A Prefeitura do Rio anunciou o adiamento do plano de flexibilização das restrições de combate à covid-19, que passaria a valer em 2 de setembro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), as razões para a suspensão estão relacionadas ao aumento do número de casos de covid na cidade, principalmente causados pela variante Delta, além da irregularidade no fornecimento de vacinas por parte do Ministério da Saúde.
“Desde o primeiro anúncio sobre o plano de reabertura da cidade, no início de agosto, foi frisado que essas medidas estavam condicionadas a um cenário epidemiológico favorável, com continuidade da regressão do mapa de risco da cidade para alertas moderado e baixo; e da regularidade de entrega de vacinas pelo Ministério da Saúde. Em não se confirmando essas condições, o planejamento poderia ser revisto”, explicou em nota a Secretaria.
Vacinação de adolescentes
A vacinação contra a Covid-19 dos mais jovens recomeça nesta quinta-feira, com as meninas de 17 anos recebendo a primeira dose. Na sexta-feira (27), a imunização será destinada aos meninos com 17 anos, e, no sábado (28), às pessoas com 17 anos ou mais. Na semana seguinte, o calendário segue, de forma escalonada por idade e sexo, até chegar aos meninos de 15 anos, que recebem a primeira dose no dia 3 de setembro (sexta-feira).
Ativista, dramaturgo e professor da Queen Mary University of London, Paul é uma das lideranças envolvidas na pesquisa “Construindo Pontes”
Por Tamyres Matos, em 25/08/2021 às 17h
Parceiro de longa data nas ações sociais realizadas na Maré, Paul Heritage conversa sobre o conjunto de favelas com familiaridade afetiva, mas, também, com significativo conhecimento de causa. O diretor da People’s Palace Projects é um dos líderes da pesquisa “Construindo Pontes”, que investigou a relação entre a violência armada e a saúde mental dos cerca de 140 mil moradores das 16 favelas.
“Minha parceria com a Eliana (Sousa, diretora da Redes da Maré) rendeu muitos projetos importantes ao longo dos anos. Um exemplo é o ‘Cidades saudáveis, seguras e com igualdade de gênero: perspectivas transnacionais sobre a violência urbana contra mulheres e meninas no Rio de Janeiro e em Londres’, que rendeu insights importantes e ficou conhecido como as ‘lições da Maré’’, relembra.
Com íntima relação com o universo cultural, o britânico acredita ser essencial fazer a ponte entre a arte e o desenvolvimento social. “Uma das características mais interessantes do estudo ‘Construindo Pontes’ é exatamente essa vivência prática da interdisciplinaridade, que é muito difícil de se alcançar. A arte também pode ser um instrumento de pesquisa, precisamos de todos os recursos que temos para falar e pensar saúde mental”, considera.
Mas como assim? O que arte tem a ver com taxas de sofrimento mental? O dramaturgo explica que os trabalhos artísticos atuam, especialmente, na amplificação das vozes das pessoas, do humano por trás dos números apresentados. Além disso, ele acredita que através da cultura é possível abordar perspectivas diferentes e ampliar o alcance das reflexões essenciais quando estamos falando da construção de políticas públicas.
“Os projetos culturais trouxeram pontos de vista que não apareceram em outras partes da pesquisa. Eles podem ser pensados como instrumentos qualitativos dela e trazem contradições e complexidades para o centro do debate. Por exemplo, ansiedade é um tema forte no slam (poesia). A fotografia dos moradores trouxe uma perspectiva totalmente diferente, mas sempre em diálogo com os resultados. O projeto de música com os frequentadores das cenas de uso (de drogas) trouxe uma perspectiva totalmente diferente. Sem os projetos culturais, os moradores seriam somente objetos do estudo, queremos que eles sejam sujeitos”, explica.
Saúde e o senso de comunidade
Ao ser questionado sobre o que espera da recepção da pesquisa por parte do poder público (seja no Brasil, no Reino Unido ou qualquer outra região), o professor da Queen Mary University of London relembra que é preciso que a comunidade esteja melhor informada e possa vencer ideias e preconceitos a respeito de saúde mental.
Para Paul, as famílias precisam de acolhimento em seus anseios para que possam ter um convívio próximo e constante com seus familiares adoecidos e a comunidade em sua totalidade também precisa ser mais tolerante com as diferenças.
“O mais importante é a compreensão de que a saúde mental envolve diversos aspectos da sociedade, como o acesso a serviços e o direito à circulação sem medo. Não se trata somente de uma luta individual”, pontua.
Rema Maré
Desdobramento do processo de realização da pesquisa “Construindo Pontes”, que durou três anos, a 1ª Semana de Saúde Mental – Rema Maré acontece até o dia 28 de agosto (sábado) e conta com diversas atividades culturais, debates e intervenções nas diferentes favelas que compõem a Maré. Na programação, diferentes ações e atividades artísticas e culturais decorrentes do projeto Construindo Pontes.
“É essencial que tenha vazão essa sensação de medo, essa violência subjetiva que marca o cotidiano da Maré e de tantas outras regiões marcadas pela violência armada. É possível abordar esses sentimentos e gerar conhecimento sobre eles através de projetos de música, fotografia para pensar a saúde mental”, conclui.
Até o dia 27 de Agosto de 2021 acontece o Cria Cria, um Com realização da DesignLinhadas, o encontro contará com 4 lives com convidados de diversas áreas e com a oficina Design Freestyle.
“A criatividade sempre fez parte da periferia, principalmente, como forma de lidar com as ausências”, diz Elaine Rodrigues, fundadora da DesignLinhadas.
Elaine explica: “Nos últimos anos, uma geração de jovens criativos, cria dessas periferias, trouxe uma nova reflexão sobre a criatividade periférica, mais ligada à valorização da riqueza histórica e de características e identidades locais e construindo uma nova narrativa sobre a periferia como, antes de tudo, produtora de conhecimento e reflexão sobre si mesma, de estéticas e tendências. E é com alguns jovens dessa geração que pretendemos conversar e saber mais sobre suas histórias, suas reflexões e seus trabalhos criativos.”
Programação
Lives
• [23/08 – 19h] Fotografia de rua como criação de identidade estética local com Leonardo Lopes e Thais Alvarenga
• [24/08 – 19h] Reconstituição da história negra e a busca por referências criativas decoloniais com Leonardo Santana e Thayná Trindade
• [25/08 – 19h] Música e imagem na invenção de novos imaginários periféricos com Wladmir Ventura e Tatch Pereira
• [26/08 – 19h] A potencialidade estética da fotografia de moda periférica com Angelo Pontes e FFBXD
Oficina Design Freestyle
• [23/08 – 12h] Aula 01: O que é logo, identidade visual, marca
• [24/08 – 12h] Aula 02: Por onde começar uma identidade visual: Processo criativo
• [25/08 – 12h] Aula 03: O que vem na Identidade Visual – Parte 1
• [26/08 – 12h] Aula 04: O que vem na Identidade Visual – Parte 2
• [27/08 – 12h] Aula 5 [Bônus]: Macetes do design: Elementos e princípios visuais
Vai ser tudo gratuito e direto na conta no Instagram da DesignLinhadas, que criou um grupo no whatsapp para quem quiser ficar por dentro do evento e para facilitar a comunicação. O grupo tem o intuito de dar mais detalhes sobre o evento, lembrar das lives e oficinas e tirar dúvidas: https://chat.whatsapp.com/BqZ0IqKVviLEHZIq43WEZ8
Evento acontece nas 16 favelas do território mareense
Por Redação, em 25/08/2021 às 11h31
Desdobramento do processo de realização da pesquisa, que durou três anos, a 1ª Semana de Saúde Mental – Rema Maré vai acontecer entre os dias 23 e 28 de agosto e conta com diversas atividades culturais, debates e intervenções nas diferentes favelas que compõem a Maré. Na programação, diferentes ações e atividades artísticas e culturais decorrentes do projeto Construindo Pontes.
Na manhã desta quarta-feira (25), o Ministério da Saúde divulgou a validação de uma terceira dose da vacina contra o coronavírus no país para pessoas acima de 70 anos. O tema vinha ganhando fôlego nas últimas semanas, a partir de análises que comprovam que, a proteção contra a covid-19 oferecida por duas doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca começa a diminuir após seis meses da aplicação.
O reforço, segundo a publicação da pasta, começará a partir da segunda quinzena de setembro. A ação inicialmente será destinada a todos os indivíduos imunosuprimidos após 28 dias da segunda dose e para pessoas acima de 70 anos vacinadas há 6 meses.
A imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca. A nota também traz a informação de que, também em setembro, o intervalo entre as doses da Pfizer e da AstraZeneca passará de 12 para 8 semanas para toda a população.
‘’Essas decisões foram tomadas em conjunto com Conass, Conasems e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (CETAI) do nosso Ministério’’, finaliza o comunicado.
Capital do Rio institui início de reforço vacinal a partir de 1º de setembro
A Prefeitura do Rio divulgou nesta terça-feira (24) que de 1º a 10 de setembro, os residentes de instituições de longa permanência (ILPI) serão os primeiros vacinados com a dose de reforço contra a covid-19.
A decisão foi tomada na última segunda-feira (23), onde o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 aprovou e recomendou a aplicação da dose de reforço para idosos com 60 anos ou mais, independentemente da vacina tomada nas duas primeiras doses.
A Prefeitura do Rio reiniciou a vacinação dos mais jovens. A partir de amanhã, quinta-feira (26), meninas com 17 anos poderão receber a primeira dose contra a Covid-19. No dia seguinte, sexta-feira (27/08), a imunização será destinada aos meninos com 17 anos, e, no sábado (28/08), às pessoas com 17 anos ou mais. Na semana seguinte, o calendário segue, de forma escalonada por idade e sexo, até chegar aos meninos de 15 anos, que recebem a primeira dose no dia 3 de setembro (sexta-feira).
Em todos os dias, continua a vacinação permanente de Pessoas com Deficiência (PcD), gestantes, puérperas e lactantes com 12 anos ou mais. As unidades também seguem aplicando a segunda dose, conforme a data estipulada no comprovante da primeira.