Ocupação de leitos de UTIs já supera 90% na rede municipal da cidade
Por Edu Carvalho, em 19/11/2020 às 12h10
Editado por Andressa Cabral Botelho
Esta semana foi marcada por uma série de notícias sobre a covid-19. A primeira, que inspira esperança, foi o anúncio de que a vacina criada pela farmacêutica Pfizer atingiu 95% de eficácia na prevenção ao coronavírus. Em oposição, tivemos nesta quarta-feira (18) o registro de mais de 11 mil mortes diárias contabilizadas no mundo pela Universidade Johns Hopkins, um recorde ao longo da pandemia. Com isso, brasileiros aguardam apreensivos os próximos passos no combate à pandemia no país.
Na manhã desta quinta-feira, 19, o primeiro lote da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, chegou ao Brasil. Com uma remessa de 120 mil doses, a vacina ainda não teve autorização para ser aplicada no Brasil e já está na terceira fase de testes, onde é analisada a eficácia após aplicação em milhares de voluntários. O governo do estado de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.
No final de outubro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a negociação para adquirir doses pelo governo federal. Em reação à atitude do ministro, o presidente Jair Bolsonaro mandou cancelar a compra. Contrariado, o ministério afirmou que “não há intenção de compra”.
Aumento de ocupação dos leitos no Rio preocupa
No município do Rio, de acordo com estudos científicos, ainda não há certeza de uma segunda onda da transmissão. Em monitoramento feito pelo Imperial College, de Londres, no Reino Unido, em sete dias, a taxa de transmissão saiu de 0,68 para 1,10, o que significa que cada pessoa infectada pode passar o vírus para, pelo menos, uma outra pessoa. Especialistas já procuram entender o novo pico de casos, em um cenário de desmonte dos hospitais de campanha e de flexibilização. Na rede municipal, a ocupação de UTIs já supera 90%.
Já o Estado do Rio de Janeiro atingiu um aumento de 88% na média móvel em relação a duas semanas anteriores e os números de casos da doença com crescimento de 103%, de acordo com boletim divulgado na tarde de quarta-feira, dia 18, pela Secretaria Estadual de Saúde. Até o momento, são 332.396 casos e mais de 21 mil mortes. De acordo com o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas, o Conjunto de Favelas da Maré contabiliza 1.970 casos e 163 mortes.
Diante a preocupação com o aumento dos casos e mortes, o Ministério da Saúde emitiu um comunicado nesta quarta-feira (18) alertando principalmente os profissionais da área de saúde, mas que abrange toda a população. No texto, ressalta o uso da máscara e destaca que “pacientes e profissionais de saúde que já tiveram COVID-19 não possuem imunidade permanente (…). Esses fatos têm sido demonstrados pelas reinfecções que têm se avolumado, principalmente entre profissionais de saúde. Assim sendo, ninguém deve se sentir protegido”.