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Liberação de mosquito que combate dengue, zika e chikungunya será realizada em janeiro na Maré

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Ao se reproduzirem com o aedes aegypti, mosquitos inoculados com Wolbachia (bactéria que reduz a capacidade de transmissão de doenças), geram mosquitos com baixo potencial de transmitir doença

 

Em 26/12/2018 – Da redação (com informações de Glória Galembeck / WMP Brasil)

Durante 16 semanas, a partir da segunda semana de janeiro, Agentes de Vigilância em Saúde (AVS) realizarão a soltura de mosquitos inoculados com Wolbachia nos territórios atendidos pelas seguintes unidades de saúde: Centro Municipal de Saúde Américo Veloso, Clínica da Família Diniz Batista dos Santos, Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, Clínica da Família Augusto Boal, Clínica da Família Adib Jatene e Centro Municipal de Saúde Vila do João. Os agentes percorrerão as áreas a pé, carregando tubos plásticos transparentes, contendo mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, que serão liberados nas vias públicas.

Inicialmente, a liberação estava programada para começar nos últimos dias de novembro. Devido a aspectos operacionais, e em acordo com a Coordenação de Atenção Primária (CAP) 3.1 da Secretaria Municipal de Saúde, a data foi alterada para janeiro. Não haverá qualquer prejuízo para as atividades.

Mosquito do bem

Wolbachia é uma bactéria que reduz a capacidade de transmissão de doenças. Os mosquitos inoculados com ela, ao serem liberados no ambiente, se reproduzem com os Aedes aegypti que já se encontram nesses locais, dando origem a uma geração de mosquitos com baixa capacidade de transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. As solturas serão realizadas uma vez por semana na Vila do Pinheiro, Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro, Nova Holanda, Parque União, Rubens Vaz, Conjunto Esperança, Vila do João, Salsa e Merengue, Parque Maré, Nova Maré, Ramos, Paraibuna, Roquete Pinto, Joana Nascimento e Pata Choca.

De acordo com a World Mosquito Program (WMP) – iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global de doenças transmitidas por mosquitos – durante a etapa de liberações, a quantidade de mosquitos será aumentada. Esses insetos, no entanto, não transmitem doenças. Ainda de acordo com a WMP, que atua em parceria com a Fiocruz, a quantidade de mosquitos tende a voltar ao patamar anterior à liberação e, em alguns casos, pode até diminuir.

Após algumas semanas da liberação, armadilhas usadas para capturar mosquitos serão instaladas em residências e estabelecimentos disponibilizados por voluntários. O objetivo é monitorar o estabelecimento da população de Aedes aegypti com Wolbachia.

A orientação da WMP é que as pessoas continuem a usar as mesmas medidas para se prevenir: usar repelente, pôr tela nas portas e janelas, aplicar inseticida, entre outras. O inseticida matará ambos os mosquitos, os aedes com e sem Wolbachia, mas os hábitos de proteção e prevenção devem ser mantidos. Para acompanhar as atividades do World Mosquito Program e/ou obter mais informações, basta seguir @wmpbrasil no Facebook, Instagram e YouTube. Dúvidas podem ser enviadas por Whatsapp para (21) 99643-4805.

 

Representantes da Redes e do Colégio João Borges se reúnem com Secretário Estadual de Educação

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Na pauta do encontro, balanço do primeiro ano e solicitação de recursos para o melhor funcionamento

 Em 13/12/2018 – Por Eliane Salles

Na última segunda-feira,10, os diretores da Redes da Maré, Andréia Martins e Edson Diniz, e o diretor do Colégio Estadual João Borges de Moraes, Marcelo Belfort, se reuniram com o Secretário Estadual de Educação, Wagner Victer e o subsecretário de Gestão de Ensino, Paulo Fortunato de Abreu.

 No encontro, foi feito um balanço sobre o funcionamento do Colégio durante o ano de 2018. O consenso foi de que, apesar das dificuldades enfrentadas, houve avanço no sentido de consolidar o Colégio João Borges como referência de educação integral na Maré.

Ainda durante a reunião, foi entregue ao Secretário Victer um relatório com as necessidades do Colégio para que ele possa ampliar o número de turmas em 2019. Questões como a melhoria no abastecimento de água, convocação de novos profissionais, mobiliário para novas salas de aula e a liberação de recursos adicionais para a escola foram assumidos pelo Secretário de Educação como compromissos no sentido de garantir uma educação de qualidade para os jovens moradores da Maré.

 Conquista

O Colégio João Borges de Moraes, que fica na Nova Holanda, na Maré, começou a funcionar em fevereiro de 2018, disponibilizando Ensino Médio em tempo integral, com ênfase em empreendedorismo aplicado ao mundo do trabalho.

O prédio onde a escola funciona estava desocupado há algum tempo. Uma parceria entre a Redes da Maré, a Secretaria Estadual de Educação e as Associações de Moradores foi fundamental para que o colégio passasse a funcionar.

Em 2018, 90 alunos cursaram o primeiro ano do Ensino Médio.  Em 2019, o colégio também disponibilizará turmas para o segundo ano. “O Colégio João Borges talvez seja o maiorcase de construção, de solução com a comunidade… Fico muito feliz que isso aconteça, demonstrando que quando se tem vontade… O difícil é aquilo que a gente não quer fazer”, afirmou Victer.

O secretário disse ainda acreditar que a nova gestão (ele deixa o cargo no fim de dezembro) apoie o crescimento e a manutenção do colégio. “Não tenho nenhuma dúvida que o apoio, independente da gestão que venha, vai continuar, até porque é um case [de sucesso a abertura e a atuação do colégio]. Quando é construído com muita vontade, com muitas mãos, é difícil alguém derrubar”. O Colégio João Borges conta com apoio da comunidade. Os moradores participam do dia a dia da escola e veem nela a possibilidade de um futuro melhor para seus filhos e filhas.

WOW: conexões, legado e muito aprendizado

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Maré de Notícias #95 – Dezembro de 2018

Primeira edição do WOW na América Latina evidencia a força das mulheres, principalmente as das periferias

Por: Maria Morganti

Enquanto milhares de pessoas, a maioria mulheres, cruzavam a Zona Portuária, que inclui o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Armazém 01 do Píer Mauá, durante os três dias da primeira edição, na América Latina, do Festival Mulheres do Mundo – WOW, era possível observar novos laços de força sendo criados a todo momento. No primeiro dia, na sexta-feira, 16, pouco depois das 9h, uma mulher que estava chegando ao Museu do Amanhã, disse que esperava “ver muitas trocas entre mulheres de vários lugares do mundo pra trabalhar mais juntas, entender quais são as sinergias, as semelhanças e as diferenças, e o que a gente pode fazer juntas para continuar na luta pela igualdade de gênero”. A expectativa da mulher, anônima, se concretizou: foi exatamente esse o resultado dos três dias de Festival.

Wowseiras: histórias de vida de mulheres da Maré que já são exemplo de força e garra dentro das comunidades | Foto: Gabi Carrera

Histórias da Maré para o mundo

Segundo a organização do Festival, essa troca é um dos objetivos fundamentais do Festival. Mas o WOW Rio não foi só isso. Foi mais, bem mais. Além de receber cerca de 30 mil pessoas nos três dias de evento, com mesas, debates, territórios de partilhas, mentorias e shows, como o da Elza Soares, Karol Conká e Flora Matos, o que aconteceu no WOW foi a conexão de muitas mulheres, que talvez não tivessem nunca a oportunidade de se conhecerem se não fosse por ali. Muito menos de ter a possibilidade de saber um pouco das histórias de potência, superação, dor, criatividade e coragem que existem em lugares como o Conjunto de Favelas da Maré.

Para jogar essas histórias no mundo, as “Wowseiras”, um grupo de 15 meninas, moradoras de favelas da Maré, colocaram para rodar – literalmente – as histórias de vida de mulheres que já são exemplo de força e garra dentro da comunidade e que, por meio do Festival, puderam ser contadas para quem quisesse ler e ouvir. Nos dias do Festival WOW Rio, elas atravessaram em uma kombi cerca de 11 km que separam a Maré da Zona Portuária. Vestidas com saia de um tecido em que era possível escrever, andavam pelo evento com a história de vida de mulheres como Marielle Franco, ex-vereadora brutalmente assassinada em março deste ano, no bolso. Além de contar essas histórias, ouviram muitas outras. “Uma mulher compartilhou a história dela comigo, me contou que viveu um relacionamento abusivo e o Festival foi o primeiro evento que ela foi depois do fim do relacionamento. Disse também que ela estava quase voltando pra ele (o abusador) e ali recuperou forças pra sair de vez dessa”, conta Ana Clara Alves, uma das “Wowseiras”.

 Ana Clara acrescenta ainda as “marcas” conquistadas e compartilhadas por ela e suas parceiras no Festival. “O legado que a gente vai deixar é ter levado um pouco das histórias das mulheres da Maré para o Festival. Nós mostramos que tivemos mulheres fortes na nossa fundação e que essa força que tem aqui dentro vem de algum lugar. Acho que o legado foi ter mostrado um pouco dessa força fora da favela e ter tocado as pessoas”.

Mais saias rodando

Outro grupo de mulheres da Maré que colocou a saia para rodar foi o das participantes da Mandala Florestal. Inês Di Maré, coordenadora da apresentação, explica que a Mandala Florestal é uma meditação em movimento, com músicas e coreografias. O Grupo de cerca de 40 mulheres, com idade média de 50 anos, se apresentou na tarde do primeiro dia de Festival, durante cerca de 40 minutos, num cortejo que saiu da frente do Museu do Amanhã e foi até o palco principal. “Foi maravilhoso. Mandala é paz para o mundo”, disse, em êxtase, uma das participantes ao final da apresentação.

“O processo foi surpreendente, porque nós convidamos as mulheres da Maré para fazer a Mandala para o Festival e acabamos descobrindo que elas têm o desejo de formar um grupo de mulheres que faça um trabalho que envolva o corpo, meditação, um momento de partilha e de construção de um espaço de troca entre elas. Elas desenvolveram uma liderança circular. Foi muito bonito, porque isso foi acontecendo no processo. Elas ficaram ensaiando em torno de cinco semanas e, hoje, depois do evento, elas têm até um grupo no WhatsApp”, afirma Inês. Para a coordenadora, essas mulheres construíram o sentimento de que elas se sentem mais fortes, mais bonitas, mais capazes de conseguir fazer coisas que antes não faziam, como o autocuidado, o acompanhamento de saúde e estudar com mais concentração.

Legado imensurável

Apesar de serem incontáveis e imensuráveis a quantidade de conexões e os frutos que a primeira edição da América Latina do Festival Mulheres do Mundo ainda serão capazes de gerar, já há um tesouro materializado. Durante o processo de construção do Festival, a organização do evento fez um levantamento das instituições, associações e organizações voltadas à proteção de direitos da mulher na cidade do Rio, para compreender melhor o contexto e a relevância da atuação política nesse âmbito no Rio de Janeiro. O resultado foi um mapeamento, o primeiro do gênero, que identificou 204 líderes locais e 235 organizações governamentais, não governamentais e do setor privado, atuantes em áreas como justiça, saúde, arte e cultura, academia, ciências e pesquisa, mídia e comunicação. Atuações que vão desde a palhaçaria, para mulheres vítimas de violência doméstica, até grupos de dança.

O documento está disponível no site http://www.festivalmulheresdomundo.com.br/. É só clicar na parte “O Festival” e, depois, em “Mapeamento”. O mais interessante é que ele é aberto, ou seja, continua podendo ser alimentado com novas iniciativas o tempo todo.

Há frutos que ainda estão sendo adubados. A jornalista Viviane Duarte, CEO da ONG Plano Feminino (plataforma pioneira, criada para promover um novo jeito de fazer conteúdo para mulheres), falou, em uma das “Mentorias: Vidas em Conexões”, sobre o seu desejo de trazer o projeto “Plano de Menina”, que incentiva garotas a descobrirem o seu potencial e serem protagonistas de suas histórias, para o Rio de Janeiro.

Emocionada, Viviane disse que criou o projeto “Minha Menina dos Olhos” inspirada na falta de oportunidade de estudar para muitas das suas amigas de infância, envolvidas no tráfico ou perdidas por outros caminhos, como ela. Nesse momento, até a repórter, que aqui vos escreve, chorou. Depois, constatou que outras mulheres também se emocionaram com histórias que se pareciam muito com as suas ou com dores que jamais poderiam ter, mas que as tocaram só pelo fato de serem vivências exclusivas da mulher. Além do expressivo número de participantes, das lágrimas, dos sorrisos e dos abraços, o Festival Mulheres do Mundo foi um alento. Uma oportunidade de as mulheres se enxergarem só para dizer umas às outras, mesmo sem precisar proferir uma só palavra: “estamos juntas”.

A Maré precisa de educação ambiental

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Entrada do Pinheiro: um dos pontos críticos da Maré, onde o lixo traz ratos, insetos, doenças e outros males. No Rio, são produzidas 10 mil toneladas de lixo por dia | Foto: Douglas Lopes

Maré de Notícias #95 – Dezembro de 2018

O aumento no volume de lixo e o descarte errado são os maiores inimigos

Por: Hélio Euclides

“Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” Este é o Artigo 1º, da Lei nº 9795/1999, que trata da Política de Educação Ambiental. No papel, tudo é bonito, mas na prática a educação ambiental ainda não conseguiu ser concretizada. Na Maré, por exemplo, alguns moradores ainda jogam o lixo em local inadequado – o que causa infestação de insetos e alagamentos, em especial com as chuvas de verão.

Para o ambientalista Sergio Ricardo, é preciso pensar no lixo em todas as etapas. “Falar de educação ambiental nos territórios é deficitário. O que acontece na prática é uma falha na política pública. Temos a Lei 12.305, de 2010, que trata de resíduos sólidos, mas até hoje a destinação final ideal ainda não é cumprida. O lixo nesses terrenos forma o chorume, que polui o canal aquífero, o que influi na pesca. A Comlurb precisa retomar o projeto Guardião do Rio, que são agentes ambientais. O gari tem um papel fundamental, para evitar o acúmulo. Só que, hoje, a quantidade de lixo só cresce”, avalia. Sergio Ricardo acrescenta que o investimento é muito alto, cerca de 1 bilhão de reais para deixar o lixo da cidade do Rio, em Seropédica, onde hoje é descartado o lixo da cidade.

Para Sergio, a primeira meta seria a coleta seletiva. “Nossa exigência é de transformar o lixo em novos objetos. Com isso, teremos menos poluição. A coleta seletiva seria um instrumento importante: primeiro como geração de renda, depois com a diminuição no custo da coleta. Na cidade, são 6 milhões de pessoas, que produzem 10 mil toneladas de lixo, por dia, com apenas 2% de coleta seletiva, na grande maioria feita na Zona Sul. As indústrias que produzem materiais plásticos, como as garrafas pet, precisam custear essa coleta seletiva e apoiar as cooperativas. Só a Coca Cola produz 100 milhões de toneladas de plástico no mundo. Precisa realizar uma compensação para o planeta”, opina. No Estado, são produzidas 17 mil toneladas por dia de lixo, mas só 1% tem a coleta seletiva realizada.

Um aplicativo para a Educação Ambiental

“Vou jogar fora no lixo. Vou jogar fora no lixo. Jogar fora no li ih ih ih xo”. Muitos que cantam em karaokês se lembram do refrão da música “Joga fora”, de 1986, composição de Michael Sullivan e Paulo Massadas, interpretada por Sandra de Sá. Mas alguns não seguem essa trilha sonora e descartam o seu lixo em qualquer lugar, o que traz diversos prejuízos. Para mudar essa situação foi criado um aplicativo que vai sinalizar o lixo jogado em local inadequado e os vazamentos de esgoto. Essa é a função do Cocô Zap, projeto criado pelo data_labe, um laboratório permanente de dados na favela.

O Cocô Zap é um número de WhatsApp que proporciona pesquisa de incidência, narrativas e mobilização de moradores. O projeto-piloto começou em outubro, na Nova Holanda e no Parque União, mas no futuro deve chegar em toda a Maré. “O morador tira foto do lixo e do esgoto a céu aberto. Depois envia para o número e a informação para uma planilha de base de dados. Ainda este mês de dezembro deve sair o primeiro resultado da planilha”, conta Gilberto Vieira, coordenador do data_labe.

Hoje, existem dados oficiais do IBGE e da Prefeitura que demonstram o saneamento básico de qualidade do Rio, com cobertura de 65%. “Queremos apresentar um novo dado, que mostre a realidade das periferias. E, em seguida, questionar os Órgãos públicos e ver as melhorias. Criar uma narrativa de como deve funcionar o saneamento básico. É preciso criar políticas públicas diferenciadas, que proíbam as empresas de jogarem dejetos na Baía de Guanabara. Agora precisamos da população para aprimorar e dar continuidade ao Cocô Zap”, explica. O número do Cocô Zap é 99957-3216.

Educação ambiental é disciplina na escola

“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental”. Esse trecho faz parte do Artigo 2º das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. A melhor forma de ter um adulto consciente é começar quando criança. É isso que vem sendo realizado no Espaço de Educação Infantil (EDI) Professora Kelita Faria de Paula. “O lixo nos incomoda, principalmente nas proximidades de nossa Unidade. Este ano, nossa Unidade vem trabalhando com os alunos o tema “Sustentabilidade, vieses para uma Maré cidadã”. O Projeto tem por objetivo desenvolver, ainda na Educação Infantil, consciência ambiental em busca de um futuro sustentável, instigando os responsáveis e alunos a identificarem as problemáticas que nos rodeiam e quais soluções possíveis poderíamos alcançar”, expõe Suelen Maciel da Cunha, diretora-adjunta do EDI.

Para mobilizar todos, a escola fez um trabalho de conscientização por meio de teatro, paródia e uma gincana ecológica com equipes divididas pelas cores das lixeiras recicláveis. Um grupo de pais e representantes esteve no EDI para conversar sobre o lixo e o que poderia ser feito. Logo, todo o lixo foi retirado, porém o problema ainda persiste. “Continuamos com os processos de conscientização e em busca de uma Maré sem lixo pelas ruas”, enfatiza Suelen. Ela lembra que é preciso mostrar a preservação da natureza e, dessa forma, a escola conta com uma horta e um jardim.

Jardim no lugar de ponto de lixo

O Maré de Notícias, na Edição 89, de junho de 2018, veio com a temática do “lixo”. Seis meses depois, o assunto ainda continua em evidência. Um exemplo do descarte errado do lixo é na Rua Ivanildo Alves, próximo à Nova Maré. Para solucionar esse problema, a Comlurb se comprometeu com a coleta e em parceria com o Coletivo Eco Maré fizeram um jardim no local.

“Tem muito morador que respeita, mas ainda têm aqueles que jogam o lixo no lugar errado. Espero que com esses canteiros, mais uma tentativa de melhoria na qualidade de vida seja alcançada. Tenho esperança de que não joguem mais lixo nesse local”, espera um gari, que preferiu não se identificar. Seu colega, que também preferiu o anonimato, disse que a Maré produz 30 toneladas de lixo por dia. “Precisamos do apoio da população para a melhoria na coleta diária. Realizamos a coleta gratuita de restos de obras, é só procurar nossa Unidade, que fica na Nova Holanda”, afirma. A próxima atividade de canteiro será embaixo da Ponte do Saber, entre a Vila do Pinheiro e o Salsa e Merengue.

Juliana Machado, pedagoga e membro do Coletivo Eco Maré, lembra que o grupo realiza rodas de conversa sobre o tema da educação socioambiental. “As crianças são o caminho certo para formar multiplicadores, pois estão em formação e são sensibilizadas. Se tem um esgoto a céu aberto, mostramos que é importante a cobertura do poder público. O serviço precisa funcionar. Para uma educação ambiental plena é preciso caminhar muito, com várias iniciativas. Não é só plantar, é preciso preservar e não largar o projeto”, assegura. Ela destaca que é preciso formar redes com Órgãos, como Comlurb, Cedae e associações de moradores, para uma preservação coletiva.

Para Natália Rios, professora do Cap-UFRJ e doutora em educação pela PUC-Rio, o lixo não é necessariamente um rival ou vilão. “Ele pode ser um potencial para determinado lugar, pois pode ser a fonte de renda para uma pessoa. Como humanidade, devemos pensar no nosso consumo e na geração de lixo. A educação ambiental pode ter ações pragmáticas, mas tomando cuidado para as reflexões que forem geradas tocarem no que é importante, como o modelo de desenvolvimento que está nos levando para um colapso ambiental rapidamente. Um problema sociocultural que está ligado à violação de direitos e à degradação ambiental”, conclui.

Férias: o que fazer com a criançada?

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Maré de Notícias # 95 – Dezembro de 2018

Período de brincadeiras é importante para o aprendizado. Confira as dicas do que fazer com os pequenos.

Por Maria Morganti

Para muitas mães, pais e responsáveis, o período que começa em meados de dezembro é de desespero: são as férias escolares. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, este ano o recesso começa oficialmente no dia 24 de dezembro e só termina em meados de janeiro. Geralmente, a volta às aulas acontece nas primeiras semanas de fevereiro. Na casa da moradora da Nova Holanda e autônoma Cleomacia Rodrigues Souza, a rotina muda completamente. Ela tem três filhos, Ycaro, de 11 anos; Kathellyn, de 6; e Giovanna de 3 aninhos. Cleomacia conta que em tempos de aula, a manhã é de correria. “Quando vamos sair de casa é aquela zona. Arrumo um, arrumo outra, e assim vai. Eu que arrumo os três. Primeiro a pequena, depois a outra, depois o garoto”. Já na época de férias, tudo muda. “Quando eles entram de férias, eles tomam café de manhã, depois almoçam, ficam vendo televisão, jantam e vão dormir”, conta a mãe.

“O tempo das férias é fundamental e de extrema importância para o descanso físico e psicológico, além de ser uma ocasião ideal para reorganizar os pensamentos. Saber que uma etapa termina e você tem um merecido descanso para retomar uma etapa seguinte é essencial”, afirma a pedagoga Ana Lúcia Monteiro Pereira.

Para a especialista, o “brincar livre, sem horário para terminar, é muito importante e altamente estimulante. É nesse momento que a criança consegue criar, aplicar o conhecimento, extrapolar o que está aprendendo na escola, sem compromisso ou pressão. As férias são fundamentais para que consigam fixar os ensinamentos adquiridos durante o semestre e retomarem de modo mais eficiente e criativo”. E acrescenta:  “a função dos pais não é a de escolher os programas, porém, orientar e mediar as atividades”.

Na casa da Cleomacia, então, está tudo em ordem. Segundo ela, eles não param de brincar. Para ter mais opções, o Maré de Notícias fez uma seleção incrível de programação especial de férias para a criançada. Opção é o que não vai faltar:

Museu da Vida

Bem perto da Maré, opções gratuitas para se divertir aprendendo ciência, arte e cultura de um jeito muito especial. É o Museu da Vida, que fica dentro da Fiocruz, na Av. Brasil, nº 4365, Manguinhos. Lá dentro, tem o Parque da Ciência, que aborda temas sobre energia, comunicação, química, física e biologia, sala de exposições e borboletário. Para se ter uma ideia, as crianças poderão escalar uma célula gigante. E ainda terão a oportunidade de visitar o imponente Castelo e saber toda a história por trás daquele palácio que encanta quem passa pela Avenida Brasil.

O espaço é uma delícia, cheio de árvores, flores, aves e está aberto para visitação tanto durante a semana quanto aos sábados. Para fazer a visita em família ou em grupos de até 10 pessoas, não é necessário fazer agendamento durante a semana. Basta ir até o Centro de Recepção do Museu da Vida e pedir para ser encaixado num grupo escolar dentro dos seguintes horários: 9h, 10h30, 13h30 e 15h.

 Aos sábados, o ano inteiro, o espaço está aberto ao público sem a necessidade de agendamento: para famílias, qualquer pessoa e qualquer tipo de grupo, sem limite de idade e de quantidade de pessoas. O Museu da Vida fica aberto das 10h às 16h, com uma equipe de atendimento para orientações e para mostrar os espaços aos visitantes. Nos feriados que caem nos sábados, os espaços também são abertos normalmente. É só chegar. Domingos, segundas-feiras e feriados durante a semana o local fica fechado.

                Para agendar uma visita ao Museu da Vida durante a semana com grupos escolares, de faculdades e instituições diversas, deve-se entrar em contato pelo telefone (21) 2590-6747. As visitas agendadas durante a semana acontecem de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 16h30. O grupo deve ter com no máximo 42 pessoas, já incluindo os responsáveis. O agendamento precisa ser feito com um mês de antecedência ao dia em que se pretende visitar.

 A Fiocruz disponibiliza ainda um canal de contato com o Museu da Vida para solicitação de visita, com preenchimento de formulário neste link:

http://www.museudavida.fiocruz.br/index.php/agende

Toda a programação é gratuita, há estacionamento, também de graça, para carros e ônibus. Lá dentro, tem opção de alimentação, que sai por conta dos visitantes. Uma boa dica é levar lanchinho de casa e comer lá dentro. O que não falta é espaço para estender uma canga e começar a comilança.

 

Quinta da Boa Vista

                A Quinta da Boa Vista é considerada pela Riotur, Órgão de turismo da Prefeitura, um dos maiores parques urbanos da cidade, com cerca de 155 mil m2. Tem lago, jardins e, em dias de sol de verão, é uma ótima opção para reunir a família e fazer um piquenique. Uma boa dica é levar pedaços de papelão. Como algumas áreas do Parque com grama são íngremes, dá pra brincar de escorregar de lá de cima até as partes mais baixas. É diversão na certa! Também tem pedalinho no lago principal, quadras poliesportivas e passeio pelas grutas artificiais, que atraem muitos jovens e crianças. O Parque abre, diariamente, das 8h às 18h, e a entrada é gratuita.

Como chegar: é só pegar o 665 no ponto da Passarela 9 da Avenida Brasil, sentido Centro.

Parque Ecológico do Pinheiro

E que tal um piquenique no Parque Ecológico do Pinheiro? É aqui dentro da Maré e o esquema pode ser o mesmo. Cada um leva uma coisa para comer e para beber, alguém leva a toalha de mesa e a festa está pronta. O Parque, que tem 50 mil m², fica aberto 24 horas por dia. O espaço tem anfiteatro, área de lazer com brinquedos, além de duas quadras esportivas. A boa é chegar cedo, por causa do calor, ou estender a toalha de comes e bebes pelo fim da tarde. Quem sabe o pôr do sol da parte alta do Parque não rende muitas fotos para o Facebook?

 

Parque Shanghai

Para muitos, ele é o Parque de diversões mais tradicional de toda a Zona Norte. Segundo o site “Parque de diversão, diversão é solução sim”, o Parque Shanghai existe desde 1919 e tem a sua sede na Penha há mais de 50 anos. A memória da infância de muitos moradores do Complexo da Penha e arredores confirma essa informação. O Parque fica no Largo da Penha, 19, e funciona de quinta-feira a domingo. Nos dias de semana a partir das 18h até as 22h, e nos fins de semana, sábado e domingo, está aberto a partir das 14h. A entrada é de graça, mas o passaporte para brincar quinta e sexta-feira sai por R$ 15 e sábados, domingos e feriados, R$ 30. Tem brinquedos para todas as idades, como montanha russa, cavalo de carrossel, trem fantasma, carrinho bate-bate e muito mais. Para outras informações, ligue: (21) 2270-3566

Ilha Fiscal

                Um passeio de barco com um visual de cartão-postal e, ainda por cima, uma aula de História. O passeio para a Ilha Fiscal é a garantia disso tudo de uma vez só. No meio da Baía de Guanabara, o castelo que foi sede do evento que ficou conhecido como “o último baile do Império”, realizado poucos dias antes da Proclamação da República, pode ser explorado com o auxílio de guias especializados que mostram os salões e as exposições alocadas por lá, além de um pouco do trabalho da Marinha do Brasil em locais como a Antártida.

Pra ir até lá, é preciso chegar ao Espaço Cultural da Marinha, que fica no Centro, na Avenida Alfred Agache, nº 215. De lá, o passeio até à Ilha é realizado com uma escuna, e a “viagem” dura cerca de 10 minutos. Você ainda pode conhecer o Navio Bauru, que participou da Segunda Guerra Mundial, que fica atracado no píer, assim como o Submarino Riachuelo. A visitação de ambas as embarcações é feita de quarta a domingo, das 12h às 17h. Às terças a visitação é gratuita. Todos os ingressos podem ser adquiridos no Espaço Cultural da Marinha e custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).

De quinta a domingo, a visitação pode ser feita em três horários: 12h30, 14h e 15h30 e os ingressos são vendidos no período das 11h às 15h10. O embarque acontece 20 minutos antes. Para visitar o Submarino Riachuelo e Navio Bauru são cobrados ingressos à parte: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) – um ingresso dá direito a duas visitas.

Lona da Maré

Para informações sobre a programação de férias, ligue para (21) 3105-6815.

Vila Olímpica da Maré

Para informações sobre a programação de férias, ligue para (21) 3977-5788.

Projeto Botinho no Piscinão de Ramos

O projeto Botinho, oferecido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), que também é realizado no Piscinão de Ramos, foi criado para promover a prevenção de acidentes marítimos com muita brincadeira. Além de aprender o básico de primeiros socorros, as crianças aprendem noções de preservação do meio ambiente, orientações sobre as condições do mar e o que fazer para evitar afogamentos. Até o fechamento desta reportagem, a data de abertura de inscrições para o projeto ainda não havia sido divulgada. Recomenda-se que os interessados acompanhem as informações pelo site do Corpo de Bombeiros: http://www.cbmerj.rj.gov.br/.