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Dia do Rock na Maré

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Roberto de Oliveira

O Dia  do Rock é uma data criada e comemorada apenas no Brasil. É uma homenagem a um show realizado ao mesmo tempo na Inglaterra e nos Estados Unidos, o Live Aid, que aconteceu em 1985, com a finalidade de arrecadar dinheiro para combater a fome na Etiópia, um dos países da África. Comemorado todo 13 de julho, a data não passou em branco na Maré. Muito pelo contrário, o preto foi a cor predominante entre os fãs que foram assistir, de graça, os shows das cinco bandas de rock e de heavy metal locais, no festival Favela Rock.  “Um dia pra pensar em tudo que o rock’n’roll nos trouxe e acrescentou na moda, na sociedade, em tudo, e um dia pra pensar na liberdade que o rock nos dá”, fala Marcos Gayoso, artista de rua e guitarrista da Banda Genômades.

A edição especial levou mais de 500 pessoas pra Lona da Maré, entre elas, Alana Fernandes, de 16 anos. Roqueira, filha de guitarrista e vestida de preto, a adolescente conta que, por influência da família, ouve rock desde que nasceu e que ser roqueira é um estilo de vida. “Quando eu não tinha roupas pretas, usava as do meu pai. Hoje, até para o meu trabalho eu vou de preto”, conta Ananda, que também toca contrabaixo.  O pai, Nando, de 47 anos, é fundador da Brutal Terror, uma das mais antigas bandas de metal da Maré. “A gente estava parado há quase 15 anos, mas nos reunimos especialmente pra tocar no Favela Rock”, disse o guitarrista, morador da Baixa do Sapateiro. “Como músico, o rock faz parte da minha vida e quando estou tocando posso sentir uma grande energia saindo de mim”, diz Jobson Oliveira, guitarrista e engenheiro de áudio.

Oficialmente, o rock nasceu da fusão de ritmos negros (blues, jazz e gospel) e brancos (country) nos Estados Unidos, na década de 1950. Associado à irreverência, à juventude e às questões sociais, tem como referências Jimmy Hendrix, Elvis Presley, Beatles, Pink Floyd, Led Zeppelin, entre outros. No Brasil, a primeira geração a fazer rock foi a turma do Iê Iê Iê, com Roberto Carlos e a Jovem Guarda.

O vício do celular

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Os Smartphones são o principal meio de acesso à Internet e prendem a atenção dos brasileiros

No século XXI, o melhor amigo do homem não late e nem abana o rabo para o dono. Ele nem sequer tem vida própria, mas influencia, e muito, a vida dos seres humanos. O mais novo amigo do homem se chama Smartphone e conecta as pessoas ao redor do mundo com um simples clique ou o deslizar de dedos. O primeiro aparelho inventado, em 1994, não tinha ainda esse nome, mas era um celular que tinha calendário e podia ser usado para tomar notas, enviar e-mails e mensagens. Os de hoje fazem tudo isso e muito mais.

A praticidade dos Smartphones, com programas chamados “aplicativos”, deixou para trás as linhas de telefone fixo. Com eles pagamos contas, enviamos nossa localização, nos desviamos dos engarrafamentos, compramos mantimentos e também nos divertimos enquanto esperamos na fila.  Enfim, não podemos mais abrir mão do aparelho. Aqui no Brasil, o uso é diário e constante. Por meio de uma pesquisa realizada com 52 milhões de usuários de Smartphones de nove países, o Android (sistema operacional desenvolvido pela empresa de tecnologia Google) mostrou que, nós, brasileiros, usamos em média 29 aplicativos diferentes por mês em nossos telefones inteligentes (tradução de Smartphone), enquanto a média mundial é de 27. O MessengerWhatsApp são os mais utilizados, e gastamos cerca de 3 horas e meia do nosso dia olhando para a tela do celular. A previsão é de que até o fim deste ano haverá, no Brasil, um aparelho por habitante (em outubro serão 208 milhões de Smartphones em funcionamento).

 

A síndrome do Pescoço Tecnológico

É uma relação tão frequente que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que estamos virando a Geração Cabeça-Baixa e chama a atenção para a postura corporal, pois ao curvarmos a cabeça tantas vezes para usar o aparelho, podemos desenvolver dores nas costas, problemas na coluna cervical e outros malefícios para o corpo. O problema é tratado pela OMS como epidemia, e chama a síndrome de Pescoço Tecnológico. Um estudo realizado em 2014, no Centro Médico de Cirurgia Espinhal e Reabilitação de Nova Iorque, mostrou que, ao usar o celular com a cabeça baixa, a maioria das pessoas projeta os ombros para frente. Levando em conta que a cabeça de um adulto pesa entre 5 kg e 8 kg, à medida que a cabeça dobra para frente e para baixo, a pressão sobre a coluna cervical aumenta. A tensão provocada pode causar lesão de algum nervo, hérnias de disco e dores nas costas e no pescoço. Em crianças e jovens, a postura errada pode comprometer o crescimento.

No dia a dia é melhor deixar o aparelho na altura dos olhos, apoiar o braço em uma superfície estável e fazer exercícios de alongamento para aliviar a tensão no pescoço, como o movimento de “sim” e “não” com a cabeça.

O perigo de usar os Smartphones ao volante

Como o aparelho está sempre por perto e ao alcance das mãos, seu manuseio em momentos impróprios pode tornar-se um perigo. No trânsito cada vez mais lento, é comum encontrar motoristas dando uma espiada no telefone ou respondendo mensagens e até postando fotos no Facebook enquanto estão dirigindo. A pé, os mais “conectados” chegam a atravessar ruas e andar pelas calçadas teclando. Especialistas dizem que tirar os olhos da estrada por apenas dois segundos e meio já é o suficiente para aumentar em 400% o risco de provocar um acidente.

Segundo o Seguro DPVAT (Seguro de Danos Pessoais por Veículos Automotores de Via Terrestre), há no Brasil mais de 1,3 milhão de acidentes relacionados ao uso do Smartphone, por ano. Só em São Paulo, por dia, são autuados 320 motoristas por esse motivo.    Em maio de 2016, a multa para quem for pego falando ou manuseando o Smartphone passou para R$293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete centavos), uma infração considerada gravíssima. O DPVAT recomenda não atender o celular ao atravessar a rua. Nesse caso, é melhor esperar, cruzar a rua e procurar um local mais tranquilo.

Estratégia para promover seu negócio

Com a popularidade do Smartphone e seus variados aplicativos, as possibilidades de compra e venda de serviços e produtos também se tornaram muito maiores. Como boa parte do público acessa as redes sociais, as empresas perceberam a importância de se aproximar do consumidor pela Internet. Hoje, nove em cada 10 empresas brasileiras utilizam as redes sociais como estratégia para promover a imagem do negócio. As redes sociais mais usadas pelas empresas são o Facebook, o Instagram, o Linkedin e o Twitter.

Carlos Eduardo Francisco, de 40 anos, sócio de uma hamburgueria artesanal na Zona Norte do Rio, paga uma profissional de comunicação para administrar o perfil da lanchonete nas redes sociais. “A cada promoção lançada no Facebook eu vejo o retorno, vem mais gente à loja e os pedidos por telefone também aumentam”, afirma o empresário, que também vende por um aplicativo exclusivo para compra de comida. “É o meu maior movimento durante a semana”, comenta.

O uso indiscriminado na infância pode ser um problema

O comportamento das crianças com os pais também pode ser influenciado pela forma como os adultos lidam com a tecnologia. Ao interromper momentos “analógicos” de lazer com os filhos, os pais transmitem a mensagem que os seus negócios são mais importantes que a interação com os pequenos e a resposta para chamar a atenção dos pais pode vir em forma de pirraça, hiperatividade e outros distúrbios. A pediatra Andreia Cardoso Fernandes diz que já recebeu crianças em seu consultório se queixando de pais que não abandonavam o celular para dar atenção a elas. “Virou um mal necessário, mas tem de tentar usar de uma forma benéfica, e eu acho que isso não está acontecendo”, diz a médica.

Por outro lado, a exposição precoce e excessiva à Internet e aos jogos de celular também é prejudicial, mas como fazer para que os pequenos não imitem a maioria dos adultos? A pediatra diz que, antes dos dois anos de idade, não é recomendável dar nem tablet e nem celular para a criança, pois causa agitação psicomotora e diminui a capacidade de concentração. Depois disso, vale o controle do tempo de uso.

Maré de Notícias #78

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Perigo à vista: Cais dos pescadores, em Marcílio Dias, está a cair

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Hélio Euclides

Pescadores não podem mais atracar e aportar seus barcos para carregar e descarregar carga e embarcar passageiros. Pedaços de concreto estão na eminência de fechar a saída de esgoto, que desemboca na Baia de Guanabara. Em Marcílio Dias, o cais dos pescadores começou a ruir e o fim pode estar próximo.

“Ficamos sem um local para desembarcar. Vejo uma tragédia anunciada, já que o espaço é aberto, e podem ocorrer acidentes com crianças. Já vieram diversos secretários do governo que deram esperança, mas até agora nada. Devem voltar perto da eleição, para pedirem votos. Não é uma obra cara, mas não temos como reconstruir”, revela Helder Anselmo, presidente da Associação de Pescadores de Marcílio Dias.

Luciano Aragão, vice-presidente da Associação de Moradores de Marcílio Dias está com receio de o esgoto travar. “O prefeito atual veio quando ainda era candidato e fez promessas, mas até agora nada. Se cair toda a estrutura a comunidade vai boiar em cocô. Queremos que a CEDAE venha, dê um parecer técnico e desvie o esgoto”, almeja. Apesar da proximidade com a Estação de Tratamento de Esgoto da Penha, a comunidade tem suas águas jogadas no mar. “Até o esgoto da Marinha vai para a Baia. Se tivesse um tratamento, o local teria mais peixe, melhor qualidade de vida, não entendo porque não é feito”, reclama.

De quem é a responsabilidade?

A CEDAE mencionou não haver relação do cais com a empresa. Que vistorias feitas anteriormente, junto com a Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, constataram que a responsabilidade pelo cais é da Marinha e a tubulação obstruída não é de rede de esgoto, mas galeria de águas pluviais. A Fundação Rio-Águas disse que a questão não é de sua competência. A Fundação Instituto de Pesca informou que o cais pertence a uma cooperativa privada de pescadores. Completou que, tendo em vista a estrutura não pertencer ao patrimônio público, o Estado não tem como utilizar recursos dos cofres oficiais para sua recuperação. A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informou que a Capitania dos Portos encaminhou uma equipe de Inspetores Navais ao local. Ao constatar a precariedade das instalações, interditou o referido cais para atracação de embarcações, notificando a Colônia de Pescadores Z-11, a fim de promover a sua regularização. A Associação de Pescadores de Marcílio Dias confirmou a visita da Capitania dos Portos, e aguarda instruções para saber quais providências tomar.

Cineminha ganha um Galpão e Boto da Maré chega a favela

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Músico traz para a Praia de Ramos escultura que homenageia moradores

Roberto de Oliveira

O músico Bhega Silva, de 58 anos, conhecido pelas canções ecológicas, pela reciclagem de óleo de cozinha e sua “bicicleta de som” tem perseverança. Há dois anos, luta pra trazer da ilha do Fundão para a praia de Ramos um dos Botos feitos de fibra de vidro, que fizeram parte das homenagens ao Rio de Janeiro nos 450 anos da cidade.  A escultura do animal fez parte da exposição organizada pela Escola de Belas Artes da UFRJ, que usou o boto que é símbolo da cidade e aparece na bandeira da Capital do Estado. O boto da Maré pesa 250 kg e tem nomes de moradores e trabalhadores das favelas da Maré espalhados pelo corpo, um deles é o do próprio Bhega.

O ativismo ambiental e cultural do cantor que, há três anos, realiza por conta própria o projeto Cineminha no Beco sensibilizou Maurício Neri Meireles, de 61 anos. Proprietário de um estacionamento na Rua Gerson Ferreira, na Praia de Ramos, próximo à Avenida Brasil, Maurício cedeu parte do estabelecimento para o ativista inaugurar mais um espaço cultural para a exibição de filmes e atrações artísticas, com entrada gratuita, com direito à pipoca e refrigerante. “A entrada é um sorriso”, diz Bhega.

O Boto da Maré

Quem quiser ver o Boto da Maré de perto e assistir um filme no Galpão, pode entrar em contato pelo Facebook do Cineminha no Beco. O músico quer utilizar a escultura para levar conhecimentos sobre o meio ambiente aos alunos de escolas públicas da Maré. Os botos são animais que eram vistos com frequência na Baía de Guanabara e algumas histórias sobre eles fazem parte do folclore brasileiro.

A importância do cuidado contínuo

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Tuberculose tem cura se o tratamento não for  interrompido

Hélio Euclides

A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Por ano, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos, e mais de um milhão de pessoas mortas. No Brasil, a cada ano são mais de quatro mil mortes.  E o Rio de Janeiro é o segundo Estado do país com maior número de casos: 10.229, em 2015.

É uma doença contagiosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch). O controle da tuberculose acontece na busca ativa de casos, diagnóstico precoce e adequado, tratamento supervisionado até a cura. O método de tratamento mais utilizado consiste no uso de quatro antibióticos: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, que deve se prolongar por, no mínimo, seis meses. A única forma de curar a tuberculose é fazer o tratamento completo, sem interrupção. Breno Villela Albrecht é médico da Clínica da Família Adib Jatene, na Vila dos Pinheiros. Durante 10 anos de trabalho, já viu diversos casos da doença. “É uma luta contra a vulnerabilidade e ambientes insalubres. Vamos a cada um deles, incentivando o uso dos remédios, pelo prazo de cura que é de seis meses”, revela. A boa notícia é nunca faltar os remédios na Rede pública. Ele adverte que, ao interromper o tratamento, se cria resistência à bactéria. “Por isso, precisamos não ter nenhum fujão”, afirma. A contaminação pode se dar pelo ar ou pela secreção do bacilo, mas a bactéria não resiste a 15 minutos de sol. “A transmissão não é fácil, mas há situações que contribuem como sistema imunológico debilitado, uso de drogas, fumo, alimentação inadequada, casas pouco arejadas e ausência de iluminação natural. Em muitas residências  os moradores não abrem a janela, eu visito e fico com falta de ar. Dificilmente o bichinho da tuberculose vai pegar quem tomar banho de sol três vezes por semana, limpa o filtro do ar condicionado, tem boa alimentação e faz exercícios físicos”, ensina.

O importante é vencer o preconceito

O médico lembra que doente só precisa ir apenas uma vez por semana ou ter a visita da equipe, quando recebe os remédios. “A Rocinha foi uma vitória, era o bairro com mais casos, hoje isso é passado, mudou a história. A Maré também foi um dos piores lugares, agora já estamos caminhando para sair desse patamar”, detalha. Para o diagnóstico, é feito radiografia do tórax. “Mas o exame do escarro é a chave do combate”, acrescenta. Para o Doutor Breno, o morador que tem tosse seca por mais de duas semanas, febre diária ao final da tarde e emagrecimento sem causa aparente, deve procurar o médico. “Sabemos que ainda existe o estigma, mas o importante é não esconder. Após 15 dias de tratamento, o risco de transmissão é zero. O paciente precisa de confiança e um aperto de mão. Não é necessário separar copos, talheres, roupas ou lençóis, já que a contaminação se dá apenas por via aérea, e não por objetos”, afirma.

Adenildo Raimundo dos Santos, de 44 anos, morador de Bento Ribeiro Dantas, teve tuberculose em 1994, fez o tratamento correto, seguiu as recomendações médicas e hoje está curado, sem nenhuma sequela. “O importante é procurar o tratamento. Não é difícil, mas no início, são mais comprimidos. O importante é não parar de tomá-los, pois com um mês o paciente já se sente bem, mas é preciso lembrar que o tratamento dura seis meses, e é preciso seguir à risca. Hoje não sinto nada”, explica.

Doutor Breno compara a tuberculose à outra doença respiratória: “a pneumonia precisa de 10 dias de tratamento, só que a febre passa já no terceiro dia, mas se o paciente interrompe o antibiótico, a doença volta com força total. Isso ocorre igualmente na tuberculose”, conclui.