Aumento de casos e nova variante BQ.1

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Por Jorge Melo Editada por Jéssica Pires

A Cidade do Rio registrou 2.404 casos de covid-19 na primeira semana de novembro. O número é quatro vezes maior do que o registrado 15 dias antes, quando 510 pessoas testaram positivo para a doença. A taxa de testes com resultado positivo também subiu, de 6% para 21% em três semanas. Houve aumento de casos em todas as regiões da cidade. O número de pessoas internadas na rede do Sistema Único de Saúde-SUS, da capital, saltou de 23 para 49, também na primeira semana de novembro. E a maioria dos hospitalizados não tem o esquema de vacina completo. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Nova variante

Ao mesmo tempo, uma nova variante da covid-19, a BQ.1, foi identificada na cidade do Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz. O primeiro caso confirmado é o de uma mulher de 35 anos, moradora da zona norte, sem sintomas graves; e que tomou as quatro doses da vacina. Segundo Leonardo Bastos, pesquisador associado da Fiocruz, “foi identificada no Rio uma subvariante da Ômicron que está relacionada com hospitalizações da Europa. Não sabemos ao certo qual será o papel dela aqui. Em um primeiro momento não vemos aumento expressivo nas hospitalizações.”

Segundo o boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz na quinta-feira, 10 de novembro, houve aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave para Sars-Cov 2 (covid-19), no Amazonas, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, “ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens em alguns locais do país.”. Marcelo, no entanto, alerta para a possibilidade dessa tendência de alta do número de casos de covid-19 continuar.

O Covid-19 rondando

Laboratórios particulares e farmácias em todo Brasil registraram aumento nos testes positivos para covid-19 nas últimas semanas. Levantamento do Instituto Todos pela Saúde-ITpS mostra que exames positivos para a doença, em laboratórios particulares, aumentaram de 3% para 17% em menos de um mês, salto de 566%. O aumento de casos foi principalmente no Sudeste e Centro-Oeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. 

O ITpS, uma entidade não governamental, foi criado em 2021 com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento de um sistema de vigilância epidemiológica e preparar o país para o enfrentamento de surtos, epidemias e pandemias, como o coronavírus. 

Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias-Abrafarma, que reúne 26 redes que respondem por 45% das vendas de medicamentos no país, das 14.970 testagens realizadas de 17 a 23 de outubro, 2.320 (15,5%) apresentaram diagnóstico positivo, contra 9,36% da semana anterior..  

No dia oito, as secretarias de Saúde, municipal e estadual, de Saúde de São Paulo, confirmaram dois casos da BQ.1 na capital paulista. Uma mulher, de 72 anos, com comorbidades, morreu. O Rio Grande do Sul também já registrou um caso. A BQ.1 já foi identificada na Europa, China e Estados Unidos. Essa nova variante é uma mutação do vírus Ômicron, prevalente no Rio de Janeiro. “Vamos continuar monitorando com nossas análises semanais.” afirma Leonardo Bastos, da Fiocruz

Recomendações

No momento, a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro é que aqueles que ainda não tomaram a dose de reforço procurem uma unidade de saúde para concluir o esquema de imunização. Na cidade do Rio de Janeiro, 25% da população adulta não recebeu a primeira dose do reforço da vacina contra a covid-19.

A secretaria estadual de Saúde informou que já enviou ofício aos 92 municípios do estado recomendando a ampliação da testagem devido ao aumento da taxa de positividade registrada nos últimos dias na capital. Segundo o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, “Neste momento, a transmissão ainda é baixa, mas temos acompanhado o cenário em outros estados e temos um plano de contingência. A testagem em larga escala é extremamente importante para o monitoramento do cenário epidemiológico.” 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre as capitais, a cidade do Rio de Janeiro foi a que registrou o maior aumento de casos nas últimas semanas epidemiológica. Os sintomas são dor de cabeça, tosse, febre, dor de garganta, cansaço, perda de olfato e paladar. Quase 80% da população brasileira recebeu duas doses da vacina contra a covid-19. No entanto, menos de 50% foram imunizados com uma ou duas doses de reforço, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde.

Crianças

As primeiras doses de Coronavac para a faixa de três a quatro anos continuam em falta no município do Rio de Janeiro. A SMS informa que toda pessoa que se vacinou há pelo menos quatro meses e ainda está em falta com alguma dose pode tomar o imunizante contra a covid-19, basta comparecer a uma unidade de saúde. No Rio de Janeiro elas funcionam de 8 às 17 horas durante a semana. E de 8 às 12 no sábado. 

A secretaria Municipal de Saúde publicou um aviso em suas redes sociais informando  à população que o Ministério da Saúde não enviou as doses necessárias de Coronavac, apesar das solicitações; sendo assim, a aplicação da primeira dose contra a Covid-19 em crianças de três e quatro anos foi suspensa no dia 26 de outubro. 

Apesar da paralização nessa faixa de idade (3 e 4 anos), a SMS confirmou a segunda dose de Coronavac para as crianças que já completaram o intervalo de 28 dias desde que tomaram a primeira dose. Para esse grupo, a SMS conta com doses de vacina reservadas. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que segue monitorando o panorama da covid-19, e que já é possível constatar a circulação da Ômicron BQ.1 na cidade do Rio de Janeiro. Por meio do sequenciamento genético, a Fiocruz confirmou um caso dessa subvariante. 

Alerta

A SMS orienta aqueles que apresentam sintomas gripais que usem máscara e procurem uma unidade de saúde, para realizar o teste de Covid-19.
Segundo a SMS existem mais de 230 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) que disponíveis para a vacinação. 

Idosos e pessoas com comorbidades poderão se vacinar com a quinta dose quando completarem 10 meses da aplicação da quarta. O município começou a aplicar a quarta dose em março de 2022 — portanto, há oito meses. 

De acordo com as estatísticas da SMS, na cidade do Rio de Janeiro, 98,2% da população maior de 3 anos tomou a primeira dose ou dose única. A população maior de 3 anos com segunda dose ou dose única é de 93,2%. A população a partir de 18 anos com dose de reforço representa 75,3%. E a população a partir de 18 anos com segunda dose de reforço e de 34,8%.Os dados disponíveis sobre Covid-19 estão no Painel Rio Covid-19 http://coronavirus.rio/painel.

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