cordiais. O projeto destaca as belezas e os problemas dos bairros. Tiramos o foco de Ipanema e Copacabana para mostrar a grandiosidade de Irajá, que pode não ter praia, mas tem uma história única, por exemplo”, conta.

Com o passar do tempo, o trabalho independente teve a ajuda de quatro amigos da faculdade. Na segunda fase do projeto, surgiu a criação de um novo modelo de contar a história do território, por meio de documentários, ou como Max denomina: o Making Doc. O projeto parou em 2020, por causa da pandemia, mas agora está sendo retomado. A primeira ação deste ano será na Baixa do Sapateiro, onde se pesquisa o lado histórico. “O trabalho é feito a partir de uma forma jornalística do local, onde ouvimos os mais velhos, os crias de mais de 60 anos. Além de dialogar com um projeto social do território”, diz. 

Os Bairros e artistas do Inmyhood são: Cachambi – Pid; Água Santa – Júlio Maia; Manguinhos – Faixa de Gaza; Maria da Graça – Upani; Bento Ribeiro – Carlos Mcs; Tijuca – Barão Rec; Campinho – Libonati; Méier – Lil Dez; Parada de Lucas – Juju Rude; e Oswaldo Cruz – Madly. Já os Making Doc foram em Parada de Lucas e Oswaldo Cruz. Os clipes chegam a ter mais de nove mil visualizações cada. 

Assista ao Inmyhood – Oswaldo Cruz – Madly:

Para 2021, depois da Maré será a vez de Vista Alegre. Agora todos os territórios terão viés musical e documentário. “Desejo conseguir lançar, pelo menos, dois Inmyhood e dois Making Doc por mês, trabalhar mais na divulgação e tentar um alcance maior. Quero aproveitar as gravações da Baixa do Sapateiro para um novo braço do projeto, que é o Serviço Hip Hop, que é tirar partes do documentário que fala das necessidades sociais ou que aponta alguma falha governamental e incluir em outras redes, como Instagram, Facebook, Twitter e tentar reverter algumas dessas situações”, conclui. O grupo também tenta apoio financeiro para continuação do projeto.

Na Maré, o artista da Baixa do Sapateiro, uma das favelas do território, será Madiba Mc, da gravadora Black Owl Records. Na favela Salsa e Merengue os trabalhos estão em fase de produção, com o artista Nizaj. Nascido em Angola e cria da Maré, Nizaj é músico, rapper, percussionista e integrante da Black Owl. Ele admite a importância da valorização da memória e da cultura local.

“Para mim, é muito gratificante fazer parte de um projeto em que eu possa representar o bairro no qual eu cresci. Porque quando a gente é novo, a gente vive e sonha. Hoje, na maioridade, a gente está realizando as coisas que a gente sonhava. É muito bom ver que você está representando a sua favela através da arte que você exerce”, destaca o artista.

Saiba mais nas redes sociais do projeto: 

Instagram: @volumevisualent
Facebook: volumevisualE no canal
Youtube: http://youtube.com/channel/UCE69Z1wEX-WZwE_8dtQ50Y

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