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Maré de Notícias abre edital para bolsista

Por Aline Fornel

As inscrições para o processo seletivo ocorrem até o dia 19 de Janeiro e podem ser realizadas através do link disponível nesta matéria

Através da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o jornal comunitário Maré de Notícias abre edital de seleção de bolsistas para integrar a equipe de uma das principais fontes de informação da Maré.

O objetivo é escolher um bolsista para uma carga horária de 20 horas semanais, atuando de forma híbrida durante um contrato de seis meses. Esta iniciativa visa fortalecer a equipe do Maré de Notícias e proporcionar uma oportunidade para estudantes dos cursos de Jornalismo, Produção Editorial e Letras.

Para participar da seleção, é necessário estar cursando, no mínimo, o 3º período dos cursos mencionados, apresentando uma declaração de matrícula recente. Além disso, é essencial que o candidato possua habilidades comprovadas em escrita e elaboração de textos jornalísticos, com conhecimentos desejáveis em WordPress, práticas de SEO e preferencialmente residência na Maré ou em bairros/favelas vizinhas.

O Jornal Maré de Notícias enfatiza o incentivo à candidatura de mulheres, pessoas negras, moradores de favelas e pessoas LGBTQIAPN+, reforçando o compromisso com a diversidade e inclusão.

O bolsista selecionado desempenhará um papel fundamental no suporte à produção de pautas, colaborando com os jornalistas do jornal impresso e online. Além disso, contribuirá na produção de conteúdo para as redes sociais e na elaboração de notas e matérias.

Equipe do Maré de Notícias realizando distribuição do jornal impresso pelas ruas da Maré . Fotografia: Douglas Lopes

Etapas de Seleção:

As inscrições para o processo seletivo estão abertas até 19 de Janeiro e podem ser realizadas preenchendo o formulário disponível neste link. Posteriormente, haverá a seleção dos inscritos e entrevistas online agendadas entre os dias 22 a 24 de Janeiro. Os resultados serão divulgados no dia 25/01 e as atividades terão início em 1 de Fevereiro.

Benefícios:

O bolsista selecionado receberá uma bolsa de extensão no valor de R$700,00 (setecentos reais), com pagamento realizado pela Superintendência Geral de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para mais informações, acesse o edital completo.

Lua Brainer entrelaça caminhos de transformações na Maré   

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Mulher trans, travesti e moradora da Vila dos Pinheiros, Lua se tornou uma figura proeminente na cena ballroom do Rio de Janeiro, reconhecida por sua atuação como Legendary Imperatriz

Lua Brainer: mulher trans travesti que ao longo dos anos se tornou o nome de referência quando se pensa na luta pela visibilidade trans nas ruas da Maré. É ela, junto com um coletivo da comunidade LGBTQIAP+, que vem costurando um caminho de transformação político-cultural dentro do território. Moradora da Vila dos Pinheiros desde 1996, ano em que nasceu, Lua se tornou, ao longo dos anos, a figura proeminente na Cena Ballroom do Rio de Janeiro, reconhecida por sua atuação como Legendary Imperatriz.

Educadora na Casa das Mulheres, finalizando sua formação em Teoria da Dança pela EEFD/UFRJ e principal gestora do projeto “Ballroom in Maré”, Lua vive, desde muito nova, em processo de transformação. Começou na dança com aulas de hip-hop no Museu da Maré. Aos poucos, foi descobrindo a cultura ballroom e logo quis mostrar ao mundo o que era aquilo. Os movimentos levaram Brainer para a rua, onde pode aprender e reivindicar o direito de ser um corpo não marginalizado: “Ia pra Lapa muito nova pra participar das balls, mas havia sempre o receio na hora de ir e voltar, por ser um corpo estereotipado e hipersexualizado […] Temos corpos violados pela polícia desde Xica Manicongo, então, enxergo esses espaços como tecnologia para minimizar esses dados”.

Em 2017, ao encontrar, nesta vida, com seu parceiro de luta Kill Bill, bicha preta do Morro do Timbau, Brainer resolveu que iriam juntos trazer o cenário da expressão artística LGBTQIAP+ para a favela. Hoje ela é a Legendary Imperatriz, mas agradece a possibilidade de continuar o legado de travestis da Maré que iniciaram essa história de resistência ainda nos anos 80 e 90, com os shows “Noite das Estrelas”, também resgatado na última década pelo projeto Entidade Maré.

Cena Ballroom

O movimento político Ballroom se iniciou no fim da década de 60 em bairros do subúrbio de Nova Iorque com Crystal LaBeija. O principal intuito era descentralizar os padrões racistas dos concursos para drag queens e trans existentes na época. A nova vertente teria como público-alvo negras e latinas, como é até hoje.

Em 1980, com o surto de HIV, e por consequência, a perseguição a grupos com questões relacionadas ao gênero,  o movimento político-cultural se tornou um refúgio para pessoas que eram perseguidas ou expulsas de casa. Era um novo lar, como uma adoção, por isto, se tornavam “filhos” dos espaços que frequentavam.

Balls na Maré 

Em tradução literal, Ballroom significa “salão de baile”, mas, não há dúvidas de que o movimento sempre foi mais do que um local para se dançar vogue. Com muita música, moda, performance e afeto, a cena Ballroom torna possível um outro olhar para a cena: “é um mecanismo de resgate e acolhimento da comunidade trans e travesti”, salienta  Lua Brainer.

Quando perguntada sobre o que torna a Cena Ballroom carioca singular, Lua responde que se diferencia, principalmente, por incorporar elementos da cultura afro-brasileira, do funk e da estética favelada, criando-se uma identidade que busca interiorizar o que é ser “uma corpa trans de favela”. 

As houses, como são chamados os espaços de encontros, funcionam como lugar de conscientização e proteção para pessoas trans e LGBTQIAP+ que estão em situação de vulnerabilidade ou simplesmente se tornaram pertencentes ao movimento. O principal desejo da Imperatriz é que exista uma house fixa na favela da Maré, para que se solidifique ainda mais a ideia de pertencimento.

Mais do que um movimento artístico, a cultura ballroom é uma rede de apoio e um grito de resistência. Na Maré essa cena oferece visibilidade para aquelas que muitas vezes são marginalizadas pela sociedade. Ao celebrar a cultura ballroom, reconhecemos sua história de luta e sua importância como espaço de pertencimento e arte para a comunidade LGBTQIAP+. Dos quarteirões de Nova Iorque para as ruas da Maré: elas seguem, vivas, autênticas e revolucionárias.

Hospital de Bonsucesso sofre com anos de descaso e agora vive nova gestão

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O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) é formado por um conjunto de hospitais públicos federais

Uma passarela na Avenida Brasil separa a Maré do Hospital Federal de Bonsucesso. Pela proximidade, a grande maioria dos mareenses nasceu nesta unidade de saúde. Essa população conta com nostalgia o tempo de glória desse hospital, referência em várias especialidades de média e alta complexidade. De alguns anos para cá, muita coisa mudou. Os leitos foram fechando, a emergência encerrou atividade e até um prédio deixou de funcionar após incêndio. A solução apresentada pelo Ministério da Saúde foi a terceirização dos serviços, o que não agradou os funcionários estatutários. 

Dentre os que nasceram no hospital de Bonsucesso, uma é Ana Cláudia Oliveira, moradora da Nova Holanda, que nasceu em 1973 e conta o fato com orgulho. “É um lugar de referência para diversas especialidades. Meu tio se operou lá, deu tudo certo. Já meu sobrinho que nasceu em 1999, a sua mãe não foi tão bem atendida. Teve que ficar numa cadeira até a liberação de um leito. Não sei como esse hospital chegou nesse ponto, se as verbas não chegaram ou foram desviadas”, questiona. 

O hospital é composto por seis prédios, sendo um complexo hospitalar com mais de 42.242m2. Apesar do tamanho, o hospital não lembra os tempos áureos, quando tinha 412 leitos. Os mais antigos moradores da Maré, ao falar do hospital, vão mencionar que nasceram ou se trataram no Iapetec. Mas o que significa isso? A explicação vem lá da sua inauguração em 1948, com o nome de Hospital General do Nascimento Vargas, sobre administração do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetec). 

Depois disso, tiveram diversas mudanças na gestão, na década de 1960 passou para o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Já nos anos de 1970 passa para o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Na década de 1990, o hospital é integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e tem a inauguração do prédio de ambulatório. Uma outra alteração é em relação ao nome, que depois de 2007, deixa de ser Hospital Geral de Bonsucesso para ser denominado de Hospital Federal de Bonsucesso (HFB).

O hospital mostrou o seu lado negativo na imprensa em janeiro de 2019, quando a farmacêutica Luana Camargo, então diretora da unidade foi exonerada por promover festas, sendo um dos eventos no valor de R$ 156 mil, dinheiro doado por empresas que prestavam serviços à unidade. Enquanto isso, pacientes reclamavam da falta de leitos e remédios. O pior aconteceu no dia 27 de outubro de 2020, quando um incêndio atingiu o prédio 1 do hospital, deixando vítimas fatais. A partir daí o hospital fechou a emergência. Antes disso, em 23 de agosto de 2012, o Maré de Notícias divulgou ato que servidores do HFB realizaram por aumento salarial, melhores condições de trabalho e contra a privatização da saúde pública. Com carro de som, faixas e apitos, o protesto chegou a fechar a pista lateral da Avenida Brasil por quase uma hora.

Uma moradora da Baixa do Sapateiro, que preferiu não se identificar por receio de represália, já que tem familiares como pacientes do HFB, já teve momentos bons e ruins na unidade. “Para mim é referência no seu quadro de médicos, minha filha sempre foi bem atendida e cuidada. Meu segundo filho nasceu no prédio da maternidade, também fui bem atendida. Entretanto, minha filha faz acompanhamento de alergia, e passou meses sem a injeção de tratamento, e isso fez regredir o seu quadro alérgico, não por culpa dos médicos, mas sim da área administrativa do hospital”, comenta. 

Para explicar sobre a nova gestão do HFB, o Maré de Notícias entrou em contato com o Ministério da Saúde, que declarou que demandas referentes ao hospital deveriam ser encaminhadas diretamente para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

Uma gestão com sotaque gaúcho 

Após anos de sucateamento do HFB, o Ministério da Saúde precisava tomar uma decisão para o resgate na qualidade do funcionamento. Para isso, escolheu o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa estatal pública do Rio Grande do Sul, para fazer a gestão do HFB. A meta é que em 90 dias ocorra a ampliação do quadro funcional, a abertura da emergência e a reabertura de 210 leitos e centro cirúrgico. Além disso, algumas obras de infraestrutura, serão realizados reparos hidráulicos e no sistema elétrico da subestação.

A gestão começou no dia 19 de outubro, quatro dias depois, pois um grupo de servidores fizeram um bloqueio na porta da unidade e impediu que a nova gestão entrasse no HFB. Para o médico Júlio Noronha, presidente do corpo clínico do hospital e diretor do Sindicato dos Médicos RJ, essa forma de resolver o problema do HFB é superficial. “O hospital ligado ao Ministério da Saúde funcionava. Os números provam isso, com as 115 mil consultas ambulatoriais realizadas de janeiro a setembro de 2024. Também aconteceram mais de 3.800 cirurgias de média e alta complexidades e 104 transplantes renais, nesse período. Isso para desmistificar essa história de que não estava funcionando”, explica.

Noronha acrescenta que os leitos estavam fechados por falta de recursos humanos e a obra da subestação. “Desde março de 2023 a ministra sabia que o HFB e outras seis unidades federais passavam por problemas e ela não fez nada na questão de pessoal, obras e nem fortalecendo os almoxarifados. Mas subitamente o ministério privatiza, entregando o hospital para um grupo de outro estado. Vieram sem fazer um intercâmbio com os funcionários, sem conhecer o hospital. Querem abrir na marra a emergência e 18 leitos da cardiologia, uma trapalhada, pois só pode ocorrer isso com a solução da subestação, mas estão querendo prestar conta para a opinião pública”, acrescenta.

“O que temos medo é pelo grupo desconhecer o hospital e acabar encerrando serviço, como as 35 especialidades pediátricas, que é um santuário. O ministério pagou 54 milhões para o Grupo Conceição para fazer o diagnóstico do hospital, mas fizemos isso lá atrás e de graça, mas não foi aproveitado. A ministra não ouviu os conselhos de saúde, tanto na esfera municipal, quanto na estadual e nacional. Os três pediram a suspensão do contrato, por não haver um estudo técnico. Prometem 200 novos leitos, mas tem que ter anestesista, intensivista, clínicos e patologistas, se não tiver esses profissionais é tudo cascata. Hoje piorou, pois estão destruídos a estrutura do hospital, mudando as pessoas de lugar. Isso ocorre, porque, a Nísia (Trindade) nunca pisou no hospital”, conclui. 

A reestruturação em 90 dias

O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) é formado por um conjunto de hospitais públicos federais. O GHC é uma empresa pública, com personalidade de direito privado, sob controle acionário integral da União. É uma entidade da Administração Pública Federal Indireta, vinculada ao Ministério da Saúde, que é constituída sob a forma de sociedade anônima, que possui interesse e utilidade pública, tendo o fim exclusivo de, no âmbito do SUS, planejar, gerir, desenvolver e executar ações e serviços de saúde, inclusive com a manutenção de estabelecimentos hospitalares.

O Ministério da Saúde deu ao GHC um prazo de 90 dias para a execução das primeiras ações de reestruturação do HFB. Para o grupo é um momento de transição, de entender a instituição e a partir da experiência em Porto Alegre, devolver à população um hospital com toda a potência. “Queremos uma troca cultural com o Rio de Janeiro, qualificar esse atendimento e disponibilizar a emergência e os leitos, sendo 100% SUS. O hospital tem uma estrutura de excelência, mas que não funciona com sua carga total. Temos um calendário apertadíssimo, mas já temos equipamentos chegando e sendo instalados, além de um concurso emergencial para contratar 2.400 profissionais. É uma transformação em muito pouco tempo, mas com grande respeito”, conta Renata Lopes, assessora da gerência de participação social e diversidade da GHC.

“Esse hospital já foi de referência e precisa o retorno da sua grandiosidade, mas com a ajuda de todos e construindo parcerias. Queremos realizar campanhas de promoção para doações de sangue, feiras de saúde e saraus, trazendo moradores da Maré. Estamos reformando alas e instalando equipamentos como um raio-x novo, para aumentar a capacidade de exames e atendimentos. Temos um desafio grande de colocar tudo a pleno vapor até o dia 21 de janeiro. Estamos dentro do prazo, seguindo o DNA do grupo que preza o diálogo com os trabalhadores e conselhos de saúde, a transparência, tendo negociação e aproximação com os sindicatos”, explica Lopes, com 25 anos de experiência no grupo.

 A nova gestão reclama que parte da imprensa não procura ouvir o grupo e cria fake news, como a de risco com a instalação de geradores. Segundo divulgou o Ministério da Saúde e confirmado pelo GHC, os equipamentos servem como suporte para agilizar a manutenção e troca de cabos do hospital. O GHC confirma que realizou um estudo técnico para conhecer o hospital e colocar as ações em prática. “Temos menos de um mês para a conclusão do prazo, mas não vamos baixar a produção e negamos que vai ser fechado alguma especialidade”, conclui Lopes.

P.A.R.T.S. realiza audição para bacharelado em Dança Contemporânea na Bélgica

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Em busca de novos talentos, escola de dança de Bruxelas realiza pré-seleção no Centro de Artes da Maré

A escola internacional de dança contemporânea P.A.R.T.S. está em busca de novos talentos para participar do programa de Treinamento em Bacharelado, realizado pela instituição. No próximo dia 25 de janeiro de 2025, o Centro de Artes da Maré (CAM), localizado na Nova Holanda, na Maré, será palco da pré-seleção que dá a oportunidade para jovens entre 18 e 25 anos com paixão pela dança contemporânea terem a chance de conquistar uma vaga na instituição, em Bruxelas, na Bélgica.

Passaporte para o Mundo da Dança

Com início previsto para setembro de 2025, o curso de Bacharelado da P.A.R.T.S. é reconhecido por formar artistas de excelência no cenário internacional. Os candidatos aprovados na audição final, que acontecerá de 13 a 18 de abril de 2025 em Bruxelas, terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades técnicas, criatividade e expressão artística em um ambiente multicultural.

Como Participar?

As inscrições para a pré-seleção no Rio de Janeiro se encerram no dia 21 de janeiro, mas existe a possibilidade de ir pessoalmente ao CAM para saber se ainda há vagas não preenchidas até o dia da pré-seleção. Os interessados devem atender a alguns requisitos, como ter concluído o ensino médio até setembro de 2025, possuir idade entre 18 e 25 anos e apresentar nível mínimo de inglês B2, embora o domínio do idioma não seja obrigatório de imediato a P.A.R.T.S. também vai oferecer suporte com um curso intensivo de inglês para os selecionados.

O programa tem um custo total de €15.000,00, sendo €6.000,00 para a taxa de inscrição e €3.000,00  para o valor atual, totalizando três anos de formação. Para candidatos de baixa renda, é possível participar do Desconto para Apoio Financeiro, basta mandar uma explicação da sua situação através do e-mail [email protected].

A P.A.R.T.S também disponibiliza bolsas de estudo para candidatos que comprovarem necessidade financeira. Com limite de deferimentos, a solicitação ocorre após a audição final. 

Bruxelas é possível!

Marlla Araújo, 28, foi uma das selecionadas na seleção que aconteceu em 2019, e garante para quem tem a arte como sua paixão: essa é uma ótima oportunidade para conhecer novas culturas, bem como viver muitas experiências.

Aluna de diversos cursos do Centro de Artes da Maré antes de ir para a Bélgica, Marlla agarrou a oportunidade logo quando soube da seleção. Para fazer a audição no exterior, ela conta que arrecadou dinheiro através de uma vakinha e ajuda da sua rede de apoio, assim como os outros selecionados junto com ela. Parece impossível, mas não é!”, diz Marlla.

Se você sonha em explorar o universo da dança contemporânea em uma das mais prestigiadas instituições do mundo, não perca essa chance única. As inscrições estão abertas pelo link na bio do Instagram oficial da P.A.R.T.S. (@parts).

Para mais informações, entre em contato com [email protected].

Maré recebe 1º Festival do Orgulho LGBTQIAPN+ das favelas

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Intitulado ‘Muito prazer, eu existo! Parem de nos matar!’, o evento que é realizado pelo Grupo Conexão G acontece entre os dias 24 a 26

No mês nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis, a 15ª Parada LGBTI+ acontecerá entre os dias 24 a 26 de janeiro, na Maré. A edição deste ano traz uma novidade: a parada se transformou em um grande festival! A mudança se deu por conta da urgência em visibilizar a resistência diária da população favelada e LGBTI+, além do compromisso em construir um espaço para divulgar dados, pesquisas, vivências e, assim, construir novos futuros possíveis.

O evento, intitulado “Muito Prazer, Eu Existo! Parem de nos matar!”, será realizado pelo Grupo Conexão G, em parceria com a organização Favela Ong e com patrocínio da Prefeitura do Rio (Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual – CEDS-Rio). Além disso, o festival receberá o apoio do Estado pelo Programa Rio Sem LGBTfobia e do estilista Almir França (Escola de Divines).

Programação do Festival LGBTI+ da Maré:

Na Mesa de Debates (24), serão discutidos dados do 1º Dossiê Anual do Observatório de Violências LGBTI+ em Favelas, publicado em 2023 pelo Conexão G e realizado em parceria com o Datalabe. No estudo, temas fundamentais como a luta das mulheres trans no território da Maré e o resgate histórico das organizações LGBTI+ da região foram abordados. A atividade tenha início 12h30 e será no Observatório de Favelas (rua Teixeira Ribeiro, 535, Nova Holanda).

Também serão lançados materiais produzidos pela Escola de Formação Crítica Majorie Marchi e pelo Observatório de Violências LGBTI+ (projetos do Grupo Conexão G), incluindo um protocolo de segurança para mulheres trans e travestis profissionais do sexo e uma revista que aborda empregabilidade e moradia para pessoas LGBTI+ periféricas. Essas produções refletem a complexidade das questões enfrentadas por essa população em territórios marginalizados.

No dia 25, a Maré será ocupada por uma ação itinerante de lambe-lambe, levando à comunidade dados alarmantes sobre violência, saúde, empregabilidade e renda da população LGBTI+.

No último dia da celebração (26), acontecerá a tradicional Parada LGBTI+ da Maré, no Espaço Lazer (Parque União). A concentração será no Espaço Lazer (Parque União). Nela, terão apresentações artísticas com Drag Queens, show de talentos,  apresentação do Grupo Caju Pra Baixo, do Grupo Fundamental, da cantora Marcelle Motta, a presença da Escola de Divines e muito mais!

Sobre o Festival

Todo o evento carrega a marca da trajetória de Gilmara Cunha, mulher trans e fundadora do Grupo Conexão G, cuja história é exemplo de resistência e transformação. Gilmara, reconhecida como uma das principais vozes trans no Brasil, lidera uma luta que ultrapassa as fronteiras da Maré, ressoa em todo o país e também internacionalmente. Sob sua liderança, o Grupo Conexão G se tornou uma referência de organização comunitária e protagonismo LGBTI+, criando espaços que ampliam a visibilidade e os direitos dessa população.

No Janeiro Roxo, campanhas buscam desconstruir estigmas sobre Hanseníase

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A hanseníase tem cura e seu tratamento (e diagnóstico) podem ser realizados gratuitamente em unidades de Atenção Primária à Saúde

Em 2024, 19.469 novos casos de hanseníase foram diagnosticados em território nacional. Os números são do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com mais registros da doença. O primeiro é a Índia. Desde 2016, no último domingo de janeiro, são promovidas ações do Janeiro Roxo, mês eleito para a conscientização da importância da prevenção, do diagnóstico precoce e da continuidade do tratamento.

Descoberta em 1873 pelo médico norueguês Gerhard H. A. Hansen (que também deu o nome a bactéria), a doença não é mais chamada de ‘lepra’ ou ‘mal de Lázaro’ por conta do do tabu construído a respeito da doença. Até os dias atuais, seus portadores sofrem com a desinformação criados, principalmente, quanto ao contágio. Ao contrário do que acredita o senso comum, a hanseníase não é transmitida através do uso compartilhado de objetos (como pratos, copos e talheres. Somente através das vias respiratórias (fala, espirro, tosse). Além disso, a maioria das pessoas expostas à bactéria da Hanseníase (Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen) não a desenvolvem. O Ministério da Saúde informa que cerca de 5% das pessoas que já tiveram contato adoecem.

A hanseníase tem cura e seu tratamento (e diagnóstico) podem ser realizados gratuitamente em unidades de Atenção Primária à Saúde. O período entre a contaminação e o surgimento dos sintomas pode ser longo (três a cinco anos), então, atente-se para a lista abaixo e procure ajuda médica na Clínica da Família mais próxima da sua casa.

Aparecimento de manchas (brancas, vermelhas ou marrons);

Perda de sensibilidade e/ou força muscular da pele;

Engrossamento da pele;

Sensação de formigamento, dormência e/ou fisgadas (principalmente nas extremidades do corpo, rosto, mãos e pés);

Surgimento de caroços (que podem ser dolorosos ou não).

Quanto antes iniciado o tratamento (que pode durar até um ano), mais rápido o portador de hanseníase não transmitirá a bactéria para outras pessoas. Apesar de existir cura, a doença (caso atinja um grau elevado) pode causar lesões irreversíveis ao sistema nervoso (cérebro, medula espinhal e nervos periféricos).