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Moradora da Maré que precisava de consulta hoje aguarda por cirurgia

Recomendação da Secretaria Municipal de Saúde é que suspendam cirurgias que não sejam emergenciais durante a pandemia

Por Hélio Euclides, em 12/04/2021 às 8h
Editado por Andressa Cabral Botelho

O Maré de Notícias mostrou a via-crúcis da idosa Zenilda Acioli, moradora do Morro do Timbau de 80 anos, que precisa realizar uma hernioplastia inguinal/crural unilateral pelo Sistema Único de Saúde. Há dois anos que a idosa está na fila do Sistema de Regulação (Sisreg) aguardando pela operação. Após a matéria expondo o caso, ela conseguiu ser consultada no Hospital Municipal de Piedade no dia 04 de março. Agora, é para que os exames para a operação não percam a validade antes da cirurgia. 

Ana Paula Acioli é filha de dona Zenilda e sofre com a situação da mãe. “Tenho que correr contra o tempo, pois os exames de risco cirúrgico vencem no dia 08 de maio. Está muito difícil, ela se trata há mais de dois anos no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) e não a operam. Agora justificam que há risco de contrair o vírus do covid-19 no hospital”, diz Ana. A família da idosa entrou na justiça e conseguiu uma liminar, que antecipou uma consulta e exames. O problema é que nem com a pressão dona Zenilda consegue uma operação no HFB. 

“A coordenadora da ginecologia geral do HFB deixou bem claro que não podia deixar minha mãe onde tem 80% de pacientes com coronavírus. Ela falou que o hospital vai fechar, por isso não pode deixar minha mãe lá. Indicou procurar outro hospital para a cirurgia”, conta Acioli. Ela acredita que será necessária ajuda da justiça pela segunda vez. “O próximo passo é obter uma liminar na Defensoria Pública para conseguir uma vaga para a internação e cirurgia no prédio da maternidade do HFB”, conclui.

A direção do Hospital Municipal da Piedade informou que a paciente Zenilda passou por consulta no último dia 22 de março e que, na ocasião, foi solicitada a realização de exame de imagem. A Secretaria Municipal de Saúde ressaltou que, por conta do enfrentamento à pandemia da covid-19, temporariamente, cirurgias eletivas para incontinência urinária, como a da paciente Zenilda, foram adiadas. Até o fechamento da matéria o HFB não tinha respondido os questionamentos. 

DE OLHO!: Familiares de idosa moradora da Maré pedem socorro para realização de operação

“Não sou eu que me navega, quem me navega é o Mar.” (*)

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Por Marcello Escorel em 10/04/2021 às 07h00

Há muitos anos, em conversas com meus amigos demonstro meu espanto com o fato de até hoje a Psicologia, ou pelo menos seus fundamentos, não fazer parte do currículo do Ensino Fundamental.

Vivemos uma época tão materialista que a simples menção da palavra alma ou ‘psique’ causa um certo constrangimento ao homem moderno.

Nos afastamos dela e da Natureza, desenraizados e perdidos. Nossa vida não tem mais sentido e a singularidade com todos os seus tesouros ficou relegada a mero número, mera estatística, como comprova-se pelo tratamento dado aos mortos nessa pandemia que nos aflige.

Desculpem-me. Mas como falar sobre espiritualidade e religião, sem nos atermos a qualquer credo específico, sem falar de alma?

C.A. Meier, um dos colaboradores de Jung, pai da Psicologia Analítica, ao ser perguntado sobre qual seria a mais importante contribuição dele, respondeu: “A realidade da alma (psique) é que ela é tão real quanto o mundo material.” E o próprio Jung, seis meses antes de sua morte, disse:

“Falhei na minha tarefa principal: abrir os olhos das pessoas para o fato de que o homem tem uma alma e de que há um tesouro enterrado no campo (referindo-se a uma parábola dos Evangelhos), e de que nossa religião e nossa filosofia se encontram num estado lastimável.”

Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço. Fundador da Psicologia Analítica.

Há uma grande resistência do homem comum, atormentado por problemas psicológicos, de consultar terapeutas. Não é difícil escutar:  ‘Isso é coisa para malucos, dementes! O que eu preciso é de força de vontade e planejamento para enfrentar as minhas dificuldades!’ Antes fosse assim. Mas nossa personalidade é apenas uma ilha. É como se esta fosse o timoneiro de um barco que nunca sai de sua cabine, conhecendo apenas os procedimentos básicos de como direcionar a embarcação. Todo resto é inconsciente. O navio, além de sua pequena cabine, que ele pode vir a conhecer é seu inconsciente pessoal; mas o mar e as criaturas que o habitam, os ventos, o céu estrelado é o inconsciente da coletividade onde navegam outros barcos com seus outros respectivos timoneiros. E tudo isso é alma.

Das 24 horas do dia, pelo menos 8 delas estamos mergulhados nesse mar do inconsciente, vivenciando através dos sonhos as mensagens que a parte desconhecida de nós e do mundo coletivo nos envia. E nas outras 16 horas em que estamos ativos vivemos bastante em piloto automático e muito pouco conscientemente tomando decisões refletidas.

O alargamento ou expansão da consciência, que em minha opinião será a religião da era de Aquário, que desponta, requer uma atitude positiva e amorosa com a alma. Descobrir qual é o significado, o mito que regula e conduz nossa existência. Isso requer uma coragem e uma determinação quase sobre-humanas.

O indivíduo, singular e único, precisa deixar de ser estatística e compreender que seu coração é a manjedoura de Belém, preparado  para ser o berço da criança divina.

(*) Trecho da música Timoneiro do compositor Paulinho da Viola.

Marcello Escorel é ator e diretor de teatro há mais de 40 anos. Paralelamente a sua carreira artística estuda de maneira autodidata, desde a adolescência, mitologia, história das religiões e a psicologia analítica de Carl Gustav Jung.

Ronda Maré de Notícias: Prefeitura determina horários das atividades econômicas

Medidas entram em vigor a partir de meia noite desta sexta-feira e vale até o dia 19 de abril

Por Andressa Cabral Botelho, em 09/04/2021 às 20h35

Nesta sexta-feira (09) o prefeito Eduardo Paes anunciou a manutenção das medidas de restrição do novo coronavírus. Entretanto, as medidas restritivas serão mantidas para alguns setores e haverá escala nos horários de funcionamento das atividades econômicas. Diante os números de internação e óbitos ainda serem expressivos, e o município ainda apresentar risco muito alto de contágio, as medidas serão mantidas desde a meia noite do dia 09 até o dia 19 de abril.

Os números ainda são preocupantes, mas segundo o 14º Boletim Epidemiológico, houve uma queda no número de atendimentos de casos suspeitos da doença em unidades de urgência. A cidade do Rio registrou até o momento, 236.339 casos e 21.613 mortes pela covid-19. Destes, 1;334 casos e 177 mortes aconteceram nas últimas 24h. 

Para manter as medidas, é importante saber o que está com o funcionamento suspenso e quais os horários de outras atividades. É proibida a permanência em praias, parques e cachoeiras, comércio ambulante e fixo  nessas localidades, assim como a realização de atividades e esportes coletivos, seja em área aberta ou fechada, como academias. Atividades físicas individuais estão liberadas. Não é permitido o estacionamento na orla, exceto para moradores, prioridades (idosos, pessoas com deficiência, autistas) e hóspedes.

Setores de serviços e equipamentos culturais, como museus, cinemas, teatros, parque de diversões, centros de exposições estarão abertos das 12h às 21h. E demais atividades comerciais, shoppings e centros comerciais estarão abertas das 10h às 18h, respeitando as regras de restrição abaixo:

  • Limitar a capacidade em 50% da capacidade interna do estabelecimento;
  • Priorizar o serviço de entrega em domicílio ou retirada na loja;
  • Proibir o consumo de alimentos e bebidas no local.

Vacinação na cidade

O prefeito comemorou os números de vacinação na cidade, que nesta semana ultrapassou a marca de um milhão de pessoas que já receberam, ao menos, a primeira dose, totalizando em 14,9% da população. Considerando a segunda dose, são 1,3 milhões de vacinas aplicadas. Entretanto, até o dia 06 de abril apenas 6% dos mareenses recebeu a primeira dose da vacina, o que equivale a 8.418 pessoas de uma população de cerca de 140 mil. Contando com a segunda dose, que apenas 1.662 pessoas já receberam, o número de mareenses vacinados sobe para 10.080. 

Até  o momento, a campanha de vacinação segue sem atrasos, acompanhando o calendário anunciado no final de março. Foram abertos nesta semana dois novos pontos de vacinação: no Imperator (Méier) e no Cacique de Ramos (Olaria), que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Covid-19 na Maré e Manguinhos

Nos últimos 15 dias, a Maré registrou 250 novos casos de covid-19, um crescimento de 89% em relação ao período entre 09 e 22 de março, onde foram registrados 123 casos. Desde o dia 16 de março que a Maré não registra nenhuma morte no território, conforme mostra a edição mais recente do boletim Conexão Saúde – De Olho no Corona. São até agora, 2.114 pessoas que testaram positivo na Maré e 173 mortes. Entre 23/3 e 05/4, Manguinhos teve 55 novos casos e 4 novas mortes no território, totalizando agora em 352 casos e 70 mortos.

Festival Roque Pense

O Festival Roque Pense!, que acontecia de maneira itinerante em diferentes municípios da Baixada, precisou adaptar-se à realidade pandêmica e em 2021 e terá sua primeira edição totalmente online. Ao longo dos dias 09, 10 e 11 de abril, o festival vai trazer diversas atrações femininas que irão homenagear três lideranças femininas da cultura e dos direitos humanos: Mãe Beata de Yemonjá, Mãe Meninazinha de Oxum e a poetisa Lírian Tabosa. 

A proposta do festival é possibilitar que mulheres que atuam com cultura possam ocupar cargos que normalmente são destinados a homens, tendo o seu trabalho valorizado e reconhecido, além de ter novas experiências profissionais. As apresentações acontecem sempre às 20h e podem ser assistidas pelo canal do YouTube do festival.

Projeto Janelas para o Amanhã

Muitas crianças e jovens de favelas e periferias ainda não têm acesso a tecnologias e vivem numa situação de exclusão digital. Pensando nessa questão, o programa de inclusão digital da Petrobras Janelas para o Amanhã vai beneficiar 50 mil estudantes de 230 escolas públicas com a doação de 9 mil computadores e formação digital de 2 mil professores e 2.500 alunos. As inscrições estão abertas para escolas públicas de municípios do Rio de Janeiro e se estendem até o dia 23 de abril. Saiba mais no site do programa.

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Enem 2021: o impacto da crise da saúde na educação, por Kelly San. Leia mais.

Enem 2021: o impacto da crise da saúde na educação

Desafios de estudantes, educadores e gestores de cursos comunitários para obter boa nota no Enem em meio à pandemia

Por Kelly San, em 09 de abril de 2021, às 20h15
Editado por: Andressa Cabral Botelho

Meses após a realização do Enem em formato presencial e virtual, uma novidade que precisou acontecer diante os avanços da pandemia, os alunos inscritos no exame têm até o final do dia 09 de abril para se inscrever no Sistema de Seleção Unificada, o Sisu. Entretanto, para muitos estudantes, em especial os moradores de favelas e periferias, o ano escolar de 2020 foi um desafio diante das mudanças da dinâmica escolar, alterada do modo presencial para o virtual. Não apenas na escola, mas a pandemia também impactou na preparação para o Enem desses jovens.

Em meio à pandemia não são poucos os problemas para professores e alunos que tiveram suas rotinas modificadas com esse formato de ensino remoto, como lidar com baixa qualidade da rede, falta de equipamentos para estudar e até mesmo cuidar da saúde mental. Somente 36,7% dos domicílios da Maré têm internet e 42,4% possui equipamentos necessários para estudar, de acordo com o Censo Maré (2019). Um número muito abaixo da média, se comparado a bairros, onde 62,2% dos moradores possuem computador e 56,1% das pessoas conseguem acessar a internet em casa, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, de 2013. 

“Além do problema dos estudantes que não têm acesso à internet, nós temos os alunos que têm acesso, mas não conseguiram se adaptar a esse formato remoto, não consegue se concentrar e criar esse cronograma de estudos em casa mas que querem muito estar dentro do pré- vestibular” comenta Luana Silveira coordenadora executiva do Curso Pré-Vestibular (CPV) da Redes da Maré. O curso existe há pouco mais de 20 anos e precisou criar estratégias para conseguir envolver os alunos nas atividades remotas propostas. Aluna do pré-vestibular, Ana Paula Oliveira, de 27 anos, foi uma das que sentiu dificuldade nesse período: “O CPV me deu a oportunidade de voltar a estudar, só que no começo do ano passado veio a pandemia e aí começaram as grandes dificuldades com o ensino remoto.”

Os pré-vestibulares comunitários, em sua grande maioria gratuitos ou com mensalidade bem abaixo do valor cobrado, cumprem um papel importante ajudando a ampliar o acesso de moradores de favelas e periferias na universidade. Na Maré, 44,3% das pessoas frequentaram um curso para ingressar no ensino superior, segundo o Censo Maré.

Toda ajuda é válida

No Jacarezinho os problemas foram os mesmos. Lá eles têm o NICA, iniciativa que oferece aulas preparatórias que atendem, majoritariamente, moradores dessa favela e de outros espaços populares da cidade. O projeto conta com professores e coordenadores voluntários, que precisaram pensar em alternativas para continuar oferecendo esse serviço para os moradores durante a pandemia. Uma delas foi a campanha #4GParaEstudar, criada pelo Nossas, que deu suporte a alunos de 33 pré-vestibulares de 10 estados do país, entre eles o NICA, oferecendo a eles chip e internet para que pudessem estudar virtualmente.

“Eu tento incentivá-los pois sei o quanto é difícil nesse momento para eles estudarem. Um dos maiores problemas em dar aula a distância é que o sinal de internet em espaços de favelas é de péssima qualidade. Além disso, o acesso a equipamentos digitais [computadores e celulares] não é o mesmo em relação aos estudantes de outros espaços da cidade”, aponta Flávia Cândido, professora voluntária de gramática, redação e literaturas no NICA. 

Graças aos esforços do coletivo, os estudantes do NICA alcançaram excelentes resultados na prova do ENEM. Jean Maurieli foi um dos alunos do NICA que conseguiu pontuação alta na redação do Enem. “Eu tenho vontade de fazer Direito e acompanhar as aulas do NICA foi muito difícil devido ao sinal da internet. Para auxiliar nas aulas eu assistia vídeos de reforço no YouTube para melhorar a minha compreensão sobre o conteúdo que estava sendo dado”, lembra.

Para Bianca Peçanha, de 22 anos, coordenadora executiva do NICA, os dois pré-vestibulares, assim como iniciativas realizadas pelo Nossas, são de extrema importância para mudar a realidade que vivemos e permite que mais pessoas de espaços populares possam acessar as universidades. “Somos um coletivo de ensino antirracista, comprometido com o ensino democrático, e nesse sentido, articulamos várias parcerias para conseguir que nossos alunos possam continuar os estudos. Entendemos as demandas do grupo de alunos e acompanhamos de perto os casos mais específicos e conseguimos ajudar nossos alunos para além dos conteúdos das provas e com esse trabalho articulado os alunos do NICA tiveram um ótimo desempenho na redação do Enem e agora seguimos nos preparando para prova da UERJ”, conclui.

Leia mais: Longo e penoso caminho da educação à distância na Maré

Campanha “Se liga no Corona!” completa um ano com ações em favelas e mídias sociais

Por Luiza Gomes (Cooperação Social da Fiocruz), em 09/04/2021 às 15h

Um ano após o lançamento da campanha Se liga no Corona!, a pandemia da Covid-19 mudou de expressão algumas vezes. No atual cenário, com aumento preocupante na taxa de ocupação de leitos hospitalares em todo o Brasil  e a curva de óbitos e internações crescendo entre os mais jovens, a iniciativa lança materiais frisando a importância das medidas preventivas: entre elas, o uso de máscaras – isso, mesmo após a vacinação. Nesse dia 9, a campanha também realiza ações de distribuição do item em quatro favelas da cidade do Rio de Janeiro.

Para ação, a Fiocruz está disponibilizando 2.600 máscaras e mais de 200 cartazes que serão fixados em pontos estratégicos das favelas de Manguinhos, Maré, Morro dos Macacos e Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Nesse dia, também haverá circulação de carro de som e colagem de cartazes em pontos de mototáxi, comércio e associação de moradores de cada uma das localidades. Tanto os spots e radionovelas veiculados, quanto os cartazes indicam as formas adequadas e contraindicadas de se usar a máscara. Os materiais estão disponíveis e distribuídos nas galerias de áudio, imagens e vídeos da nova página institucional da campanha

Valcler Rangel, responsável pelas Relações Institucionais da Fiocruz, valorizou o trabalho realizado em cooperação e agradeceu aos envolvidos. “Nesse último ano de enfrentamento da pandemia, o Se Liga no Corona! se firmou como uma potente ferramenta para a boa comunicação junto às populações vulnerabilizadas, disseminando informações precisas, com linguagem adequada e ajudando a estabelecer uma interlocução entre saberes para vencermos a Covid-19. Minha gratidão a todas e todos”. 

Neste dia 9, a campanha disponibiliza sete produtos sonoros (entre spots e radionovelas) e oito cards digitais em formatos para Facebook, Instagram (feed e stories) sobre uso de máscara e também: vídeo que ilustra uma das radionovelas produzidas em fevereiro sobre a vacina contra Covid-19 e o quizz “Quem é você na pandemia?”, elaborado por profissionais do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), que devolve ao participante um parecer sobre como ele está em seus hábitos cotidianos de prevenção à Covid-19. 

O material está à inteira disposição da população como um todo e dos coletivos, organizações, instituições e empresas para usos sem fins lucrativos, desde que citados os créditos. 

Horários diferenciados

As atividades nos territórios transcorrem em horários diferentes em cada localidade, sendo a primeira em Manguinhos (9h-12h), passando pelas principais associações de moradores, igrejas e comércios locais; Maré, pela rua principal da Vila do João, às 9h; Morro dos Macacos, de 10h ao meio-dia e no Alemão, iniciando pela entrada da Favela da Grota às 10h até meio dia. 

As ações nos territórios foram viabilizadas por meio da parceria entre a Fiocruz e Conselho Comunitário de Manguinhos, Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), Redes da Maré, Rede Emancipa de Educação Popular, Sindicato Estadual de Profissionais de Educação do Rio de Janeiro, Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) e Voz das Comunidades. A iniciativa será registrada e publicada nas mídias sociais da Fiocruz e dos coletivos com as hashtags #SeLiganoCorona1Ano #AindaNãoAcabou. 

Histórico

A campanha Se liga no Corona! começou seus trabalhos no dia 13 de março de 2020 com o objetivo de produzir uma comunicação que aproximasse a instituição da população moradora de favelas do Rio de Janeiro – de forma mais orgânica – mas que pudesse também circular por territórios periféricos de outras cidades e Estados. A partir de grupos de trabalhos mistos com profissionais de comunicação da instituição e comunicadores populares, foram produzidos os primeiros materiais – até hoje disponíveis nas galerias da página institucional. O domínio teve atualizações na semana em que a iniciativa completa um ano, entre elas uma linha do tempo (abaixo).

De lá para cá foram realizadas duas coletivas com especialistas da Fiocruz exclusivas para comunicadores populares; impressos mais de 2 mil cartazes para territórios de favelas do Rio de Janeiro; produzidas 139 peças gráficas digitais; mais de 50 interprogramas para a grade do Canal Saúde, 24 vídeos (sendo nove acessíveis na Língua Brasileira de Sinais); e 50 produtos sonoros, com mais de 10 mil reproduções e 2 mil downloads. Atualmente, os materiais sonoros sobre vacina compõem a programação da Rádio UFRJ e Rádio Frei Caneca FM (rádio pública de Recife). Em parceria com o YouTube, a Fiocruz validou os roteiros de quatro vídeos da Série Resenha de Favela #Comigo em agosto do ano passado. 

A Campanha Se liga no Corona! é fruto da articulação entre a Fundação Oswaldo Cruz, Redes da Maré, Frente de Mobilização da Maré, Conselho Comunitário de Manguinhos, Conselho Gestor Intersetorial (CGI-Teias Manguinhos), Comissão de Agentes Comunitários de Saúde de Manguinhos (Comacs), Coletivo Favelas Contra o Coronavírus, Jornal Fala Manguinhos!, Jornal O Cidadão, Wikifavelas, Ceasm, Rede Emancipa e Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ e o sindicato dos trabalhadores da Fiocruz, Asfoc-SN.

Leia mais: “Se liga no Corona” ganha novas peças de comunicação
Fiocruz, Redes da Maré e organizações de Manguinhos criam campanha multimídia de prevenção ao Covid-19 nas favelas