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Projeto “CRIA” lança Chamada Livre para incentivo à ações no âmbito do Dia Internacional dos Direitos Humanos

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Projeto “CRIA”, do Eixo de Desenvolvimento Territorial da RedesdaMaré, lança Chamada Livre para incentivo à ações no âmbito do Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro) propostas por jovens que participaram de processos de formação realizados pela organização ao longo do ano de 2018.
Clique aqui e acesse o edital.

Maré tem mais um dia de direitos desrespeitados pela PM

Operação policial não seguiu os pontos firmados na Ação Civil Pública novamente; escolas, postos de saúde e comércio estiveram fechados o dia todo

Em 29/11/2018

Já são mais de 15 horas de operação. Desde as 4h30 da manhã, os moradores das localidades da Vila do João, Conjunto Esperança, Vila Pinheiro, Conjunto Pinheiro, Parque Ecológico e Salsa e Merengue estão sofrendo os impactos de uma operação da Polícia Militar. Segundo relato de alguns moradores, houve muitos tiros durante a madrugada, e, no decorrer do dia, casas, veículos e comércios foram violados. Até o momento, a Redes da Maré atendeu a casas na região da Vila do Pinheiro, que foram invadidas e tiveram seus bens danificados.

Também foram atendidas às famílias de três jovens que foram mortos na operação. São eles: Julio Lino Macena da Silva (17), Rian Marcos da Silva Batista (18) e Douglas Souza Morais (32). Os postos de saúde as escolas não abriram, deixando muitos moradores sem acesso a esses equipamentos. Procurada pela Redes da Maré, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou, somente às 16h52, que está havendo uma operação na Maré com as equipes do Comando de Operações Especiais  (COE), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Grupamento Aeromóvel (GAM).

Ainda segundo Assessoria de comunicação da PM, não houve prisões ou apreensões. A Redes da Maré ressalta que, mesmo com Ação Civil Pública (ACP) da Maré em vigor, a operação policial teve início de madrugada e não foi identificada a presença de ambulâncias no local, descumprindo, assim, uma decisão judicial. A operação ainda está em curso e a equipe do Eixo Segurança Pública e Acesso à Justiça da Redes da Maré segue de plantão pelo número de WhatsApp 99924-6462 para casos de violações de direitos.

Morar e circular pela cidade ainda é desafiador, alertam palestrantes

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Espaço de discussão propõe um modelo de urbanização com mais empatia com as necessidades de minorias

Em 18/11/2018 – Por Amanda Soares

Para determinados grupos de pessoas, morar dignamente e circular livremente em grandes centros urbanos é desafiador. Para discutir o tema, ativistas do Brasil, Índia e Paquistão participaram da roda de conversa sobre “Moradia e mobilidade plenas na cidade plural” no Museu de Arte do Rio (MAR). Elas apresentaram as iniciativas implementadas em seus países e propostas para um planejamento urbano pensado nas necessidades das mulheres.

A diretora da ONG Unas, Mércia Ribeiro, trouxe para o espaço relatos do trabalho na conquista de políticas públicas. “Criamos um movimento, o ‘Cidade segura para mulheres’, e acendemos velas debaixo de cada poste que não funcionava na comunidade. A prefeitura agiu, consertando os postes defeituosos”. Heliópolis é uma das primeiras favelas da América Latina a receber lâmpadas de led, que são mais econômicas e duráveis.

Outra participante foi Juliana Vitorino, estudante de pedagogia e moradora do Alto José Bonifácio, bairro pobre de Recife. “Há mais de 40 prédios ociosos na cidade – cujos donos devem ao governo IPTU, luz e água -, e várias famílias morando debaixo de lona. Há duas ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) na cidade atualmente, onde vivem milhares de famílias”, diz a ativista.

A paquistanesa Tanzila Khan criticou a forma como as cidades são constituídas. A criadora da ONG paquistanesa Creative Alley apoia que os planos-diretores pensem em todas os tipos de necessidades: “Não penso apenas em mim, como cadeirante, mas nas mães com bebês de colo, grávidas, pessoas com necessidades especiais, idosos”. Seu trabalho busca incentivar a empatia nas pessoas. “Nosso movimento questionava: quando você tiver 80 anos vai ficar trancado em casa?”.

Na perspectiva da indiana Kalpana Viswanath, o modelo urbano atual é incompatível com as necessidades de quem circula pelas cidades atualmente. “Percebo que tudo é construído para os homens. Talvez já tenha sido válido um dia, mas não mais.” Ela trouxe exemplos de soluções viáveis para tornar o meio urbano mais seguro para mulheres. “Por exemplo, se os pontos de ônibus tiverem quiosques fixos para vendedores, eles nunca estarão vazios.” A criadora do aplicativo SafetPin citou, ainda, um recurso já implementado nos metrôs brasileiros: o vagão feminino. Mas afirma que esta não é a solução. “Isso estimula o estigma de que mulheres devem permanecer em seus lugares”.

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Juventude e mulheres participam da política através da tecnologia

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Novas ferramentas de comunicação tem potencial para da voz a bilhões de jovens e mulheres em todo o planeta

Em 18/11/2018 – Por Jéssica Pires

“A política não está só no modelo tradicional que a gente conhece. O jovem preto e favelado fazer o que gosta também é um ato político”, diz Tamyra Thamara, uma das participantes do Território de Partilha “Juventude e participação política”, realizado no auditório do Museu do Amanhã, na tarde do último dia do Festival WOW Rio.

A mesa tratou do protagonismo da juventude na criação, inovação e produção de conteúdo criativo e digital. Esse movimento tem garantido que o conhecimento de minorias – como mulheres e jovens periféricos – ganhe visibilidade, e, com isso, representatividade.

Além de Thamyra Thamara, jornalista, mestra em cultura e territorialidade e confundadora do GatoMídia, participaram da mesa: Cristina Buarque, economista e pesquisadora; Lola Werneck, coordenadora do Pilar Liderança Juvenil, da ONG Luta pela Paz; Mariéme Jamme, empresária, blogueira, tecnologista e empreendedora social africana, que pretende ensinar programação a um milhão de meninas até 2030; Mikayla Jones, gerente sênior do programa Birmingham; e Silvana Bahia, diretora de programas do Olabi e idealizadora do PretaLab.

O destaque entre as partilhas das mulheres presentes na mesa foi a conclusão de que as novas ferramentas de comunicação e tecnologia têm garantido à juventude, e sobretudo às mulheres, na participação política.

WOW discute política de drogas e o encarceramento feminino

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Política de drogas: o que as mulheres têm a propor ? / ? Karina Donaria – AMaréVê

Especialistas nos temas apontam erros e caminhos a serem percorridos

Em 18/11/2018 – Por Karen Garcia

No terceiro dia do Festival Mulheres do Mundo, foi realizada a mesa “Política de drogas: o que as mulheres têm a propor?”, mediada por Luna Arouca, pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Cândido Mendes. Ingrid Farias, pesquisadora de drogas e gênero e coordenadora da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), fez um histórico da política de drogas no Brasil e ressaltou a importância de as mulheres ocuparem os espaços de militância na temática. “A participação das mulheres no desenvolvimento desse campo é fundamental para construção de um projeto político de sociedade que paute o coletivo. E mulher pauta o coletivo”, afirmou a pesquisadora que organiza a Marcha da Maconha no Brasil.

A partir da narrativa de sua trajetória, a cientista social Nathália Oliveira, que é colaboradora da ONG Centro de Convivência É de Lei e coordenadora da Iniciativa Negra por Uma Nova Política de Drogas, perpassou as diferentes nuances da política de drogas e ressaltou a importância de saídas coletivas para problemas complexos. “Eu só posso pensar a construção de uma política de drogas que admita que estamos em guerra, que a gente admita a necessidade de construir um diálogo. A gente deveria expandir a nossa percepção sobre como arrumar ou sobre como organizar as políticas para minimizar os danos”, analisou Nathália.

Julita Lemgruber, socióloga e coordenadora do Cesec, reforçou a necessidade de avançar nas políticas de segurança pública. “O meu desconforto com a discussão da política de segurança pública, sem que se dê a devida importância à política de drogas, é que nós não vamos avançar”, concluiu a autora do livro “Cemitério dos Vivos”.

Encarceramento feminino

A conexão do tema no Brasil e a realidade no Reino Unido aconteceu na roda de conversa “Contra o encarceramento de mulheres e caminhos para enfrentá-lo por meio do acesso à justiça”. O espaço contou com a participação de Deborah Coles, diretora da ONG britânica Inquest, que trabalha com a família de pessoas que morreram dentro de prisões ou em consequência de violência policial.

“Nós queremos que as famílias das vítimas descubram o motivo e forma que as mulheres faleceram na prisão, para que seja possível compreender e humanizar as narrativas sobre essas mortes, bem como direcionar políticas públicas mais efetivas para esse contexto”, declarou Deborah.

Luciana Boiteux, professora da UFRJ, e referência no tema, apontou as drogas como a principal razão de encarceramento no Brasil. “Nos últimos anos, temos visto um aumento significativo no número de mulheres presas no Brasil. Este cenário em nosso país significa o encarceramento de mulheres pobres e negras”, pontua. A especialista enfatiza a problemática do encarceramento de mulheres grávidas e as condições em que elas são submetidas.

Juliana Borges, socióloga e autora do livro “O que é encarceramento em massa”, fez, em sua fala, um convite ao exercício de empatia para refletir sobre a questão de segurança pública e encarceramento. “Nossa lógica de punição a partir do encarceramento pressupõe que com o sofrimento e destruição da dignidade desses homens e mulheres presos, será restaurada a integridade desses indivíduos. E não é isso o que vem acontecendo”.

Cidades não são pensadas para as mulheres, dizem debatedoras

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Foto: Karina Donaria – AMaréVe

Roda de conversa debate estratégias para uma melhor qualidade de vida para as mulheres

Em 18/11/2018 – Por Hélio Euclides

A mesa “É possível e necessária uma cidade segura e humana para as mulheres” foi mediada por Isabela Sousa, diretora de projetos de artes e território do Observatório de Favelas, e contou com a participação de Cristina Buarque, economista e pesquisadora; Kalpana Viswanath, co-fundadora e presidente da Safetipin; e Renata Jardins, advogada e integrante da Themis.

“É necessário pensar nas pequenas coisas, como as barras dos ônibus, que são altas, que foram pensadas para os homens. Precisamos pensar numa cidade inclusiva, com um planejamento para as mulheres, onde elas possam circular sem medo, essa deve ser uma reflexão global”, comenta Kalpana.

Para Cristina a questão vai mais além. “O tema cidades humanizadas é necessário para torná-las seguras para mulheres. Mas também é necessário se pensar no campo, para os direitos rurais na fazenda e na agricultura familiar”, diz Cristina.

Renata explicou o projeto que a Themis criou. “Lá, em Porto Alegre, temos uma experiência de rodas de conversas para o enfrentamento da violência. Criamos um aplicativo que liga a mulher aos órgãos de segurança pública e serviços necessários. É preciso pensar em mecanismos para a luta contra a violência contra a mulher, contra a cultura machista e racista da sociedade”, afirma Renata.

Isabela encerrou a mesa com desafios. “Precisamos andar tranquilas nas cidades, com igualdade e justiça. A nossa luta não é para substituir o homem, e sim ter o nosso espaço. Penso no que fala a Eliana Sousa [da Redes da Maré], de que precisamos de diálogos e estratégias presentes na nossa luta”, enfatiza Isabela.

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