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Maré de Notícias abre edital para bolsista

Por Aline Fornel

As inscrições para o processo seletivo ocorrem até o dia 19 de Janeiro e podem ser realizadas através do link disponível nesta matéria

Através da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o jornal comunitário Maré de Notícias abre edital de seleção de bolsistas para integrar a equipe de uma das principais fontes de informação da Maré.

O objetivo é escolher um bolsista para uma carga horária de 20 horas semanais, atuando de forma híbrida durante um contrato de seis meses. Esta iniciativa visa fortalecer a equipe do Maré de Notícias e proporcionar uma oportunidade para estudantes dos cursos de Jornalismo, Produção Editorial e Letras.

Para participar da seleção, é necessário estar cursando, no mínimo, o 3º período dos cursos mencionados, apresentando uma declaração de matrícula recente. Além disso, é essencial que o candidato possua habilidades comprovadas em escrita e elaboração de textos jornalísticos, com conhecimentos desejáveis em WordPress, práticas de SEO e preferencialmente residência na Maré ou em bairros/favelas vizinhas.

O Jornal Maré de Notícias enfatiza o incentivo à candidatura de mulheres, pessoas negras, moradores de favelas e pessoas LGBTQIAPN+, reforçando o compromisso com a diversidade e inclusão.

O bolsista selecionado desempenhará um papel fundamental no suporte à produção de pautas, colaborando com os jornalistas do jornal impresso e online. Além disso, contribuirá na produção de conteúdo para as redes sociais e na elaboração de notas e matérias.

Equipe do Maré de Notícias realizando distribuição do jornal impresso pelas ruas da Maré . Fotografia: Douglas Lopes

Etapas de Seleção:

As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 19 de Janeiro e podem ser realizadas preenchendo o formulário disponível neste link. Posteriormente, haverá a seleção dos inscritos e entrevistas online agendadas entre os dias 22 a 24 de Janeiro. Os resultados serão divulgados no dia 25/01 e as atividades terão início em 1 de Fevereiro.

Benefícios:

O bolsista selecionado receberá uma bolsa de extensão no valor de R$700,00 (setecentos reais), com pagamento realizado pela Superintendência Geral de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para mais informações, acesse o edital completo.

Estúdio no Parque União se destaca ao unir alongamento de unhas e bar

Preta Chic, de 25 anos, escolheu o Parque União como novo lar para realizar seu sonho: abrir um espaço de unhas que combina inovação, arte e criatividade

Estar com as crias, tomar um drink, fazer as unhas, jogar conversa fora e passar o tempo ouvindo rap, R&B e funk. Essa é a proposta do Studio Preta Chic: fazer você se sentir na casa de uma amiga. Localizado na Rua Darcy Vargas, 152, Parque União, a empreendedora e nail designer (design de unhas) Preta Chic, de 25 anos, criou um ambiente acolhedor e cheio de axé.

Nascida na cidade de Itaguaí e moradora do Parque União há três anos, ela conta que sempre vinha para a Maré a passeio, curtir o baile e comer no Polo Gastronômico. Em uma dessas ocasiões, observando as unhas das mulheres, percebeu que poderia haver espaço para o trabalho dela. “Numa sexta-feira eu estava olhando as monas, vendo as unhas delas e pensei: ‘cara eu vou me mudar pra cá, aqui eu vou ter acesso às novidades”.

Famosas fiéis

Preta Chic contrariou a família e mudou-se, mas conta que no início não foi fácil.

“Vim na cara e na coragem, sem conhecer ninguém. No começo, foi bem difícil. Nos primeiros quinze dias, fiquei sem atender nenhum cliente. Eu sabia que seria assim, mas também sabia que daria certo. Foi quando eu fiz contato com a Nina do Porte e, assim, ela me deu mais visibilidade”, relembra.

Nina é influencer, empresária, cantora e compositora, conhecida como “a bruta, a braba e a forte”, e tornou-se cliente fiel. Sempre que faz as unhas, faz questão de elogiar o trabalho da designer nas redes sociais: “Eu acho que essa foi a unha mais bonita que eu já fiz. Obrigada por me representar tão bem com a sua arte”.

Outra famosa e fiel cliente é a cantora baiana Majur, que passou por lá para fazer as unhas antes do show no Rock In Rio e escreveu em suas redes sociais. “A do rock esse ano é com ela, ficou impecável!”. 

Preta Chic se tornou uma figura tão importante na estética de unhas alongadas, as famosas garras, que ganhou uma homenagem na cena Ballroom: a categoria Best Nails (melhores unhas). Ela brinca que ser manicure de alguém é um relacionamento de longa duração.

O Studio sonhado

Preta relembra que, antes de montar seu estúdio, já havia trabalhado em outro salão e em casa. Mas, em uma noite ela teve um sonho: “Sonhei com um lugar nas cores preto e amarelo, com estampas de onça e a placa com esse nome, Preta Chic”. 

A empreendedora segue se aperfeiçoando: participou da formação Deu Match, promovida por Bianca Andrade, faz cursos de marketing e afro empreendimento e também o curso Espanhol para Tod@s, oferecido pela Redes da Maré.

O olhar empreendedor trouxe inovação para o trabalho. O espaço onde as cliente ficam em média cinco horas fazendo as unhas, oferece não apenas o tratamento estético, mas também um momento de descanso. “Minhas clientes não vem aqui com pressa, elas sabem que vão ficar um tempo, beber algo”. 

A empresária, que também já trabalhou com drinks, sempre oferece bebidas para as clientes. E agora, o espaço incluiu uma novidade: agora,  tem também um bar! O Bar da Preta é, segundo a empresária, o único estúdio de alongamento de unhas e bar do Rio de Janeiro, “para o acolhimento e diversão de todes”, completa.

Garota sucesso

Se na adolescência ela foi considerada “garota problema”, hoje ela é uma garota sucesso. Aos 21 anos se reinventou, dando um novo rumo à sua história, tornando-se referência para a família. “Hoje, eu mostro para todo mundo que é possível transformar sua realidade e sou exemplo para os meus 10 irmãos”.

De acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino, do Sebrae, com base em dados do quarto trimestre de 2023, no Brasil há um total de 30 milhões de empreendedores.   A pesquisa mostrou  que só no Rio de Janeiro são mais de 2,5 milhões, sendo 964.360 mulheres contra 1.544.656 homens. Ou seja, as mulheres representam apenas 38,4% dos  empreendimentos  em todo o estado.

A pesquisa revela ainda que, entre as mulheres, embora haja uma semelhança no número de empreendedoras brancas e pretas, o comércio representa para as pretas uma oportunidade única. 

Na Maré, segundo o Censo de Empreendedores da Maré (2014), a maioria dos empreendedores são homens(59%), enquanto as mulheres representam apenas 39,5% dos pequenos negócios do território. A pesquisa analisou 2.953 empreendimentos, estima-se que a Maré tenha aproximadamente 3.182 empreendimentos, sendo a  maioria na área de prestação de serviço, seguido do ramo da beleza.

Para a empreendedora, “Preta” representa  força, além de atrair suas clientes, que na maioria também são mulheres pretas. “Meu trabalho tem conceito e ancestralidade. Além disso, o público preto é atraído por pessoas pretas”, opina.

Samba: o elo ancestral da música

Como o ritmo que nasceu na Pequena África ecoa na Maré e transforma vidas há gerações

Neste mês de dezembro, celebramos o Dia Nacional do Samba. Para além de sinônimo de música e dança, o samba é um dos representantes da herança africana, um dos povos que fundaram o Brasil e, ainda nos dias atuais, têm sua história desvalorizada. Uma história tão forte que nem mesmo a escravização e a criminalização foram capazes de esconder.

Em 2007, o samba foi consagrado como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No conjunto de favelas da Maré, o pandeiro, o cavaquinho e o tantan ecoam os ritmos dos antepassados que, através da música, mantiveram sua cultura viva. Nessa matéria, vamos conhecer a trajetória de três desses grupos, o Fundamental, o Nova Raiz do Samba e o No Lance.

Se não fosse o samba

“E se não fosse o samba, quem sabe hoje em dia eu seria do bicho” é um verso do cantor e compositor Bezerra da Silva, mas Alexandre Gonçalves, 47 anos, voz e banjo do Grupo Nova Raiz do Samba, a usa para ilustrar sua juventude nos bailes cariocas. Mais conhecido como Dão, ele participava dos “bailes funk de corredor”, em que dois grupos (Lado A e Lado B) se enfrentavam.

O que o motivou a participar das brigas foi a raiva gerada por um episódio traumático. “Como eu imitava o Michael Jackson, eu ia para o baile dançar, só para dançar mesmo. Até que um dia fui vítima de uma violência e essa violência gerou outra violência, né? Toda a ação gera uma reação, comigo não foi diferente. E eu, atrás de vingança, procurei o meu algoz, o cara que me deu um tapa na cara”, conta.

Quando completou 18 anos, Dão decidiu retomar sua vocação para a arte. Já não se reconhecia e tinha medo de perder a vida da mesma forma que muitos dos seus amigos. “Eu também comecei a cometer pequenos delitos, mesmo que indiretamente. Eu usava a desculpa de que estava com a galera do baile e a gente acabava surrupiando pequenos pertences como relógios e cordões. E aí eu comecei realmente a me enveredar por um caminho obscuro, até que um amigo meu, o Léo, sumiu, desapareceu, e eu tive que mudar meu rumo, porque senão ia acabar me dando mal. E aí o samba retornou para o meu caminho”. 

O menino que batucava a música Mel na boca, de Almir Guineto, nas latas, galões e barris, enquanto aguardava na fila da bica, agora faz parte do grupo Nova Raiz do Samba, que recentemente completou 18 anos, ao lado de Marcelo Fernandes (Mamá), também na voz e repique de mão; Wagner Costa (Waguinho), no tantan e Luiz Henrique da Costa (Neguinho), na voz e no surdo.

Santo de casa

Thiago Pires Borba, 39 anos, morador do Parque União, também começou a amar o samba por influência dos que vieram antes. “Sempre amei música! De música clássica ao frevo, mas quando assisti aos grupos de samba que nos antecederam aqui na Maré, me despertou a vontade de fazer samba também!”, comenta.

Deu início ao seu caminho e encontrou pessoas que partilhavam do mesmo sonho. Após muito estudo, ensaio e aperfeiçoamento, o que era “brincadeira de tocar samba” fez sucesso nas festas e eventos da Maré. Hoje, Thiago é a voz do Grupo Fundamental, ao lado de Michel George (cavaquinho), Pedro Artur (reco-reco) e Hércules Cezar (percussão).

No começo do grupo, devido às poucas oportunidades, criaram o Pagode do Fundamental, localizado no Parque União, de onde Thiago é cria. Em outubro, o evento completou 20 anos. Com o apoio dos moradores, da associação e do comércio local, sempre mantêm a casa cheia.

“Nossa trajetória não foi fácil, aliás continua não sendo fácil. Como toda pessoa periférica, esbarramos em vários empecilhos que torna tudo mais difícil e nos obriga a trabalharmos 10 vezes mais”. E completa: “Existe um ditado popular que diz que: ‘santo de casa não faz milagre’, mas esse ditado cai por terra com a gente. São 20 anos de grupo, de pagode na Maré e não teve um dia nesses 20 anos que não tocamos para muitas pessoas. Fora todo o apoio em tudo que fazemos. Sempre a nossa gente com a gente”, conclui.

Sonho e realidade

Danilo Siqueira, 37, voz do Grupo No Lance, explica que, embora seja reconhecido pela população e pelos contratantes, ainda é preciso valorizar ainda mais o trabalho dos capas (como são conhecidos os artistas do meio musical). “Para nós, o principal desafio é equilibrar o sonho com a realidade financeira. Atualmente, muitos de nós vivenciamos uma jornada dupla: trabalhamos no setor privado e dedicamos tempo à música. Essa é a realidade de vários artistas da Maré. Encontrar um equilíbrio saudável entre a paixão pela arte e a estabilidade financeira”, conta.

Dan, como também é conhecido, é cria da Vila dos Pinheiros. A história dele com o samba teve forte influência do pai. “Desde pequeno, fui imerso na música graças à minha família. Meu pai, um grande fã de samba, foi o responsável por despertar meu amor pela música. Lembro-me da primeira vez que ele me levou a uma roda de samba. Foi um momento que mudou minha vida. A partir daí, a música se tornou uma parte fundamental da minha jornada”, diz. Junto a Danilo, que é a voz do No Lance, estão Anderson Barros (Andy),  voz e violão, e Leonildo Lima (Nil), voz, reco-reco e gestor do No Lance.

O Grupo, fundado em 2002, na Maré, circula por todo o país, mas reverencia a potência da favela em promover arte e cultura em cada esquina. “A cena musical da Maré é incrivelmente rica e vibrante! Não precisa sair do bairro para curtir uma variedade de gêneros: samba, rock, funk, forró, trap e muitos outros. É maravilhoso como tudo se mistura de forma harmônica. Na Vila do João, por exemplo, uma única rua nos oferece uma jornada musical completa: começa com o forró da Entrada da Avenida Brasil, passa pelo MPB do Estrela da Vila e termina com o pagofunk do Castelo do Chopp. Tudo isso na mesma rua! É simplesmente incrível!”, elogia.

Nossa história

Depois da abolição de escravidão no Brasil, o Estado logo tratou de relembrar aos negros, agora ex-escravizados, que os interesses da Princesa Isabel eram mais comerciais do que humanitário. A Lei da Vadiagem foi a encarregada de proibir todas as expressões culturais e religiosas associadas à população negra.

O samba carioca nasceu na chamada Pequena África (região que abrange os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo), Zona Portuária e no centro do Rio. Nomes como Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida) e Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) são os principais responsáveis pelo samba que conhecemos hoje.

Donga é um dos autores da música Pelo Telefone, primeiro samba a ser registrado e gravado, em 1916. Tia Ciata, reconhecida como a grande mãe do samba (além de candomblecista e cozinheira de mão cheia) promovia rodas de samba no quintal de casa, mesmo proibidas por lei, que eram frequentadas por músicos, negros alforriados e seus descendentes. Com a difusão do rádio no Brasil  (principal meio de comunicação da época) e o surgimento das escolas de samba, o ritmo conquistou cada vez mais espaço no cenário musical e social.

De lá para cá, apesar do samba ter conquistado o Brasil e o mundo, pouca coisa mudou em relação ao racismo e a marginalização dos corpos e territórios negros. Entretanto, a favela e o samba seguem sendo o que são: o espelho de uma gente que nunca desistiu de ser.

Prefeitura do Rio reforça protocolo de calor com a chegada do verão

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O plano inclui uma série de ações para monitorar os níveis de calor e reduzir os efeitos da crise climática na cidade

O último sábado (21) marcou oficialmente o início do verão, que no Brasil também chega junto com as férias escolares e festas de fim de ano. Mas, nem tudo é agradável: a cidade do Rio, já muito conhecida por ter “verão o ano todo”, tem tido dias de sol ainda mais cruéis nos últimos anos, com impactos que afetam diretamente a qualidade de vida da população.

Para mitigar os efeitos da crise climática, a prefeitura do Rio de Janeiro  criou, por meio de decreto, o Comitê de Desenvolvimento de Protocolos para Enfrentamento de Calor Extremo (CDPECE). Em seu plano de contingência, o órgão diz que o acompanhamento dos Níveis de Calor (NC)  é uma medida para melhor demandar a atuação de outras esferas governamentais quanto aos riscos à saúde.


Protocolo de Calor

O Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo é uma resposta às altas temperaturas sentidas, literalmente, na pele. Em parceria com órgãos de saúde, sanitários e defesa civil, o plano inclui uma série de ações para reduzir os efeitos da crise climática, buscando entender as vulnerabilidades individuais e comunitárias. As unidades de saúde já têm sido reforçadas com equipes capacitadas para atender casos de desidratação e outros problemas relacionados ao calor, bem como priorizar o atendimento aos grupos de riscos (gestantes, idosos, crianças e imunossuprimidos). Os avisos para ondas de calor serão dados com antecedência por meio de sistemas de monitoramento meteorológico, permitindo que as autoridades preparem a cidade para a chegada de temperaturas extremas.

No último dia 16, ainda na primavera, a cidade do Rio de Janeiro entrou no segundo dos cinco níveis de calor. O NC2 se caracteriza por temperatura entre 36° e 40°, por um ou dois dias consecutivos e mais de quatro horas diárias. Com a chegada do verão as preocupações são ainda maiores: “No município do Rio de Janeiro, em 2023, foram observados os maiores registros contínuos de temperatura desde 2003. Em 2024, a observação já se repetiu, com previsão da ocorrência de cada vez mais eventos climáticos severos” , alerta a prefeitura.

Maré 40°

Ainda que a crise climática seja globalizada, o racismo ambiental escancara que para alguns tudo pode ser ainda pior. Ao andar pela zona sul da cidade, logo é possível notar a arborização trazida pelas árvores, mesmo em dias quentes, mas basta alguns minutos no “outro lado da cidade” para perceber que as mudanças climáticas não são iguais para todo mundo.

Em cartilha lançada pelo projeto EcoClima, da Redes da Maré, é possível notar que as Ilhas de Calor evidenciam as desigualdades sofridas pela população de um mesmo município. Segundo a pesquisa, “o desconforto térmico causado pela forma como o espaço urbano é produzido, afeta, não só o meio ambiente, mas também põe em risco a saúde de nós, moradores de favelas e periferias”. 

Com a qualidade do ar cotidianamente inferior devido a territorialização das três principais vias expressas da cidade ao redor da Maré, as Ilhas de Calor intensificam o acúmulo  de poluentes causado pela baixa qualidade do ar, assim agravando a possibilidade de  problemas respiratórios em moradores. Além disso,  o fenômeno  pode alterar  os padrões climáticos locais, interferindo na formação de nuvens e chuvas.

Para minimizar os impactos das alterações do clima, o  projeto incentiva o desenvolvimento de espaços verdes na comunidade, e políticas públicas que trabalhem para um melhor planejamento urbano sustentável.

Se cuida, morador! 

Principais recomendações:

  • Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • Consuma alimentos leves, como frutas e saladas;
  • Utilize roupas leves e frescas;
  • Evite bebidas alcoólicas com elevado teor de açúcar. Pode provocar desidratação;
  • Evite a exposição direta ao sol, em especial, das 10h às 16h;
  • Informe-se sobre os níveis de calor na cidade do Rio de Janeiro por meio das redes sociais e sites do Centro de Operações e da Secretaria Municipal de Saúde

Maiara Carvalho é estudante de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio de Janeiro e faz parte do projeto de Extensão Conexão UFRJ com o Maré de Notícias.

Pesquisa vai mostrar como é a alimentação das crianças da Maré 

O estudo vai mapear o cotidiano alimentar de famílias com crianças de 5 a 10 anos. Dividida em três etapas, a iniciativa começou com um grupo focal, promovendo uma roda de conversa no Observatório de Favelas

O Instituto Desiderata deu início a pesquisa: Avaliação do Ambiente Alimentar e Estado Nutricional de Crianças e Adolescentes Residentes em Favelas. O estudo consiste em avaliar o ambiente alimentar de favelas de três favelas brasileiras, Maré, Caramujo, em Niterói e Coque, no Recife. O objetivo é associar a situação de segurança alimentar e o estado nutricional de famílias com crianças, com vistas a subsidiar ações de incidência política.

Um dos pontos que a pesquisa vai identificar é como se encontra o grau de obesidade infantil nas favelas. Segundo um levantamento do Observatório de Saúde na Infância, uma parceria da Fiocruz e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase) revela que em crianças brasileiras de até 5 anos, o excesso de peso, que inclui casos de sobrepeso e de obesidade afeta uma em cada dez e um em cada três adolescentes, de 10 a 18 anos, em 2022. No quadro mundial, o Brasil possui 14,2% de crianças com excesso de peso e 5,6% da média global registrada em 2022. Em relação aos adolescentes, a média nacional apontou que 31,2% estão acima do peso, quase o dobro da média global de 18,2%.

Na Maré, a pesquisa vai mapear o cotidiano alimentar de famílias com crianças de 5 a 10 anos. Dividida em três etapas, a iniciativa começou com um grupo focal, promovendo uma roda de conversa no Observatório de Favelas. Na ocasião, sete responsáveis participaram do encontro e discutiram as características do ambiente alimentar nas favelas. Os participantes destacaram a importância de uma alimentação saudável, ressaltando os benefícios de verduras e legumes. Também compartilharam suas experiências sobre onde costumam fazer compras no território, como feiras livres, mercados e sacolões. Apesar disso, apontaram a ausência de estabelecimentos que ofereçam opções como sanduíches naturais, evidenciando lacunas na oferta de alimentos mais saudáveis.

Os responsáveis também relataram a existência da dificuldade financeira e de tempo. Segundo eles, nas áreas urbanas é muito difícil manter a alimentação saudável, pois há muita concorrência de alimentos ultraprocessados. Para eles, uma alimentação mais natural só é mais fácil para quem mora em sítios. Eles também deram sugestões de como incentivar para alavancar as vendas de produtos saudáveis, os comerciantes a colocarem os produtos que estão perto de vencer a validade por um preço mais baixo ou até mesmo doar. Também pediram mais cursos envolvendo o ambiente gastronômico na favela, mas sem o limite de idade.

“Acredito que aprenderemos sobre os alimentos mais saudáveis e vamos compartilhar”, conta Cleide de Oliveira, moradora da Nova Holanda. Os moradores avaliaram também a alimentação escolar. Uma característica é que as crianças criam um hábito dos horários que se alimentam na escola, que acabam seguindo isso em casa.

A segunda etapa acontece em 2025, com a realização de 400 entrevistas de casa em casa, nas favelas da Nova Holanda, Parque União, Parque Rubens Vaz, Parque Maré, Praia de Ramos e Morro do Timbau. Serão perguntas socioeconômicas sobre compra de alimentos para casa, sobre o acesso aos alimentos, e o consumo desses alimentos pelas crianças, além de medir o peso e altura da família. Além das entrevistas nas residências, ocorrerão pesagem dos familiares. “A primeira etapa foi um momento produtivo, em que todos puderam participar da conversa e que venha a pesquisa para a melhoria”, comenta Joyse Gabriel, moradora da Nova Holanda.

Os questionários vão revelar as condições das pessoas que se alimentam em diferentes localidades, especificamente qual a diferença da Maré para a Zona Sul. A terceira etapa tem como objetivo final propor políticas públicas para que a favela possa acessar a alimentação adequada a partir das necessidades percebidas na pesquisa.“Acredito que essa fase foi um sucesso. É muito importante escutar e assim conhecer os desafios e estratégias que são feitas para colocar no prato os alimentos saudáveis. Podemos juntos argumentar com os governantes para a implantação de políticas públicas necessárias”, destaca Sophia Rosa, gerente de saúde em obesidade do Instituto Desiderata.

Mareenses lançam caderno com reivindicações ao Governo

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Sede da Fiocruz reuniu lideranças comunitárias e políticas para a entrega de documento

“Primeiro, quero saudar todas as pessoas aqui na mesa e, principalmente, saudar todas as pessoas que estão no dia-a-dia da nossa luta. É muito bom ver vocês aqui. Eu estava vindo para cá e pensando, meu Deus, quase natal. Será que vamos conseguir dar a relevância que tem esse processo? Então, muito obrigada”. A fala foi de Eliana Sousa, Presidente da Redes da Maré e uma das lideranças convidadas para compor a mesa.

O ‘Caderno de respostas: demandas das associações de moradores do Complexo de favelas da Maré’, fruto de um formato conhecido com uma proposta inédita, reúne orientações sobre investimentos e políticas públicas voltados para os 140 mil mareenses e seu território. Para isso, os presidentes das Associações de Moradores foram os escolhidos para representar as vozes das 15 favelas da Maré. A cerimônia aconteceu na última sexta (20), às 10h30, no auditório do Museu da Vida, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Estamos aqui hoje por conta de uma provocação que foi feita em um momento difícil em que nós estávamos vivendo a possibilidade da Guarda Nacional ocupar a Maré. Aquilo nos deixou apavorados. Fomos à Brasília para tentar discutir sobre esse processo e de como o Governo Federal, de alguma maneira, se compromete com essa questão, que é local, mas que não é tão local assim. Questionamos essa possível intervenção e discutimos o papel que o Governo Federal poderia cumprir nesse processo de implementação de direitos. Pensamos: ‘Por que, já que estamos aqui,  não articular para que outras políticas, e não essa que consideramos equivocada da segurança pública, seja apoiada pelo Governo Federal? Por que o Governo Federal não apoia outras iniciativas no campo dos direitos que nós, historicamente, tanto lutamos?’. Nesse ano, faz 30 anos que a Prefeitura do Rio tornou a Maré um bairro, mas ainda não temos uma coisa chamada cidadania de bairro, que são os serviços públicos aos quais toda a população ali tem direito, igual as outras partes da cidade. Como uma pessoa que cresceu na Nova Holanda, lutamos por esse reconhecimento. A Maré tem 140 mil pessoas (Censo Maré). De fato, é maior que 96% das cidades brasileiras. Isso diz muito sobre as demandas que a Maré tem. É importante relembrar essa luta porque são direitos básicos, não um favor”, conclui a presidente.

Junto a eles, outras lideranças formaram a roda de conversa. São elas: Valtemir ‘Índio’ Messias (Presidente da Associação de Moradores da Vila do João); Vilmar ‘Magá’ Gomes (Presidente da Associação de Moradores da Rubens Vaz); Izadora Gama Brito, Secretária-Adjunta da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas; Renata Souza, deputada estadual do Rio de Janeiro; Cristiani Vieira Machado, Vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Valcler Rangel Fernandes, Assessor Especial do Gabinete da Ministra da Saúde; Karoliny Martins, antropóloga e pesquisadora de Drogas e Políticas Públicas e Josué Medeiros, cientista político e professor universitário. A mediação ficou por conta de Pamela Carvalho, historiadora e pesquisadora na Redes da Maré.

“A gente tem um processo aí em busca por melhorias para as nossas comunidades e não é fácil. Encaminhamos nossas reivindicações e a resposta está aqui hoje. Isso é muito importante para o nosso território, só nos fortalece. Nós, presidentes das Associação de Moradores, sabemos muito bem que não é tão fácil lidar com a comunidade no seu dia a dia, porque o morador cobra muito, e cobra com uma certa razão. Só que nós, gestores, temos as nossas dificuldades, E temos aí hoje a Redes da Maré que está nos ajudando e isso é muito importante para nós. Nós do terceiro setor, organização civil organizada, precisamos de parcerias. Precisamos muito do poder público que olhe para nós e veja nossos direitos, seja na educação, saneamento básico, moradia, enfim. Hoje, por exemplo, na minha comunidade, não temos varredura (varrição de logradouro). Mesmo sendo um bairro com 5 sub-bairros, a gente vive com muita sujeira nas ruas. Espero que essa conversa aqui chegue aos ouvidos do Eduardo Paes (Prefeito do Rio de Janeiro). Os políticos nos procuram em período eleitoral. E nem queria que eles viessem presencialmente não. Que venham para cá, para a comunidade, com serviços, com encaminhamento de serviços, por isso que seja executado plausivelmente para nós, porque as comunidades precisam muito do poder público, e sem o poder público a gente não consegue andar”, relata. Magá completa a fala de Índio: “Eu sou presidente há 33 anos. Pensei que iria morrer e não veria um parque surgindo na Maré para todas as comunidades. Então eu vejo essa luta aqui de guerreiros. E vamos esperar que esse caderno de respostas seja cumprido porque a Maré sofre até hoje com o saneamento básico. Vocês podem ir em qualquer comunidade da Maré, não é só na minha, e tem esgoto a céu aberto”.

Além de devolver o protagonismo da luta aos moradores da Maré, também demonstra que a mudança só é possível a partir da mobilização coletiva e que, por também fazer parte da cidade, a Maré precisa ser incluída na elaboração de políticas públicas e no planejamento orçamentário do governo. Dividido em 13 eixos, o documento reúne demandas referentes aos seguintes temas: educação, direitos socioambientais, segurança pública e acesso à justiça, direitos urbanos e habitação, saúde e segurança alimentar, direitos das mulheres, igualdade racial, arte, cultura e turismo, esporte e lazer, direitos LGBTQIA+, direitos das pessoas com deficiência (PcD), direitos das pessoas idosas, acesso à internet e comunicação, entre outros.

“Já fui estudante da UFRJ, a primeira vez que eu entrei na Maré foi em 1987, 1988. Foi para fazer um trabalho que uma professora nossa provocou: um levantamento dos problemas da Maré. Lendo o caderno de respostas, pensei: ‘gente, esses problemas, que os moradores e as associações relataram, estão aqui ainda hoje. A gente sabe que nesse período de 30 e tantos anos, algumas coisas melhoraram e outras pioraram. Inclusive a situação da violência, que é sofrida cotidianamente pelos moradores e moradoras, muitas coisas pioraram e outras coisas não se resolveram, coisas que a gente pensava que nesse período poderiam ter avançado mais. Então, acho que esse processo (lançamento do caderno de respostas) vem dessa luta de longo prazo dos movimentos sociais e do poder de organização. É uma estratégia que tem uma potência muito grande, de mobilizar as várias áreas do poder público para dar respostas, para se comprometer, é um instrumento de cobrança, de diálogo e, certamente, esse não é o fim”, explica Cristiane Vieira Machado.

O lançamento de um guia que paute as ausências e potências de um dos maiores conjuntos de favelas do Rio de Janeiro é histórico. Idealizado desde 2023, o guia de orientações é fruto de mãos e mentes faveladas. Sua produção também contou com o apoio de organizações da sociedade civil que atuam no território, como a Redes da Maré, da Fiocruz, de universidades públicas do Rio de Janeiro e de ministérios governamentais.

“A entrega desse caderno é um marco histórico na luta, em mais um processo de luta da Maré, produzido pela Secretaria-Geral da Presidência, mas com a contribuição efetiva de vários ministérios, de muitos ministérios do governo federal e que visa, entre outras coisas, estabelecer um diálogo permanente, além de facilitar a entrega de políticas públicas que são essenciais para a vida do povo brasileiro. Esse caderno de resposta é uma metodologia estabelecida e aprovada pelo presidente Lula e que é um dos mecanismos de efetivação da participação social na construção de tudo que envolve as ações do governo federal. Essa ação foi motivada por uma provocação de diversas associações e coletivos da Maré, da RedeS da Maré, e está sendo construído por muitas mãos e há muito tempo. Esse caderno é um caderno especial por vários motivos, mas, primeiramente, porque é o primeiro caderno de resposta territorial que a gente faz, e com entregas mais efetivas e diretas para a comunidade. Esse caderno, especialmente, ele vem com entregas efetivas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E acho que esse caderno é tão especial, tão diferenciado, porque ele também é fruto do que é a história da Maré. Foi um processo de aprendizado muito valioso, muito potente. E poder estar aqui hoje, anunciando não só a entrega do caderno, mas poder anunciar entregas de políticas públicas efetivas para esse território, é muito marcante para a gente. Isso só é possível porque conseguimos eleger à frente da Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, que é um sujeito extremamente comprometido com o povo, comprometido com a melhoria da qualidade de vida das pessoas, comprometido com a Maré. E, estar aqui cumprindo o que ele pediu, que é colocar as favelas no orçamento público, colocar as vozes e os sonhos das favelas dentro do planejamento e da execução de políticas públicas do Governo Federal, é muito importante”, diz Izadora Gama Brito, Secretária-Adjunta da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas.

Vale relembrar: o Estado brasileiro é formado por três poderes e nós os conhecemos como Poder Legislativo, Poder Judiciário e Poder Executivo. Nenhum funciona sem o outro e, esse último, como o próprio nome já diz, é responsável por governar e administrar. Os representantes do Poder Executivo brasileiro são os governadores (nível estadual) e prefeitos (nível municipal), sendo o Presidente da República responsável por representar os interesses da população em escala federal.

Por um Natal solidário na Maré

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Diversas campanhas incentivam as doações de alimentos e brinquedos

Árvore, papai noel, ceia, sino, vela, panetone, luzes, estrela, guirlanda e presépio. Quem respondeu que esses são alguns dos símbolos do Natal, acertou. Para muitos é uma reunião de família, em torno de uma mesa com comidas típicas como peru, pernil, tender, arroz à grega, salpicão, farofa, salada de feijão, pudim, rabanada, manjar e pavê. Com direito a tradicional piada: é pra ver ou pra comer? Mas o Natal também é um momento de solidariedade, onde vizinhos ajudam uns aos outros e são realizadas campanhas para auxiliar quem mais necessita. 

Algo que distancia muitos da ceia farta são os preços. Com a chegada do mês de dezembro, os trabalhadores recebem o 13º salário e logo na hora que se planeja realizar as compras natalinas, os preços sobem. De acordo com matéria realizada pela revista Veja, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) mostra que a cesta natalina fechará o ano com alta de 9,16% em comparação ao mesmo período de 2023, com preço em médio de R$ 439,30. Um dos vilões é o azeite, que está com preço nas alturas, pelo motivo de escassez da produção nacional, período seco na Europa e alta no dólar.  

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que apesar do percentual de pessoas brasileiras abaixo da linha da pobreza ter caído de 5,8% em 2021 para 3,5% em 2022, o número ainda é alto. Recentemente o Rio de Janeiro recebeu o encontro do G20, que revelou uma triste realidade. Segundo a publicação ‘Criando sinergias entre a Agenda 2030 e o G20 – caderno Desigualdades’, o Brasil é o 2º país do grupo com maior percentual de pessoas em extrema pobreza, perdendo apenas para a Índia. 

Para amenizar essa situação, algumas instituições realizam as tradicionais campanhas de Natal. Uma das mais conhecidas no território é a da Associação Especiais da Maré, organização que atende 500 famílias cadastradas, contendo pessoas com deficiência (PcD). Infelizmente este ano as doações de cestas básicas não foram como esperado, não alcançando o número necessário. Apesar disso, o grupo agradece quem doou e informa que vai entregar as cestas que receberam no próximo domingo (15/12). 

Conjugando o verbo ajudar

O desejo de levar ajuda contagia muita gente e nem precisa estar ligado a alguma instituição. É o caso da professora Roberta Tavares, que há 8 anos realiza campanha para ajudar os PcD da Maré. A campanha Ajude uma Criança Especial da Maré a Ser Feliz, realiza a entrega de brinquedos, fraldas, remédios e cestas básicas. “Eu consegui atender 60 crianças, faltam 50 especiais. Nós vamos com essa campanha até o dia 20 de dezembro. Os brinquedos estão numa faixa de R$ 15 a R$ 20, mas tem criança que precisa de uma medicação que custa R$ 110 e outras famílias precisando muito de alimentação, de exame, de fralda e de um leite específico”, conta. 

A professora explica que a campanha traz um sentimento muito gratificante. “Tem uma mãe que mandou um áudio que o filho ficou todo feliz com o brinquedo de bolinha de sabão. Essa alegria das crianças é importante, pois não tem o pai, outras vivem com a avó, outras em situação de risco e de vulnerabilidade. Então, assim, é muito gratificante fazer essa missão que o universo enviou para mim”, confessa. 

Na Vila do Pinheiro, a Comunidade Pequena Nuvem realiza a campanha Natal dos Pobres, que pretende levar almoço a pessoas em situação de rua, no dia 25 de dezembro, em Bonsucesso. O grupo pretende produzir quentinhas, para isso, estão recebendo doações de coxa e sobrecoxa, farinha de mandioca, alho, azeite, feijão fradinho, cebola, pimentão, tomate, cenoura, batata, chuchu, arroz, rabanada, banana, laranja, refrigerante, água, sucos e descartáveis. 

“Nós fazemos uma mesa bem bonita. A gente faz com amor, é de coração. Quem quiser participar no dia e ir para rua conosco, será muito bem-vindo, para fazermos um Natal bem lindo para eles. Eles estão na rua, num dia muito significativo onde a família está reunida e muitos que estão ali não tem, então fazemos a vez da família deles”, lembra o diácono Edilson Ezequiel. O grupo ainda realiza a ceia na véspera do Natal para os enfermos nas duas casas sedes do projeto na Maré. Além disso, ocorre o Natal das Crianças, com um evento no sábado (21/12), com distribuição de roupas, sapatos e brinquedos. 

Criado há 20 anos, o Instituto Vida Real, situado na Nova Holanda, espera receber doações entre 100 a 150 cestas básicas, para suprir a necessidade de famílias de alunos. “São pais desempregados e alunos que não têm o que comer. Gostaríamos muito de poder levar o alimento na mesa dessas crianças”, comenta Sebastião Antônio, conhecido como Tião, coordenador do instituto. Ele acrescenta que proteger o próximo não tem preço. “Ajudar ao semelhante é ao mesmo tempo nos tornar uma pessoa melhor. Fazer a pessoa sorrir e ser útil na vida”, conclui. Ele lembra que cada cesta custa em torno de R$ 180.

O Instituto Nasci Para Brilhar atende a 115 crianças do entorno do Parque Ecológico, na Vila dos Pinheiros. Para o Natal a instituição está no intuito de arrecadar panetones. “Queremos fazer uma criança feliz. Já realizamos há 3 anos a campanha solidária para nossas crianças. Ao final, o sentimento é de realização e satisfação ao ver um sorriso no rostinho de cada criança ao ganhar um panetone e levar para sua casa. Desejo que o espírito natalino esteja no coração de cada um dos doadores”, enfatiza Andrea Souza, conhecida como Bebel, coordenadora do instituto.

Formas de ajudar: 

Instituto Nasci para Brilhar

Informações: 96561- 4649 

Via C/4, Travessa Vinte e Cinco, 181 – Vila dos Pinheiros.

Instagram: @nasciparabrilhar_ofc

Comunidade Pequena Nuvem

Informações: 21 98457-0689

Instagram: @comunidadecatolicapequenanuvem

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Ajude uma Criança Especial da Maré a Ser Feliz 

Informações 21 97651-4962

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PIC PAY professora Roberta Tavares

Instituto Vida Real

Informações: (21) 97033-4333

Rua Teixeira Ribeiro, s/nº – estacionamento da Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva.

Instagram: @institutovidareal

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Resumo: O Natal solidário na Maré.

Chamada: A união de pessoas e instituições em prol de um sorriso no Natal.